Lanchonete...

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Guinevere

--- Oi… Carol… (Abri a porta. Tentando fingir que nada aconteceu).
--- Poxa Gui, caramba, achei que não estivesse em casa, estou a mó tempão tocando a campainha! - Exclamou ela.
--- Desculpa… Eu estava no banheiro. (Tinha que mentir).
--- Nossa Gui, do tempo que eu estou aqui! Mais um pouco, você desceria pela privada hein… -Disse revirando os olhos.
(Parou por um instante de reclamar, e percebi que me olhará de um jeito curioso).
--- Gui… Você está bem? Você está pálida… E o seu cabelo está todo desgrenhado… -Falou me olhando de cima a baixo.
(Passei a mão em meus cabelos para ajeita-los… Suspirei… Havia saído às pressas do quarto, que mal consegui disfarçar).
--- Estou bem sim… (Continuou me olhando com uma cara de não muito convencida). --- Bem… Carol, vamos, você não estava com pressa, pois então vamos. (Falei fechando a porta e passando por ela. Não estava querendo ser grossa, apenas estava querendo sair daquela situação o mais rápido possível, e evitar mais perguntas… Nem estava acreditando que escapei do Camilo...).

Dylan

--- Tchau mãe, estou de saída, avise o meu pai, que não esperarei por ele para irmos juntos para a empresa.
--- Dylan? Espera! Mas já vai? Passou ontem o dia todo fora e a madrugada também, e já vai sair de novo? O que está havendo?
--- Nada mãe… Ontem fui a um barzinho com uns colegas comemorar o aniversário de um amigo, apenas isso. Estou indo mais cedo para a empresa, porque vou precisar passar em um lugar antes.
--- Dylan, achei que você sossegaria depois que começasse a namorar, mas vejo que não né!
--- Ah mãe não é isso… Eu amo a Gui, mas é que eu tenho outras necessidades. Aliás, ela também trabalha bastante, e eu agora também fico na empresa, que mal temos tempo de nos falarmos.
--- Ainda sim, filho, não acho certo você ficar por aí em barzinhos ou sei lá onde, não digo só por sua namorada, mas digo pela reputação que você tem a zelar.
--- Então tá, minha mãezinha querida... Antes da senhora começar com o sermão, prometo, que serei o mais cauteloso possível, agora deixe-me ir, se não irei me atrasar... Te amo tá.
(Eu já estava com a mão na maçaneta, quando...).
--- Filho, espere…
--- Sim?
--- Mais uma coisa, se não a quiser mais, termine, assim será melhor do que ficar a enganando.
--- Mãe… Eu amo a Guinevere, só que como eu disse, tenho as minhas necessidades.
--- Apenas, espero que você esteja agindo certo.
--- Mãe, relaxa, está tudo sob controle... Te amo, vou indo nessa, beijos.

Na lanchonete

--- Gui, larga esse celular.
--- Estou tentando falar com o Dylan, mas ele não atende…
--- Vai ver ele está ocupado.
--- Ultimamente está sempre assim. Ocupado. (Sempre quando mais preciso dele).
--- Guinevere, fala vai, o que está havendo? Estou sentindo você tensa desde a hora que fui na sua casa, está acontecendo alguma coisa?
(Respirei fundo… Eu ainda estava meio baqueada, e pensando como seria quando eu voltasse para casa).
--- Não é nada Carol…
--- Certeza Gui? -Perguntou, arqueando a sobrancelha.
(Eu não sabia o que fazer naquele momento, mas sei que ela não iria engolir qualquer desculpa esfarrapada que eu dissesse, então, irei falar outra coisa que está me afligindo também…).
--- Minha mãe está grávida! (Percebi o espanto em seu rosto).
--- Mentira? Sério? Uau, Gui...Nossa, que legal, parabéns, ela está de quanto tempo? Já sabe se é menino ou menina?
(Sempre achei incrível esse jeito que a Carol tem de fazer perguntas uma em cima da outra, sem nem ao menos me dar a chance de responder uma).
--- Caramba fico muito feliz por vocês, mas confesso que estou chocada. Assim, não sabia que sua mãe estava querendo engravidar…
--- Nem eu sabia.
--- Por isso você está assim? É ciúmes de irmã mais velha?! (Sorriu).
--- Não é isso, fiquei muito feliz em saber, mas minha mãe falou que pode ser uma gravidez de risco, tanto pra ela quanto pro bebê, e isso está me agoniando.
--- Ah sim! Mas Gui, relaxa, não fica pensando nisso; olha, a medicina hoje em dia está avançada, você vai ver só, vai dar tudo certo na gestação da dona Olívia. (Risos).
(Uma das coisas que gosto na Carol, é isso, a vibração boa que ela me passa, mesmo com todas as preocupações).
--- Ah… É que sei lá, eu fico pensativa sobre isso… De como seria nossas vidas agora com um bebê em casa… Claro que as coisas seriam bem mais diferentes, mas mesmo assim, eu não consigo ficar de "boa".
--- Gui, mas o que isso interferiria tanto assim na sua vida? Querendo ou não, você já completou 18 anos, e já está trabalhando, não depende mais da sua mãe.
(E é o que eu mais almejei na vida, ser independente, ser de maior, trabalhar, e fugir com minha mãe pra bem longe… Mas com ela grávida, tudo mudou, e é isso que interfere).
--- É como eu te falei Carol, a gravidez da minha mãe é de risco, não posso deixa-la sozinha.
--- Sim, eu sei, mas Gui, você também tem sua vida, e logo terá que sair do "ninho" e voar.
(Essas palavras entraram no meu ouvido como um tom acolhedor, foram as palavras mais reconfortantes que eu poderia ter escutado).
--- Hum... (Suspirei)... Está bem, ficarei mais tranquila. (Por enquanto).
--- Fica de boa que vai dar tudo certo… Mas, confesso que estou impressionada, assim, eu por exemplo, não me vejo mais sendo irmã… Praticamente, nós já estamos na idade de sermos mães, e não irmãs (Sorriu).
--- Por esse lado, até que faz sentido.
--- Está vendo como eu sei das coisas… Agora Gui, larga esse celular, e coma o seu lanche, se não eu serei obrigada à abocanha-lo. (Risos).
(E por alguns instantes eu consegui esquecer de tudo novamente).

TriânguloWo Geschichten leben. Entdecke jetzt