⛓Candy⛓

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Lavigne saiu do banho, demorando-se na frente do espelho, analisando sua barriguinha com um leve volume, logo não daria mais para disfarçar quando quisesse sair com as amigas para ir à cidade.

Ela vestiu sua jardineira jeans surrada com sua camisa azul marinho com a estampa da banda "Gun's N' Roses" .

A vampira observou o interior da casa, onde Embry passou sua infância ao lado da mãe, onde hoje os dois viveriam por bastante tempo.

Algumas rachaduras nas paredes precisariam de reparo, mais uma mão de tinta seria necessária, troca do piso de madeira que rangiam sempre que recebiam pisados, os beirais das janelas precisavam serem trocados. Os móveis antigos, também passariam por reforma.

Lavigne abriu uma porta sob a escada, acendeu as luzes do ambiente e revelou o porão, ela desceu para o andar de baixo, o cômodo estava infestado por teias de aranha, poeira, móveis velhos, ratos, o cheiro ali não era dos melhores, o ar rarefeito.

Ela buscou por janelas e achou uma, mas uma pilha de móveis a impediam de ser acessada, sem contar com as tábuas que a bloqueavam.

A vampira avançou sobre a pilha e começou a desfazer o amontoado de bugigangas e móveis velhos, até conseguir chegar à janela, onde abruptamente conseguiu arrancar as tábuas que a bloqueavam, liberou a janela e o ar puro voltou a reinar naquele ambiente.

Ela sacudiu as mãos e a roupa para se livrar da poeira e teias de aranha que lhe grudaram.

Num canto, escondida, Lavigne avistou uma guitarra velha com as cordas arrebentadas. Imaginou o estrondo que com aquilo Embry acometia à mãe.

Ela sorriu e sentou-se numa poltrona empoeirada e começou a concertar a cordas do instrumento.

Quando os primeiros acordes ressoaram agudos naquele cômodo fechado, a vampira soltou uma risada, seguida pelo refrão de: "Sweet Child O' Mine" fazendo jus à estampa da camisa.

Ela balançou a cabeça em negação e se levantou, abandonando a guitarra na poltrona.

Uma estante velha, sustentava latas de tinta de distintas cores, logo uma ideia veio a mente de Lavigne.

Com a violeta, ela pintaria o antigo quarto de Embry, que seria o da bebê.

Com a cor gelo, ela pintaria a fachada da casa e era exatamente isso que faria. Em velocidade vampirica, logo tudo estaria feito.

Com agilidade ela capturou as duas latas de tinta, a escada que tinha ali, os pincéis e saiu feito um raio para fora do porão e da casa.

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— Mas que merda você pensa que está fazendo?! Ficou louca? — grunhiu Paul, prestes a ter uma síncope.

Quando Paul e Rachel chegaram, Lavigne estava no telhado, pintando o lado externo do segundo andar.

— Desce daí, Lavigne! Não estou brincando. Vai acabar machucando a Candy!

— Quem? — inqueiriu a vampira, confusa.

— Ele acomodou-se a chamar a bebê assim. — esclareceu Rachel.

— Onde está o Embry, que não vê essa sua loucura?!

— Eu só estava pintando, Paul. — defendeu-se Lavigne, enquanto descia a escada e Paul a apoiava com as mãos.

— Está muito alto para você, Lavigne. Deixa que eu resolvo isso em alguns minutos. Trate de entrar e comer alguma coisa, alimente a pequena Candy.

— Sim senhor, mandão. — Lavigne bateu continência.

— O que ainda está esperando?

— Como você é antipático, Paul O Lahote!

— Candy vai me agradecer depois. Agora me deixa trabalhar.

Paul a afastou da escada e subiu nela.
Lavigne encarou Rachel, que deu de ombros e a seguiu para dentro da casa.

— O Paul se preocupa mesmo com você. — disse Rachel, enquanto olhava a decoração da casa.

— É. Ele também é muito importante para mim.

— É compreensível.

Lavigne seguiu direto para a cozinha, onde esperou por Rachel que não demorou a alcançá-la.

— Senta aí, Rachel. Vou pegar alguma coisa para a gente comer.

Lavigne abriu as portas do armário em busca de algo de preparo rápido.

— Então... o Paul falou com você sobre...

— Sim, ele disse que me querem como madrinha do bebê.

— E o quê você acha disso? — inqueiriu Lavigne, encharcando uma fatia de pão com pasta de amendoim, incrementando com uvas passas.

Rachel encarou a cena com certa dificuldade de processá-la.

— Olha, Lavigne, eu vou ser bem sincera com você. Eu não gosto de você e não é segredo para ninguém. Eu também não gosto da atenção que Paul dedica a você, mas eu também reconheço que ele te ama demais para se importar com algo que eu diga. Nos somos duas mulheres adultas e não queremos criar caso para nenhum dos lados.

Lavigne a olhou com divertimento e ergueu uma sobrancelha.

— Você escreveu um discurso? — Rachel a olhou de soslaio. — Perdona-me. — Lavigne sorriu neutro e continuou a comer.

— Espero que você entenda meu lado, mas minha resposta é não.

— O Paul já aceitou, então... está tudo bem.

A vampira sacudiu as mãos para se livrar dos farelos do pão, abriu a geladeira retirou de lá uma forma com torta de chocolate, pôs-a sobre a mesa e retornou à geladeira para pegar o cheeseecake de fruta vermelhas e suco, sentando-se logo em seguida.

— Não está envenenada, pode comer sem culpa. — Lavigne sorriu ladina, cortou uma fatia da torta e entregou à Rachel, que recebeu de bom grado.

— Saiba que ela será sempre bem vinda na minha casa.

— Obrigada, Rachel. Se algum dia você e o Paul decidirem aumentar a família...

— Não se engane, Lavigne. — Rachel a cortou, sorrindo fraco. — Paul não quer ter filhos... não um que não seja seu.

Lavigne engoliu em seco e se levantou para beber água.

— Eu sinto muito. Talvez um dia ele mude de ideia.

  — Enquanto você ainda existir, não. — os olhos intensos e escuros de Rachel, fitavam os de Lavigne a todo custo.

— Então eu lamento, Rachel... — Lavigne fez questão de encará-la na mesma intensidade. — mas com o Lahote, talvez você nunca consiga ter filhos.








Eternal Flame ー Embry Call [1]Where stories live. Discover now