O Flagra II...

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Guinevere

(Cheguei! Me aproximei, toquei a campainha, e esperei que abrissem a porta).
--- Bom dia senhora Amália.
--- Bom dia Gui! Que surpresa boa… Quanto tempo que eu não a vejo.
--- Sim… Faz um tempo mesmo.
(A mãe do Dylan sempre me tratou muito bem, nosso contato não é tão próximo devido a correria do dia a dia, mas sempre que nos víamos, ela me tratava como se eu fosse uma filha).
--- Vamos, entre!
--- Obrigada, com licença... Desculpa vir aqui assim tão cedo, é que desde ontem não consigo falar com o Dylan. Eu ia vir ontem, mas aí houve uns imprevistos, e eu não consegui sair.
--- Ah sim! Bem, pela hora o Dylan deve estar no quarto… Eu não vi a hora que ele chegou ontem da empresa, porque eu acabei tomando uns remédios que dão muito sono, daí eu acabei adormecendo.
--- Entendo…
--- Mas diga… Como vai a vida? Os estudos?! Está estudando?
--- É… Não! Estou só trabalhando no momento. (Dei um sorriso de lado).
--- Humm... Bem, isso é bom, uma menina tão jovem, e já independente… Quem me dera se o Dylan fosse assim. (Sorriu).
--- Ahh, aos poucos ele vai adquirindo.
--- Assim eu espero! (Risos).
Mas enfim, já tomei o seu tempo! O Dylan está no quarto, pode subir… E aproveite e fique para nos acompanhar no desjejum…
--- Ahh… Desculpe, mas não vou poder ficar para o café, vim mesmo só para ver como ele está…
--- Ai Gui, não me venha com modéstia. Vai ficar sim para o café, mandarei colocarem um lugar a mais.
--- Ah… Está bem.
--- Ótimo. Bem… Fique à vontade.
--- Obrigada.
(A casa do Dylan era bem maior que a minha, vim aqui poucas vezes, mas mesmo assim já conhecia o lugar. O quarto dele ficava no fundo de um corredor imenso… Eu nunca fui de chegar de supetão na casa dele, mas ele não me atendia, nem dava sinal de vida, então tive que vir… Mas havia algo estranho… Cada vez que eu chegava mais perto, eu sentia uma sensação diferente… O que será que está havendo?! Assim que cheguei em frente ao seu quarto, vi que a porta estava apenas encostada. Havia algo errado, o meu coração estava acelerado, eu estava suando frio… Fui empurrando a porta com cuidado, mas estava tudo escuro, não dava para ver nada! Já com a porta escancarada, dei um passo para dentro e acendi a luz… E acabei presenciando o motivo da "sensação diferente").
--- DYLAN!
(Seu nome saiu de minha boca como um estrondo que o fez acordar. E arregalou os olhos quando me viu).
--- Gui!! -Exclamou surpreso. (Consegui notar sua saliva descendo a seco pela sua garganta).
--- Quem é essa mulher? 
--- Gui, não é nada disso que você está pensando…
(Sua voz saía trêmula, e desesperada. Enquanto tentava se cobrir, a mulher ao lado dele parecia estar bem explícita, como se estivesse adorando a minha presença ali).
--- Como… Como você… (Mal conseguia falar, então gritei!). COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO COMIGO??
--- Gui, eu posso explicar! Por favor! - Falou levantando da cama.
(Mas minha reação não foi outra, saí correndo… Eu não podia acreditar que isso estivesse acontecendo, que minha vida era uma verdadeira bagunça…).
--- Gui? O que houve? Ouvi sua voz alterada. -Perguntou a senhora Amália.
--- Me deixe passar por favor! (Minhas lágrimas escorriam).
--- O que há? -Indagou ela.
--- Mãe, não deixe a Gui sair! -Gritou ele vindo com o cobertor enrolado na cintura.
--- Dylan? O que está acontecendo? -Perguntou desesperada.
--- Me deixe passar, com licença!
(Passei pela mãe dele, desci as escadas e fui em direção a porta… Acho que eu nunca havia corrido tanto na minha vida… Que pesadelo! Saí de um, entrei em outro… Agora entendi o porquê ele não atendia as minhas ligações! E quando falava que estava ocupado, com certeza devia estar com aquela mulher! A Carol estava certa o tempo todo… Como eu fui ingênua de acreditar nele… Eu quase não via o chão, de tanto que eu chorava… Não sabia nem mais para onde eu estava indo, apenas queria sair de perto de tudo e todos… Mas… Uma voz... Uma voz conhecida me chamará naquela desordem…).

TriânguloWhere stories live. Discover now