Armadilha...

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Guinevere

(Bem, já está ficando tarde… E ainda não sei o que faço. Ainda se o Dylan atendesse minhas ligações, eu passaria a noite na casa dele, só para não ter que ir pra minha… Suspirei… Se bem que…).
--- Carol… Posso dormir na sua casa hoje? (Havia uma esperança).
--- Aí Gui, seria ótimo, até porque faz tempo que você não passa a noite lá em casa, mas dessa vez amiga, vou ter que te deixar na mão, porque já tinha combinado com o Roger, de ele dormir lá… - Disse radiante.
--- Ah entendi. (A decepção estava notável em meu rosto… Respirei fundo…).
--- Mas porque do nada esse papo Gui? Se você tivesse me falado antes, a gente combinava certinho, e eu nem marcaria com o Roger hoje, deixava pra outro dia.
--- Eu sei, na verdade, só falei por falar mesmo. (Menti).
--- Você falou muito em cima da hora.
--- É eu sei… (E de novo aquela sobrancelha arqueada).
--- Você ainda está grilada com a gravidez da sua mãe? Ou tem mais alguma coisa que você não quer me falar…
(As vezes eu esqueço que a Carolina não é nenhuma tola, ela saca as coisas no ar).
--- Nada haver, só perguntei se eu poderia, por conta disso, que faz tempo que não passamos juntas, e eu queria por o papo em dia só isso…
--- Ahh Gui… Então não seja por isso, vamos ver se calha amanhã de você dormir lá em casa, daí podemos até chamar o Roger e o Dylan para assistirem um filme com a gente, o que acha?
--- Dylan? Talvez seja impossível, ele não me dá mais sinal de vida… Até agora não retornou minhas ligações, estou começando a ficar preocupada, será que aconteceu alguma coisa?!
--- Aí Gui, parece até que não conhece a peça, você sabe muito bem que o Dylan é assim. Não sei se eu já te contei, mas antes dele te conhecer, às vezes ele esquecia que tinha até família, sumia no mundo, e não dava satisfação a ninguém…
--- Como assim? Você nunca me contou isso...
--- Certeza? Bem, então estou contando agora, quando eu e ele estudávamos na mesma sala, e tinha reunião dos pais, a mãe dele vivia falando isso pra minha mãe… Que ele saia com a "turminha" e só voltava no outro dia…
(Será que é por isso que ele não me atende?!)
--- Não Carol! O Dylan mudou… Ele está diferente da época em que o conheci, ele já até se declarou…
--- Ahn? -Franziu a testa.
(Olhou pra mim sem entender).
--- Falou que me ama.
--- E você acreditou?!
--- Claro… Ele é meu namorado, tenho que acreditar… (Ou não).
--- Ahh não, Gui… Sério que você está falando isso… -Disse revirando os olhos.
--- Ué, Carol… (Está certo, que quando conheci o Dylan a fama dele não era muito boa, mas mesmo assim, ele foi o único com quem eu conseguia levar uma vida "normal").
--- Gui, não quero por caraminholas na sua cabeça, apenas fique esperta tá?! - Falou tomando um gole de seu milkshake.
--- Mas… Você acha que ele está com outra pessoa? (Perguntei meio sem graça. Não queria ficar com essa dúvida… Eu gosto do Dylan… Só não sei se o suficiente).
--- Eu não acho nada, e nem vou me meter, estou falando isso porque você é a minha melhor amiga e gosto muito de você… Como eu disse, apenas fique esperta.
--- Está bem… De qualquer forma, obrigada. (Dei um sorrisinho de lado, não poderia ficar brava com a Carol, desde que nos conhecemos criamos um laço de amizade, e sem saber ela já me salvou várias vezes do Camilo).

Dylan

(Nosssssa… Quantas ligações da Gui).
--- Merda! (Eu devia ter tirado do silencioso... É melhor eu retornar a ligação).
TOC TOC. {Batendo no vidro do carro}.
(Com o susto acabei me virando rápido deixando o celular cair perto dos pedais…).
--- Ahh, desculpa, te assustei né?! (Abaixei o vidro da porta do carro, e me deparei com uma mulher maravilhosamente linda… Seus cabelos soltos, um sorriso marcante, aparenta ter uns trinta e poucos anos e um vestido que me arrepiou até a espinha…)
--- Ah não… Imagina se eu ia me assustar com uma mulher linda desse jeito. Apenas estava distraído. (Sorri). Mas o que faz sozinha uma hora dessas? É perigoso moça.
(Falei a olhando atentamente).
--- Eu sei, mas é que eu precisava de ajuda, meu carro quebrou bem ali, e meu celular está sem bateria… Já não sei o que faço, daí vi você encostando o seu carro. E pensei se poderia me ajudar…
--- Claro! (Desci do carro).
--- Ahhh, muito obrigada… -Agradeceu me olhando de cima á baixo.
(Não entendia muito de carro, até porque qualquer probleminha que o meu dá eu já levo no mecânico, mas ainda sim eu vou tentar ver o que se passa com o carro dela).
--- Bem, eu nem me apresentei, meu nome é Ruth. E o seu?
--- Dylan…
--- Uau, que nome lindo, combina com o dono.
(Á olhei firme).
--- Digo o mesmo, é uma moça muito bonita…
--- Você mora ali? -Falou apontando em direção a minha casa.
--- Sim. (Já estava sentindo uma malícia no ar…).
--- Hummm… Nossa, depois de todo esse problema com esse carro, acabei ficando com uma sede…
--- Não seja por isso, vamos em casa, não há ninguém, pode tomar uma água, usar o banheiro se quiser… (Talvez eu tenha sido um pouco objetivo, mas não vejo ela como uma estranha, apenas uma moça que está com o carro quebrado, que precisa de ajuda… E eu por ser uma pessoa boa, não posso negar ajuda).
--- Ah, como você é gentil Dylan. Como faço pra agradecer?
--- Vamos entrar, daí a gente vê uma forma de agradecimento.
--- Ok… - Falou ela com um sorriso malicioso.
(Esperei ela trancar o carro, e adentramos a minha casa. Meu pai e minha mãe não estavam, sei que não era certo, mas é só essa vez, depois eu tento mudar esse meu jeito… O importante é a Gui não saber, de resto, eu me viro).

TriânguloWhere stories live. Discover now