Incômodo

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 Wanda sentiu a pressão cair e precisou se sentar.

Os convidados ficaram confusos, sem saber se comemoravam a chegada da Alice ou perguntavam sobre o Johnny.

Foi quando uma dupla apareceu correndo, empurrando as pessoas que estavam em torno da Alice, e gritando:

- Tia Alice!!!

Betinho e Willy a abraçaram e quase foram todos para o chão.

- Cara tia, finalmente vocês voltaram, achei que cêis tinham abandonado nóis.

- Que ideia Betinho, a gente está morrendo de saudades de vocês!

- Esperamos presentes! - disse Willy, mostrando um sorriso entre as bochechas rosadas.

- Quê isso Willão, não é hora de falar disso não... eles acabaram de voltar... a gente nem se importa com isso - Betinho chegou perto de Willy e sussurrou – vamos esperar pra perguntar depois da festa, senão esse monte de convidado zóiudo vai querer também.

O menino arregalou os olhos e balançou a cabeça, concordando com o amigo.

Alice então falou baixinho:

- Eu trouxe presentes pra vocês sim!

- YEAHHHH!!!! - gritou a dupla, antes de começarem a fazer passinhos da "dança do robô".

Os convidados, mesmo sem entenderem nada, começaram a rir.

Betinho então parou de dançar e falou:

- Peraê!! E cada o tio Johnão?

Uma bigorna de silêncio caiu sobre o ambiente novamente.

- Serve esse? - Johnny apareceu na porta, e dessa vez os meninos é que foram empurrados por alguém com pressa.

- Ai meu Deus Johnny, graças a Deus você tá bem!!! - repetia Wanda, enquanto apalpava o rosto dele, parecendo procurar alguma coisa errada.

- Como assim Wanda? Eu tô ótimo!

- Que susto você me deu... Alice... - as duas mulheres se abraçaram carinhosamente – estou muito feliz de ver você também. Mas depois de todos os sustos que esse aí já nos deu, fiquei com medo que algo tivesse acontecido.

- Eu sei Wanda – Alice segurou as mãos da amiga – eu sei que o Johnny é como um filho pra você.

Wanda fez uma careta.

- Até parece que tenho idade pra ser mãe de um tiozão desses. Sou no máximo uma irmã mais nova.

- Acho que você quis dizer irmã mais velha, tia.

Wanda fuzilou Betinho com o olhar. O menino então pediu licença e foi para o salão procurar comida.

A comemoração se desenrolou de forma leve, com muitas perguntas sobre a viagem do casal, algumas fofocas e muitas risadas.

No fim da festa, Alice conversava animadamente com a mãe, Wanda paquerava um garçom, Betinho e Willy dançavam e os pais de Johnny conversavam sobre algo que estavam vendo no celular.

Johnny estava sentado no fundo do salão, com o olhar fixo em algum ponto e com o pensamento muito longe dali.

- Você vem sempre aqui?

Johnny despertou do transe ao escutar a pergunta.

- Sim, só para te ver.

Os dois amigos riram.

- Senta aí Sézão. Aceita uma bebida?

Sézão levantou um copo de cerveja e sentou-se próximo a Johnny.

- Já tô servido. E então, como estava a dona Europa?

- Ela é uma idosa sempre interessante.

- Animado para reabrir a Dollar SI?

O sorriso de Johnny desapareceu.

- Queria estar, mas confesso que não estou nem um pouco.

- Acha que ele pode voltar?

- Não é bem o caso...

- Então o que é?

-Acho que ele nunca se foi. Acho que ele ainda tem acesso à empresa e saber que posso estar cruzando com ele em algum corredor, no banheiro ou no estacionamento... me causa um grande incômodo.

- Não é fácil...

- E sabe qual o maior problema? Ele tem acesso a todos nós. Ele sabe quem nós somos. E sabe que mesmo com todo dinheiro e tecnologia não passamos nem perto de descobrir quem ele é. Ele está com todas as vantagens.

- É como um fantasma.

Johnny olhou para Sézão.

- Você não acha mesmo que pode ser um...

- Não, não... só quis dizer que é como se ele fosse. Afinal ele vê a gente, mas a gente não vê ele.

- Se eu pudesse inventar uma máquina de ficar invisível...

Seguiu-se um minuto de silêncio.

- JÁ SEI! - exclamou Sézão, ficando em pé.

Johnny fez uma expressão de dúvida.

- Sabe o que?

Sézão se abaixou, apoiando as mãos na mesa para ficar mais próximo do amigo.

- Johnnão... Já sei como vamos ficar invisíveis.

Meu Namorado Bilionário - VOLUME 2Onde histórias criam vida. Descubra agora