i'll see you there.

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𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒.
point of view.

Fomos interrompidos pela professora pousando um papel em cima da mesa.

Enquanto observo, percebo que se trata do trabalho que fizemos ontem, e reparo no grande número dez no canto da folha. Abro um sorriso e um gritinho ameaça sair do fundo da minha garganta.

Coringa inclina a cabeça na direção do papel e aperta os olhos de maneira exagerada, como se não acreditasse no número escrito no canto superior da folha.

— Rosa, nós tiramos um dez! — ele diz, com os lábios entreabertos.

Sinto um sorriso orgulhoso se formando em meus lábios, e confirmo com a cabeça.

Embora tenhamos tirado essa nota, ainda sim, erramos uma coisa ou outra, então, ficamos revisando-os até o final da aula.

— Vou ter aula de matemática agora. — resmungo, deixando os ombros caírem e chutando o chão de uma maneira nem tão discreta.

Assim como química, a matemática para mim é como outra língua, cujo eu não sou nem um pouco fluente.

Victor começa a rir, e eu o olho sem entender.

— Desculpa rosa, mas você parece delicada demais para sair chutando coisas por aí. Te ver reagindo desse jeito é hilário. — ele continua rindo.

— Delicada é? Ao invés do chão, eu poderia chutar você. — ameaço.

Coringa arregala os olhos e pousa a mão no peito de maneira cautelosa, simulando um medo fingido.

— É verdade. Eu esqueci que você tem um lado agressivo, e que não devo mexer com ele. — ele conclui, sorrindo.

— Bom que sabe. — falo. — Vou encontrar Carol na aula agora. — me despeço e Victor parece assentir, mas quando começo a andar, sinto sua mão envolver meu pulso.

— Posso te deixar na aula? — ele pergunta.

Embora tenha sido uma pergunta simples e gentil, meu coração começou a disparar ridiculamente rápido, sofrendo um impacto inesperado.

Ele quer me deixar na minha aula.

Não é como se fosse um fenômeno que provasse que ele gosta de mim ou coisa do gênero, mas não consigo deixar de perguntar:

— Por quê?

— Eu quero... — ele tosse, limpando a garganta. — Só quero me certificar de que você vai chegar bem. Sem um babaca te enchendo o saco, devo acrescentar. — ele sorri.

Dou uma risada e logo confimo com a cabeça.

— Okay, pode me deixar lá.

Enquanto caminhávamos, reparo nas veias expostas de suas mãos e nas tatuagens que se entrelaçam em seus braços para dentro de sua camisa.

Antes que minha mente pudesse se encher de obscenidades, ele pergunta:

— Ah, rosa, você vai amanhã...para a festa na piscina?

Tinha até me esquecido dessa tal festa, mas se não me engano, respondi que não à Carolina. Algumas aulas depois, ela continuou tentando me convencer, mas em todas suas tentativas, eu recusei.

— Não...não estou muito na onda de ir. — respondo.

— Por que não? Vai ser legal. — ele diz.

— Não gosto de...mostrar meu corpo, sabe? Não que eu me sinta totalmente desconfortável, mas simplesmente, não me sinto muito segura. — argumento.

Porra rosa, imagina só você... — ele interrompe seu próprio murmuro, percebendo que pronunciou as palavras em voz alta.

Um rubor...um rubor sobe nas bochechas de Victor, e sinto admitir, mas é a coisa mais fofa.

Sabendo que ele estava pensando em mim dessa forma, meu corpo reage, e uma pequena vontade de ir à festa surge.

Minha caminhada falha um pouco, e tenho que recuperar o equilíbrio das minhas pernas fracas.

— O que eu quis dizer foi que, você não precisa se sentir insegura ou envergonhada de nada. Além do fato de que ninguém precisa se sentir assim, você é linda. E vai ter muita gente lá, não é como se todo mundo fosse parar pra reparar no que você for...hum...usar.

Um pedacinho de mim se aquece. Porém, uma parte do que ele falou não é totalmente verdade: algumas pessoas param sim pra reparar. Mas não é como se eu ligasse para a opinião dos outros, então reconsidero a oferta. Coringa vai. Carol vai. Arthur vai. E os amigos deles também.

— Tudo bem, eu vou. — um sorrisinho tímido surge em meus lábios.

Quando chegamos na porta da sala, Victor está sorrindo, então, logo me inclino para selar meus lábios em sua pele, na região da mandíbula. Sinto sua respiração falhar e meus lábios formigarem quando perdem o contato com ele.

— Te vejo lá. — digo.

𝐈𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Where stories live. Discover now