Meu Namorado Bilionário - VOLUME 2

Alexia

- Uma balada? O endereço tá certo?

Ed olhou novamente o celular.

- Está certo sim Johnny. Esse é o endereço da Alexia. Pelo menos é o endereço que ela forneceu pra empresa, e depois confirmou.

- Iiihhh... isso tá me cheirando confusão. - comentou Sezão.

- Mas que tipo de gente você escolheu pra essa sua equipe, hein Ed? Saiu catando currículo onde, no bordel?

Ed corou.

- Claro que não Wanda. Quando vocês conhecerem a Alexia verão que ela é uma ótima profissional.

- Sei...

- Bem, chega de papo. Vamos lá.

Os quatro desceram do carro e pararam na porta da balada. Ed já havia combinado com Alexia de que eles iriam procurá-la.

- Estão na lista? - perguntou a hostess, uma morena alta, de cabelos longos e uma roupa provocante.

- Não sei... - respondeu Ed, timidamente – estamos aqui para falar com a Alexia.

- Ah, entendi! Ela me avisou. Está esperando vocês. Vocês entram, atravessam a pista de dança e quando chegarem no bar, viram à esquerda. Tem uma escada, bloqueada por um segurança. Digam pra ele que a senha é dinamite.

- Quanta frescura. - sussurrou Wanda para Sezão.

- Eu já fui segurança de boate Wanda e, acredite, as pessoas são capazes de tudo.

A mulher fez uma careta.

- Tanto faz! Eu só quero que dê tempo de eu pegar um drinque antes de ir embora. Equem sabe até pego um "bofe", né? - a mulher sorriu e piscou para Sezão, que franziu a sobrancelha e desviou o olhar.

O grupo fez o percurso indicado pela hostess, e passaram pelo segurança sem maiores dificuldades.

A escada dava para uma porta, que foi aberta antes que Jhonny batesse.

- Sejam Bem-vindos. Entrem, por favor.

A moça que os atendeu devia ter no máximo 25 anos; estava vestido com um shorts preto e uma regata de mesma cor, com uma estampa do AC/DC. Estava descalça, com o cabelo preto cacheado preso em um coque no alto da cabeça, deixando à mostra várias tatuagens nos braços e no pescoço.

Entraram em um apartamento com uma decoração neutra, mas muito bonita, destoando totalmente do ambiente da boate. Cada um sentou em uma poltrona e viu a moça se direcionar a outro cômodo.

- Só um momento, por favor.

Wanda deu uma risadinha e comentou:

- Já deu pra entender quais critérios o Ed usou pra escolher os membros da equipe. Belos peitos, né Ed?

Ed arregalou os olhos.

- Não Wanda, essa aí...

- Que comentário é esse Wanda? - Rebateu Johnny - Só porque a moça é bonita não pode ser inteligente?

- Pra mim parece que ela acabou de sair daquele filme "Matrix" - comentou Sezão; Wanda e Johnny concordaram balançando as cabeças afirmativamente.

Entrou na sala então uma mulher idosa, de olhos azuis profundos e cabelo loiro muito bem-arrumado em um corte moderno. Estava com um conjunto social composto de terninho e calça cinza-claro , uma camisa rosa, sapatos de salto médio cor grafite e para finalizar, um belo batom vermelho cereja.

- Opa! A vovó da Alexia apareceu. - disse baixinho Wanda.

- Deve ter levantado tomar algum remédio, - respondeu Sezão.

A mulher abriu os braços e exclamou:

- Ed, meu querido!

Ed se levantou para abraçá-la.

- Oi Alexia, como você está?

Johnny, Wanda e Sezão ficaram paralisados e boquiabertos.

- Isso que eu chamo de "acordar da Matrix". - disse Sezão.

- Gente, essa é a Alexia, nossa colega da Dollar S.I., do Projeto Optimus.

- Obrigada pela apresentação, Ed. Deixa eu adivinhar quem são esses. Você deve ser a Wanda! Ed fala muito de você!

Wanda se levantou para cumprimentá-la, sorrindo, ainda sem graça.

- Acerto-o-ou! Que bom que ele fala de mim, ele não costuma falar muito sobre as pessoas. - E subindo um pouco o tom, completou. - Não é ED?

- Mas eu tentei avisar...

- E esse deve ser o protetor de vocês, César, não é isso?

- Sim senhora, mas pode me chamar de Sézão mesmo. Se me chamar de César, é capaz de nem eu reconhecer.

- Combinado Sézão, e pode me chamar de "você". Eu dispenso o "senhora".

- Sim senhora... Digo... senhorita... digo, você. Desculpa a confusão, é que é normal a gente chamar pessoas mais... mais...

- Velhas?

- Eu ia dizer experientes.

- Ah sim, claro. Mesmo assim, vamos dispensar as formalidades, ok?

- Claro, sim senhora. Digo, não senhora. Não, eu quis dizer...

- Não nega que é pai do Betinho mesmo. - cochichou Wanda para o Ed.

- E você só pode ser nosso misterioso chefe: Johnny Dollar.

- Prazer conhecê-la. Obrigada por nos receber em sua casa a essa hora.

- Não tem problema nenhum. Adoto receber visitas, ainda mais uma visita tão ilustre. Falando em recebê-los, acho que conheceram minha neta Manoela.

- Eles acharam que ela era você. - disse Ed, rindo.

- Mas que dedo-duro! - falou Wanda, indignada.

- É que não é normal vermos pessoas na sua idade na área de TI. A maioria tá fazendo yoga ou crochê.

- Pessoas "na minha idade" Sezão? O que isso significa?

- Sei lá, pessoas "na casa" dos 60 anos.

- Tenho 80 anos, completados há exatos dois meses.

- Uau! - falou Wanda- Tá dormindo no formol.

Alexia sorriu.

- Sei que os jovens estão aqui para nos substituir, mas eles ainda terão que comer muito arroz com feijão até conseguirem substituir essa velhinha aqui.

Todos riram, mas a alegria foi interrompida por Alexia.

- Sei que estão aqui por causa dos casos de violência que ainda estão acontecendo na empresa. Só não sei o que eu tenho a ver com isso.

- Uma das vítimas é um membro da equipe Optimus; você deve conhecê-lo.

Alexia sentou na poltrona ao lado de Johnny; estava com a feição preocupada.

- Oh meu Deus, quem foi?

- Charles. - respondeu Ed.

- Ow... lembro dele. Ele está vivo?

- Está sim. E está bem, dentro do possível, se considerarmos tudo o que aconteceu com ele. Falei com ele dias atrás.

- E vocês acham que eu posso estar na mira do maluco que está fazendo isso?

- É difícil saber, Alexia, pois ainda não conseguimos descobrir qual é o padrão dele. O objetivo dele ainda é um mistério pra nós. Esperávamos que você pudesse nos ajudar.

- Mas a polícia não está investigando o caso? Por que vocês acham que eu vou conseguir ajudar mais do que a polícia?

- Porque acreditamos que esse "maluco" é um dos membros da equipe Optimus.

- Então vocês acham que eu sou suspeita?

Johnny pensou uns instantes e respondeu:

- É o que vamos descobrir agora.