- Henrique
- Bora, Carol! Já são mais de quinze minutos que estou aqui te esperando! - Gritei, a impaciência martelando em cada palavra.
Ela desce as escadas com aquela lentidão teatral, revirando os olhos. - Nossa, Henrique, como você é insuportável às vezes, sabia?.
Encaro-a, incrédulo com a demora. - Pra quê tanto tempo pra se arrumar, hein?.
- Eu te avisei que podia ir muito bem de ônibus, mas você não quis me ouvir - ela retruca, com aquele tom de 'eu avisei'.
Dou de ombros, tentando esconder minha irritação. "É... mas a mãe ficou no meu pé pra te levar algumas vezes. Vamos logo, ainda temos que passar na casa do Victor."
Pego a chave do carro e saio, tentando apressar o passo.
Carol não perde a chance de alfinetar. "Bem estranho você indo três dias seguidos cedo pra escola, né?"
"O que tem? Não posso mais querer chegar no horário?" respondo, enquanto coloco o cinto.
- Ah, claro que pode. Só acho estranho você estar tão... pontual - Falou ela, ajeitando o cabelo no retrovisor com um sorriso malicioso.
Dou partida no carro, ignorando a insinuação.
- O que tem demais nisso? - pergunto, já prevendo onde essa conversa vai dar.
- Bom, pela minha lógica, você só começou a ir no horário depois que o Julian entrou na escola. E olha que faz três dias que ele está lá - ela me encara, desafiadora.
- Se tá querendo insinuar que estou indo cedo só pra ver aquele moleque, ah, Carol, você só pode estar brincando - resmungo, tentando disfarçar qualquer traço de verdade nas palavras dela.
- Eu não disse nada, você que está falando - ela ri, claramente se divertindo com minha reação.
Paramos em frente à casa do Victor e buzino. Ele sai com uma cara de poucos amigos.
- Meu Deus, o que aconteceu com você? - Pergunto, surpreso com seu estado.
- Ressaca da festa de ontem - Ele fala, se acomodando no banco de trás com um gemido.
- E como foi a festa ontem? - Perguntei pelo retrovisor, curioso apesar da situação cômica.
- Ah, mano, nem me lembro direito, só sei que cheguei em casa - Victor responde com a voz arrastada, ainda sentindo os efeitos da noite anterior. - Por que você não apareceu lá?
- Não estava no clima para festa ontem - Falei, mantendo o olhar na estrada, tentando ignorar as provocações de Carol.
- Relaxa, Henrique. O Julian vai estar lá, não precisa correr - Ela diz, com aquele sorrisinho irritante.
- Aah, Carol, não começa - Respondo, tentando manter a voz firme.
- Julian? O que tem ele? -Victor pergunta, confuso com a conversa.
- Henrique que está caidinho pelo Julian - Carol interrompe antes que eu possa responder.
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proibido se apaixonar (romance gay)
Teen FictionJulian Albuquerque é um garoto marcado por cicatrizes emocionais profundas. A dor de traições passadas o levou a construir muros ao redor de seu coração, protegendo-se de futuras decepções. Ele vive em um mundo onde a bondade parece inexistente e o...