10. Você não tem família

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- Te digo em um minuto - falo, indo até Mione, que se sentava na mesa da cozinha, os olhos grudados em um livro. Tirei o mesmo de seu campo de visão, procurando freneticamente a página que li em algumas dessas noites sem sono.

- Ou você poderia me dizer agora - Harry aparecia pela cortina, que separava a cozinha do restante da barraca.

- A espada de Gryffindor! - digo, sem olhar para ele - Foi feita por Duendes!

- Brilhante! - comenta ele, sarcástico.

Hermione, que até então só me olhava, rapidamente entende o que quero dizer e se levanta, animada.

- Não, você não entendeu - ela fala, deixando Harry mais confuso que nunca.

- Sujeira e Ferrugem não afetam a lâmina - falei indicando a parte em que tais palavras estavam escritas, no livro. - Ela só absorve o que a fortalece.

Ele ainda parecia não ter entendido.

- Harry, você já destruiu uma Horcrux, lembra? - falou Hermione, em tom alto - O diário de Tom Riddle na Câmara Secreta.

- Com a presa do Basilisco - ele comentou, observando o livro - Se vocês disseram que tem ele ai dentro dessas suas bolsinhas...

- Harry, você não está vendo? - questionei; ele realmente era muito lerdo quando queria - Na Câmara secreta você apunhalou o Basilisco com a espada de Gryffindor - ele me olhou, solene -, a lâmina está impregnada de veneno de Basilisco.

- A espada só absorve o que a fortalece! - ele começa a compreender.

- Exatamente e é por isso...? - prossegue Hermione.

- Que ela pode destruir as Horcrux...

- Por isso Dumbledore a deixou para você! - exclamei; tamanha era nossa agitação que nem percebi que agora estávamos todos sentados.

- Vocês... são... brilhantes! - ele murmurou, em uma voz rouca. Seu olhar estava viciado no livro mas correu em direção ao meu; Harry segurou meu rosto e me deu um beijo. Jurei ter ouvido um estralo entre nossos lábios pela rapidez e força do ato - É sério.

- Na verdade somos muito mais que brilhantes - comentei, risonha. Hermione sorriu também.

- É... só tem um problema, é lógico...

Harry parou de falar quando a barraca ficou totalmente escura, olhei para trás e Ron vinha em nossa direção com o Desiluminador na mão.

- A espada foi roubada - completou, devolvendo as luzes as lamparinas. Olhávamos para ele confusos, sua expressão estava tomada por algo que não consegui identificar mas ele parecia irritado - É... eu ainda estou aqui. Mas vocês podem continuar, eu não quero ser desmancha prazeres.

Harry suspirou, se mecheu inquieto no assento em que dividiamos e virou-se para Ron:

- Qual é o problema?

- Problema? Não tem problema - respondeu o ruivo, calmamente. - Não de acordo com você, não é?

- Se você quiser dizer alguma coisa, diga logo - disse Harry. - Desembucha!

- Tá certo, eu vou desembuchar - em outra situação eu com certeza riria da palavra, mas o clima estava tenso demais, Ron e Harry estavam tensos demais - Não esperem que eu fique agradecido só porque agora tem mais uma droga dessas pra achar.

- Pensei que soubesse onde estava se metendo.

- É, eu também pensei.

- Bom, me desculpe mas não estou conseguindo entender - Harry ironizava, se levantando. - Qual é a parte que não está correspondendo as suas expetativas? Você achou que a gente ia se hospedar num hotel cinco estrelas? Encontrar uma Horcrux todo dia? Voltar a tempo para passar o natal com a mamãe?

𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿𝗿𝘆 𝗽𝗼𝘁𝘁𝗲𝗿Where stories live. Discover now