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Deidara acordou exausto. Seus olhos estavam levemente inchados devido a um choro leve durante o sono e sua cara estava meio amassada por conta do travesseiro. Seu corpo estava meio dolorido por conta da má posição em que adormeceu e isso era horrível para quem iria passar o dia todo trabalhando.

Teve que tomar coragem para levantar da cama, acender as luzes e desligar o alarme que marcava seis e dez da manhã para em seguida partir para o banheiro de seu quarto com uma toalha em mãos.

Okay, se sentia um puta dramático por chorar alguém que lhe deixou há cinco fodendo anos atrás.

Mas ninguém poderia lhe julgar já que tinha uma marca dele e um filho. Era quase impossível de superar alguém que fez muita diferença em sua vida e trouxe consequências horríveis e boas ao mesmo tempo.

Tomou banho lentamente e sem pressa.
Precisava que a água quente levasse a tensão e a tristeza junto consigo e esperava de coração que isso acontecesse para poder trabalhar em paz e não chorar na sala de aula.

Tinha que esquecer Obito e seguir sua vida junto com sua filha. Yodo precisava de uma "mãe" focada totalmente nela e em seu futuro e não no pai que a deixou como se fosse descartável.

Bem...se sentia a pior pessoa do mundo quando lembrava dos primeiros dias após a ficha cair. Rejeitou a menina no momento em que se deu conta de que o Uchiha não era mais seu namorado e que não iria voltar e sentiu muita repulsa dela até voltar a aceitar que ela não tinha culpa da separação - até porque o alfa nem sabia de sua existência.

Obito ainda iria pagar muito pelo que lhe fez sofrer.

Saiu do banheiro após quase uma hora abaixo do chuveiro e soltou o cabelo que havia prendido para não molhar, vestindo o mesmo roupão limpo da noite anterior e calçando uma pantufa antes de sair do quarto.

Foi acendendo as luzes até chegar na cozinha. Costumava deixar tudo pronto para só assim acordar seu filhote. Gostava de deixar a alfa dormir até o máximo de tempo possível para que ela acordasse bem descansada e não exausta como ele.

Colocou as cápsulas na cafeteira e arrumou a mesa com calma. Não tinha tanta pressa já que as aulas da garota só começavam sete e quarenta e agradecia mentalmente por isso. Sempre estava cansado demais e levar sua filha para a escolinha seis ou sete em ponto da manhã seria castigo divino.

Oh, só ele sabia a falta que um marido ou namorado fazia em sua vida. Tudo seria muito mais fácil e prático se tivesse alguém para dividir as tarefas domésticas e paternas. Lembrava do quão infernal foram os dois anos até a morena crescer e parar de ser tão dependente assim de sua pessoa.

Passava horas e horas com Yodo nos braços pois ela não queria desgrudar nem para que comesse algo decentemente. Filhotes só queriam ficar com mãe ou pai enquanto eram recém nascidos e, como ela não tinha um pai, Deidara era quem a mesma se agarrava.

Deu muita sorte por seus seios não terem mudado na gravidez e nem no pós. Na verdade nada em seu corpo mudou e ficava feliz com isso.

Respirou fundo ao terminar e foi até o quarto da garota para a acordar, acendendo a luz do cômodo e desligando a luminária de nuvens que sempre acendia para ela dormir.

Conferiu se sua mão não estava gelada e, quando conseguiu deixá-la morna devido ao contato com o roupão quente, acariciou seu rosto e a chamou baixinho várias vezes até ter a atenção dos olhos negros para si.

Oh, certo. Yodo nasceu com sua cara e era muito parecida consigo, mas pouco a pouco se tornava a cópia exata de Obito. Até o jeito que ela falava era parecido com o dele e isso era assustador.

Laços - obidei Onde histórias criam vida. Descubra agora