cap 31 - Pamela e Mike

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-Tem certeza que o Bob não vai precisar da gente? -perguntei receosa enquanto guardava as últimas coisas na mala-

-Meu pai vai ficar bem, Pampam. A gente precisa de um tempo para conversar e se acertar -ele me abraçou- Serão só dois dias e o Dan vai ficar bem. Bob criou três crianças, acho que ele vai conseguir dar conta, fica tranquila. Te vejo de noite? -concordei e ganhei um beijo-

Meu estágio estava me matando, quase não conseguia dar conta dos treinos e do Dan, um fim de semana de folga cairia muito bem. Coloquei meu carregador na bolsa e fui em direção ao meu irmão, já estava atrasada.

-O ônibus já está vindo. Nada de bagunçar na aula ou falar palavrões. Faça o dever de casa e obedeça ao Bob, escutou? -falei sério-

-Sim, senhora -ele brincou- Bom trabalho, Pampam -meu irmão me deu um abraço e segui em direção ao carro-

Cheguei bem na hora de bater o ponto e meu chefe nem notou, tudo que eu queria era voltar para a casa e resolver a situação com o Mike. As coisas não andavam muito bem entre a gente, temia que o nosso relacionamento acabasse. 

-Como foi o trabalho? -Bob perguntou entusiasmado assim que cheguei em casa-

-Ótimo! -menti para não desanimá-lo- Mas não vejo a hora de voltar para as quadras -sorri e notei que o meu namorado não gostou muito da resposta-

-Quando vocês voltarem, eu terei ajuda na feira? -Daniel perguntou meloso-

-Claro que sim, meu amor! -dei um beijinho na rosto dele-

-Dirijam com cuidado e me avisem quando chegar -nos despedimos e fomos em direção ao carro-

Os chalés ficavam próximos mas eram em uma estrada meio deserta. Meus planos para aquele fim de semana estava altíssimos, seria a minha chance de resolver tudo e voltar com uma resposta concreta. Jogar no Brasil era o que eu mais queria, sentia uma imensa saudade do meu país.

-Então... animado para a viagem? -perguntei na esperança de quebrar o silêncio-

-Bastante -não parecia- Estou um pouco dolorido do treino de hoje, acho que machuquei meu ombro em um dos treinamentos.

Mike sempre estava com dores ou cansado, se alistar no Exército foi uma escolha dele e eu o apoiei todo momento, mas ele não parecia muito feliz com o trabalho. Mesmo assim, nós fazíamos o possível para nos mantermos juntos,  nosso suporte era mútuo. Michael me completava.

Uma chuva forte começou a cair e a pista estava escorregadia, ficamos tensos mas mesmo assim seguimos.

-Eu estava pensando, são cinco anos sabe? A gente já construiu tanta coisa! Ainda me lembro do dia que você entrou na lanchonete -rimos-

-Foi ali que você se apaixonou por mim? -brinquei-

-Claro que não! Você parecia nervosa e brava ao mesmo tempo, tive medo -olhei com cara de espanto- Mas foi só você abrir um sorriso e aí sim eu me apaixonei -achei super fofo aquelas palavras-

-Eu sorri porque você derramou milk-shake na minha roupa -ele me olhou com uma cara cismada e acabei cedendo- Tá bom! Eu achei você bonitinho, satisfeito? -Mike concordou-

-Eu já consigo imaginar os próximos 5 anos...

-Como seriam? -perguntei curiosa-

-Nossa casa estaria reformada, a lanchonete estaria maior, nossos filhos estariam na escola, eu subiria de patente e você seria capitã do melhor time americano! -sorriu- Não é perfeito?

𝑵𝒐𝒔𝒔𝒐 𝒍𝒆𝒈𝒂𝒅𝒐 - Bruno RezendeWhere stories live. Discover now