𝟭𝟴. Uma visita a Travessa do Tranco

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Foram cinco quadras de caminhada do Orfanato Wool's até a linha ferroviária que os levaria as proximidades da Charing Cross Road, a rua do Caldeirão Furado

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Foram cinco quadras de caminhada do Orfanato Wool's até a linha ferroviária que os levaria as proximidades da Charing Cross Road, a rua do Caldeirão Furado. Passaram por livrarias e lojas de música, lanchonetes e cinemas no caminho, depois de muito andarem haviam dobrado na rua de seu destino. Ali distante já se podia ver a plaquinha manchada do Caldeirão Furado.

O barzinho estava sujo como da última vez. O zum-zum das conversas bem alto enfatizava o lugar lotado. Um homenzinho de cartola violeta conversava com o dono do bar, que era bem careca e parecia uma noz viscosa. Quando Tom olhou para o rapaz atrás do balcão fez um careta de desgosto. Ele tinha seu mesmo nome. O nome o qual o garoto nunca gostou. Era comum demais. Ele nunca gostou da simplicidade, queria se destacar. Pertencer a Hogwarts o mostrou que ele era superior. Que ele era extraordinário!

Passaram pela lateral do balcão ao entrar. Foram ignorados por todos. Alguns olhares viraram para os encarar ao entrar, pela mera curiosidade de saber quem tivera acionado o sino da porta na vez, mas logo desviavam o olhar. Eram meras crianças insignificantes que iriam comprar seu material. Nada de especial para nenhum ali.

Na lareira, chamas verdes se acenderam e uma carta foi lançada. Tom, o dono do bar, saiu correndo de trás do balcão, precipitou-se e agarrou em suas mãos a correspondência, olhando atrás o destinatário:

— Essa é para você, Dédalo! — avisou para o homem de cartola com quem conversava ao retornar — Parece ser importante, Diggle. Foi Albus quem mandou.

— Oh, sim! Dumbledore demorou para me responder dessa vez — a cartola de Diggle caiu de tanta excitação ao segurar a carta. Era como criança ganhando brinquedo novo. — Isso! Isso! — um sorriso de orelha a orelha preencheu seu rosto ao ler as primeiras linhas — Albus disse que retorna de viagem ainda essa semana. Terei tempo para vê-lo pessoalmente antes de pegar o Nôitibus de volta a Kent no domingo.

— Dumbledore — Tom falou com orgulho — sempre um grande homem. Ainda não acredito que está vivo depois de um duelo contra Grindelwald. Daria um bom ministro ele, sabe?

— Com certeza, com certeza — Diggle confirma ao bebericar um pouco de seu copo — Teria meu apoio. — derramou algumas gostas ao erguer o copo.

O homem com muitos pelos na face e cabelo lambido até o pescoço na mesa redonda a beira da escada que dava para as acomodações soltou uma estranha fumaça azul de seu cachimbo. Um pózinho da fumaça se acumulou na barba média em seu queixo. Era assustador o fato de não ter sobrancelhas. Quando levou as mãos ao queixo para limpar, seu olhar se sustentou nos gêmeos. Deu uma fungada forte puxando o ar como se o examinasse.

Os Riddle's não demonstraram recuar com a cena. Esse período convivendo com Sra. Barebone os fez desafiar constantemente a mulher, pois não importava mais se eram comportados, ela arrumava motivo para uma punição. Aprenderam a esconder melhor quando estavam com medo em uma situação e devolviam um olhar frio para tentar intimidar a pessoa. Aquilo aborrecia tanto Barebone por não ser temida pelos dois.

A outra Riddle  ──  Lady das TrevasWhere stories live. Discover now