cap 02

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  A reunião foi boa e produtiva. Assinei uns contratos, apertei a mão de algumas pessoas importantes e falei sobre a minha experiência como publicitária, nada muito. Eu estava ansiosa mesmo para as apresentações, meu coração quase saía pela boca. Isso tudo só de imaginar o tanto de coisa que fiz, que perdi e que abri mão para estar ali. Indo para o local das apresentações, me deparei com uma ligação de vídeo do meu irmão e óbvio que eu iria atender, necessitava compartilhar aquele sentimento de euforia com ele.

-Oi Pampam! Como foi a reunião? -meu irmão estava alegre-

-Incrível! Tenho certeza que eles me adoraram. E as coisas aí? -perguntei-

-Estou com saudades já e tenho certeza que vi uma lágrima caindo dos olhos do Bob, ele tá muito orgulhoso de você! -disse o Daniel com um sorriso no rosto-

-Eu estou atrasada para outra reunião, assim que terminar te ligo, ok?

-Pode deixar, Feiosa. Te amo! -eu amava aquele apelido, por mais infantil que parecesse-

-Também te amo, Dan!

  Desliguei o telefone e terminei o meu percurso. Assim que cheguei, me deparei com muita gente sentada em cadeiras, ali haviam os melhores atletas, médicos, técnicos etc. Meu coração gelou ao ver o Bernadinho segurando a minha futura camisa e falando sobre as novas estrelas. Estava na hora de apresentar os novos atletas e eu fazia parte desse grupo.

  Não entendia o porquê da convocação dada a minha idade, mas acho que eu era uma das "esperanças" para o Brasil sair de uma temporada repleta de levantadoras contundidas e despreparadas, já que Macris havia se machucado e a reserva não era tão boa.

  Eu era mais nova que a maioria, entretanto, já havia sido eleita a melhor levantadora em diversos campeonatos fora do Brasil. Temporada passada, eu havia levado o meu time até o pódio de ouro e foi através do Mundial de Clubes que eu conheci o Bernardinho e grande parte da seleção brasileira que jogava no SESC-RJ. Sentei ao lado das meninas que já conhecia e escutei atentamente o técnico da seleção. Até que fui mencionada por um jornalista bonito:

-Bernardinho, na lista divulgada pela CBV, você citou o nome de uma jovem levantadora, a Pamela, que vem fazendo o maior sucesso na Europa e nos Estados Unido e recentemente foi eleita melhor levantadora do Mundial de Clubes. Por que a convocação tão repentina dela? E o que o senhor acha do seu jogo? -fiquei feliz ao ouvi-lo falar-

Então, ele respondeu:

-Eu já estava de olho na contratação de Pamela há tempos. Ela já foi convocada para Londres 2012 e recebeu inúmeras propostas de times brasileiros, inclusive o SESC-RJ, mas estava ocupada cuidando de sua família e só agora pôde aceitar a minha proposta. Apesar de ser muito jovem, Pamela vem provando ser uma excelente estrategista, combinando perfeitas execuções dos movimentos e jogadas astuciosas que confundem os adversários. Aposto nela para ser a nova levantadora da Seleção Brasileira e inclusive, gostaria de chamar os novos atletas que farão parte do nosso time.

  Me perdi um pouco e só acordei quando a Fabi bateu no meu braço e me mandou andar. Subi confiante como sempre e Bernadinho fez questão de que eu me sentasse ao lado dele.  Assim que sentei, ele pediu para que nós nos apresentássemos e me passou o microfone. Após as apresentações, vieram as perguntas. Cada repórter escolhia um jogador (a) e fazia os questionamentos.

  Maique foi o primeiro e a pergunta era sobre a pressão que ele estava sofrendo por ficar no lugar de Thales que havia virado reserva. Logo depois, uma jornalista me escolheu para entrevistar e perguntou sobre o meu futuro, aonde eu iria morar e jogar. Assim que ouvi a pergunta, senti a minha garganta ficar seca, pois aquele era um assunto delicado e por mais que eu fosse uma pessoa planejadora e organizada, não sabia bem o que fazer.

-Eu sou a responsável pelo meu irmão de 18 anos e eu não podia deixá-lo desacompanhado, já que eu sou a sua única família, mas como ele é de maior e vai para faculdade, eu fico mais livre para escolher onde quero viver. Sobre o trabalho, eu pretendo trabalhar e morar aqui no Rio, pois aqui na capital, as oportunidades são maiores e melhores. Eu vivi anos no exterior e agora eu acho que está na hora de voltar para casa e construir uma família e uma carreira no meu país.

  Assim que terminei de falar, os aplausos vieram e eu me assustei no começo mas acabei sorrindo para os jornalistas e câmeras. As perguntas acabaram e fomos tirar fotos com as novas camisas. A minha era a número 01, como sempre.

𝘖𝘪𝘪𝘪 𝘨𝘦𝘯𝘵𝘦, 𝘦𝘴𝘱𝘦𝘳𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘵𝘦𝘯𝘩𝘢𝘮 𝘨𝘰𝘴𝘵𝘢𝘥𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘴𝘦 𝘤𝘢𝘱, 𝘤𝘰𝘯𝘧𝘪𝘦𝘮 𝘦𝘮 𝘮𝘪𝘮 𝘱𝘲 𝘷𝘢𝘪 𝘮𝘦𝘭𝘩𝘰𝘳𝘢𝘳, 𝘱𝘳𝘰𝘮𝘦𝘵𝘰!! 𝘚𝘶𝘨𝘦𝘴𝘵𝘰𝘦𝘴 𝘱𝘭𝘴𝘴𝘴
𝘹𝘰𝘹𝘰❤︎

𝑵𝒐𝒔𝒔𝒐 𝒍𝒆𝒈𝒂𝒅𝒐 - Bruno RezendeWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu