97 - MINHA FILHA NASCEU CEGA E SURDA

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- Ah, oi querido. minha esposa disse.

- Você poderia me fazer um favor e ir ao quarto de Ana e pegar seu cobertor?

Eu acenei com a cabeça e subi as escadas, sobre a sua cama estava seu cobertor favorito, mas algo mais me chamou a atenção, era um pequeno pedaço de papel e um lápis vermelho, ela desenhou três figuras de palito, a figura menor tinha longos cabelos loiros, assim como ela, a figura feminina mais alta tinha cabelos loiros curtos, e uma figura masculina de cabelos castanhos, acima de cada figura estava escrito os nomes de quem eram, Eu, mamãe e papai, meus olhos estavam regalados, não havia nenhuma maneira que ela soubesse como desenhar, tão pouco soletrar ou escrever nomes, algo extremamente estranho estava acontecendo aqui, eu tirei uma foto do desenho com meu celular e o deixei no mesmo lugar antes de me virar e descer com o cobertor.

Melissa logo notou que algo estava errado comigo e eu disse que contaria tudo assim que Ana for dormir.

Depois do jantar Melissa e eu colocamos Ana na cama, para o meu espanto o desenho não estava mais lá, eu achei que ele havia caído ou se perdido no meio dos lençóis, pelo menos eu esperava que tivesse sido isso que aconteceu. Depois que Ana adormeceu ligamos o monitor de bebê e deixamos o seu quarto.

- Tudo bem, o que está acontecendo? Você tem agido estranho durante toda a noite.

Ela disse como a expressão de preocupação em seu rosto.

- Querida, eu não sei como explicar isso, então eu apenas vou deixar você ver, vamos para a cozinha.

Melissa e eu sentamos na mesa da cozinha, meu corpo inteiro estava entorpecido e minhas mãos tremendo. Eu peguei o meu celular, abri a foto que havia tirado e entreguei a ela.

- O que diabos é isso?

Ela disse com um tom irritado.

- Isso não tem graça, quem fez isso?

- Eu encontrei isso no quarto de Ana quando fui pegar seu cobertor, eu penso que... ela mesma desenhou isso.

Melissa me olhou enojada.

- Não seja estúpido, ela não poderia ter desenhado isso, ela nem mesmo sabe como escrever, se isso for uma brincadeira sua saiba que não tem graça.

- Meu amor, eu nunca iria brincar com algo assim, há mais uma coisa que você precisa saber, na outra noite, quando eu cheguei do trabalho, você e Ana estavam dormindo no sofá, eu estava na cozinha lendo quando ela puxou minha perna e ela falou comigo, ela disse "papai" e manteve uma conversa comigo.

Melissa me olhou balançando a cabeça como se eu estivesse a enchendo de besteiras, depois de alguns minutos ela olhou no fundo dos meus olhos e eu percebi que ela não estava brincando, ela começou a hiperventilar, eu sabia que tudo isso parecia insano, ela chorou no meu peito pelo que pareciam horas, e tudo que eu podia fazer era escovar seus cabelos com as mãos e cantar suavemente sua canção favorita.

Nós achamos melhor discutir isso pela manhã, já que ambos estavam exaustos, olhamos o quarto de Ana uma última vez, ela estava dormindo tão serena, por uma fração de segundos tudo que aconteceu parecia não importar, Melissa e eu fomos para a cama, ficamos com os ouvidos no monitor de bebê, só para ouvir se algo acontecesse enquanto Ana dormia, ás vezes ela acordava e ficava inquieta e um de nós iria acalmá-la.

Acordei com um suor frio por volta das quatro horas da manhã, estava meio grogue, mas eu consegui ouvir um zumbido suave vindo do monitor de bebê, tudo parecia calmo no início até que eu ouvi a voz de Ana, acordei Melissa imediatamente e disse para ela ficar em silêncio e ouvir, depois alguns segundos Ana disse:

- Mamãe e papai não sabem, eles nunca podem saber.

ouvimos com horror, enquanto Ana falava fluentemente e ao ouvir sua voz Melissa agarrou sua boca e começou a chorar, quanto mais ouvíamos, mais percebemos que ela estava falando com alguém, ela não estava falando para si mesma.

O que ouvimos a seguir nos deixou completamente aterrorizados, era uma voz rouca, uma voz que eu nunca tinha ouvido antes.

- Eles estão ouvindo.

um barulho ensurdecedor junto com estática saiu do monitor, nós corremos para o quarto de Ana, mas não havia ninguém lá, Ana estava acorda olhando fixamente para a parede em sua frente, aproximei-me lentamente, um pouco assustado com o que tinha acabado de ouvir, quando toquei no ombro dela ela se virou e olhou diretamente para mim, ela sorriu e disse:

- Eu te amo papai, senti sua falta.

Melissa começou a chorar, enquanto eu forcei um sorriso e respondi:

- Eu... eu também te amo querida.

ela sorriu novamente.

- Eu estou cansada, papai, Boa noite, boa noite mamãe.

Melissa ficou sufocada e sussurrou.

- Boa noite meu anjinho.

Então adormeceu quase que instantaneamente, não conseguimos deixá-la sozinha novamente, e não tínhamos de onde tinha vindo a outra voz, cuidadosamente procuramos em seu quarto para ver se havia alguém escondido lá, mas sem sucesso, como se falar fluentemente já não fosse estranho o suficiente, talvez ela mesma fizesse a voz estranha, isso estava realmente acontecendo?

Melissa e eu ficamos em seu quarto e acabamos adormecendo no chão, quando acordei Ana ainda estava dormindo, mas ao seu lado estava um pedaço de papel amassado, eu olhei para ele e fiquei completamente aterrorizado com o que eu vi. Era outro desenho, havia duas figuras, um homem e uma mulher, o homem tinha cabelos muito escuros e não tinha rosto, enquanto a mulher tinha longos cabelos loiros e um sorriso largo, eles estavam de mãos dadas, acima da mulher estava escrito "Eu" e acima do homem era um nome que fez meu corpo inteiro congelar, estava escrito "Bob"...

Contos De Terror 1° EDIÇÃOWhere stories live. Discover now