25°- Não chore...

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- OQUE?!

- Tá tá... Eu tô indo...

      A vida é cheia de surpresas, no desespero de um soprar de vento nos vemos em risco de cair de um precipício. Temos medo da morte, e a morte teme nossa dor. A vida tem sua arrogância mais, oque a machuca são nossas escolhas.

      Entenda, tudo que vivemos são consequências do que escolhemos. Coisas ruins acontecem para que melhores possam vir, e antes de vermos a luz antes temos que passar pelas trevas.

      A mente é um labirinto de questionamentos, e isso acaba com nós mesmos. Isso pode ser observado de certo modo nos pensamentos da Kiara, e uma hora as consequências vêem... Para todos...

      E se algo de ruim acontecer não esqueça... Tudo nessa vida tem um preço... E a felicidade custa caro...

      Alguém poderia morrer do coração a qualquer momento. Mas o medo de perder alguém lhe dava a adrenalina de continuar feito maluca pelas ruas escuras da cidade. Em uma moto, quase matando pessoas atropeladas, e nem aí pra morte...

     Suas lágrimas já corriam por suas bochechas, Felicidade ou dor? Nem se quer um sorriso era perceptível em seu rosto, neutro como uma pedra de gelo insensível.

- Doutor...?

      Seus ouvidos pareciam não ouvir duas palavras, assim como seus olhos marejados com suas lágrimas perderam totalmente seu foco. Oque ele estava dizendo? Porque ela não queria acreditar?

      Qual o tamanho da sua emoção?

      E correu.
Correu pelos corredores do imenso hospital, frequentemente vinha nele, já até avia decorado o caminho, seus amigos estavam todos na recepção, estatelados. E como um raio em meio a noite escura ela abre a porta.

      Cadê Maya? Onde ela foi parar?
O quarto onde Maya se encontrava, estava totalmente vazio, nenhum sinal de alguém ou até mesmo algo dela. O desespero corre por suas aveias, já a teriam levado?

Chiara sai correndo do quarto, em busca da sua amiga. Os corredores estavam vazios e apenas ela corria como uma desesperada para a porta dos fundos do hospital. Frio, escuro e assombroso, o ar estava pesado de mais, para onde ir, onde ela estava?

      Porque Chiara estava desesperada?

      Suas pernas se mechiam por elas mesmas, as escadas pareciam longas de mais, e tudo que era escutado por ela, eram as palavras do doutor. E mais uma vez lágrimas rolaram por seus olhos, dor ou alegria?

Desesperada por fôlego, ela diminue seus passos antes apressados, avia uma porta dupla, iluminada pela lua que vazava entre as brechas da janela daquele lugar. Os corredores pareciam tentar engolila a cada passo que dava em direção aquela porta.

A cada segundo que parecia a merda de uma eternidade, seu estômago se revirava e ela não queria acreditar, lágrimas e lágrimas, um choro silencioso, dor ou alegria afinal?
ela para em frente a porta, e nem mesmo o nome escrito nela entendia, os olhos estavam embaçados, o choro era livre.
Ela empurra a porta, se tremendo por inteira, o desespero por a verdade, a botava em um estágio de loucura.

E lá estava Maya, seus cabelos curtos e uma pele tão clara que a lua a iluminava, mesmo naquela situação os lábios ainda assim estavam rosados, assim como suas bochechas, vestida em uma roupa de hospital branca, que parecia um saco de batata em seu corpo.

Maya sempre foi muito magra, avia tudo problemas quando era adolescente por conta disso. A depressão a atingiu, já não se sentia bonita, todas as meninas eram lindas, corpos volumosos, em sua cidade a maioria era baixinha, e ser magra e alta não ajudava a sua autoestima. Era conhecida como palito de fósforo ou poste, era uma dor profunda que nunca passou. Ansiedade e Depressão, dia após dia ela passou a procurar um jeito de ficar mais corpuda, remédios se intupir de comida, nada. Simplesmente nada a ajudava a engordar mais uns quilinhos, não era questão de peso, ela só queria mais corpo. Talvez mais só talvez daquela forma, ela parace de se sentir diferente e excluída.

A sanidade mental é algo a se manter, feia ou bonita, alta e baixa, gorda ou magra, larga ou sem quadril. Oque à no mundo que faça as pessoas quererem ser o padrão? Na internet, várias pessoas tem corpos explendidos, algumas tentam mostrar os defeitos, mas oque vai mudar você mostrar seus defeitos e dizer eu amo o meu corpo? Nada!

       Uma coisa é amar seu corpo, outra coisa é comparação. A pior dor é quando nos comparamos a outras pessoas, não de internet e sim aquelas que convivemos, pessoas evoluindo, e você sente que só você não tem evolução alguma, seja no corpo, rosto, cabelo. Você sente que nunca evoluiu, e por isso se compara com os outros.

E Maya sabia que as pessoas a achavam bonita, mas seus problemas vinham de casa e dela mesma. "Vai comer, se não daqui uns dias vai sair voando". Alguns traumas de crianças vem da própria casa, e as vezes coisas que parecem serem pequenas machucam, e quando você repete e repete, machuca ainda mais.

"Porque você não toma aquele remédio, já que quer mais corpo"
Oque você vê no espelho? Porque a Maya enchergava apenas alguém que iria evoluir se o destino quisesse, remédios, do que servem remédios para a autoestima. Saber que você tomou um remédio pra te deixar gostosa te ajuda em algo?

      E lá estava Chiara em pé derramando lágrimas de felicidade. Maya em pé em sua frente, tentava engolir o choro, ela não queria chorar, era pra ser um momento feliz e de alegria afinal.

- Não Chore Chiara... Vai me fazer chorar desgraçada! - ela pragueja já derramando litros de água.

- Não sei parar, não me ensinaram a não ser emotiva... - Chiara passa as mãos no rosto, em uma tentativa falha de afastar as lágrimas.

- Eu não morri sua idiota, deveria você está pulando de alegria e não chorando como um cachorrinho sem dono. - Maya limpa as lágrimas do rosto, e mesmo assim não consegue parar, ela tem choro amigo, não suporta ver alguém chorar e já cai no choro.

Chiara começa a pular pelo local, como uma criança, pulando e chorando ela conseguia fazer os dois ao mesmo tempo.

- VOCÊ TÁ VIVAAAAAAAAA - Chiara abraça Maya, ela estava sim viva, ela acordou.

Mais e mais o abraço se apertava e quanto mais a Chiara chorava, mais Maya se sentia viva, ela sabia bem que estava segura com sua amiga, nunca abandonar ninguém é um dos propósitos da sua Kiaba raivosa.

E na porta estava o pessoal, todos observando a linda cena de duas amigas inseparáveis, em um momento fofo e de deixar o coração quentinho. Exu e Konche pareciam duas crianças doentes, o nariz escorrendo a todo momento de seu choro, as fungadas ficaram piores a cada minuto.

- Ei não esqueceram da gente nesse abraço né? - Grita Exu, escandalosa como sempre.

- Não... - Maya sussurra separando um pouco seu abraço na Chiara - Vem cá suas tchengas!

E elas correram assim como todos os outros naquele lugar, todos abraçados na Maya, felizes e cheios de carinho a dar pra ela. Todavia não é todo dia que se escapa da morte não é mesmo?

Tudo estava feliz, do cinza da chuva que consumia a cidade de Paris, nasceu um arco-íris lindo e coberto por um sol ensolarado, e com toda alegria do mundo.

- Vamos fazer um Churrasco!




Não esqueçam de deixar as estrelinhas!

Capítulo não revisado.

CHIARA- Doce Como Um Limão.Where stories live. Discover now