we are not lovers.

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𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒.
point of view.

Corro para o banheiro no momento em que Coringa parece perceber a minha presença, fazendo menção de se virar.

Claro, claro! Como eu não saquei que era ele? O cara vive beijando garotas por aí. Como não saquei que ele estuda aqui?

Bom, talvez seja porque antes do incidente na festa e da noite em seu apartamento, ele fosse invisível para mim. E agora eu até acho melhor que tivesse continuado assim.

— Quero sumir! — murmuro para mim mesma, enquanto lavo minhas mãos, depois de fazer minhas necessidades.

Achei que nunca mais o veria, e isso, de certa forma me deixou mais tranquila, mas vê-lo de novo...

Não me deixou nem um pouco feliz! Só concluiu que ele é o mesmo idiota cafajeste de sempre, o mesmo que saiu me tratando de maneira rude quando errei uma das portas da República.

Quando saio do banheiro, evito olhar para aquela sala novamente e entro na minha respectiva sala de aula.

Sento-me ao lado de Carol, enquanto a mesma conversa sobre algo com Arthur, que está sentado na nossa frente, com uma cadeira vaga ao seu lado.

Fico olhando para porta, temendo que o sujeito entre, mas ninguém entra.

— Bom dia, turma! — o professor de português entra com um monte de material nos braços, no qual logo os joga em cima de sua mesa e, em seguida, começa a escrever alguma coisa na lousa.

Abro meu caderno e o zíper do meu estojo.

— Turma, vocês já contaram quantas vezes o Sr.Augusto chegou atrasado na aula? — o professor pergunta, mas não levanto a cabeça para olhar ainda.

Quando acabo de escrever, lentamente e distraidamente levanto a cabeça e vejo Coringa entrando na sala.

Merda. Ele é desta sala.

Ele me encara por um instante, tentando me reconhecer, mas logo abaixo a cabeça novamente, e finjo estar bem concentrada no que estou escrevendo.

Quando ele se senta ao lado de Arthur, se vira de costas para o professor e apoia seu queixo em sua mão em cima da minha mesa, me encarando.

— Rosa, é você? — ele pergunta, inclinando a cabeça para encontrar o meu olhar, dando um sorrisinho.

Logo levanto a cabeça com a minha melhor cara de deboche.

— É, é você mesmo.

— Como é chegar na aula atrasado por transar com alguém?

Não reconheço do que meu tom de voz é carregado. Nem a raiva que atinge o meu peito e o por que de eu ter perguntado isso à ele.

Obviamente, não é problema meu.

Ele levanta uma de suas sobrancelhas, e de repente parece preocupado.

— Você viu? Pelo amor de Deus rosa, me diz que você não viu.

— Só vi uma parte. — murmuro, movendo minha caneta com mais força, fazendo minha letra quase rasgar o papel. — A parte em que vocês estavam se comendo com a boca.

— Hum... — ele vira de costas. — Desculpa por isso.

— Desculpa pelo o que? Você não é meu namorado e nem nada do gênero. — falo.

Victor fica paralisado, mas não me lembro de ter falado nada de errado.

O resto da aula foi de cópia, até chegar a aula mais chata de todas: Química.

Coringa não falou comigo pelo resto da aula de português e o começo da próxima aula. Suspeito que seja por causa do meu comentário.

𝐈𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora