you're stressed, right?

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𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒.
point of view.

Estou no meu quarto copo do corote quando bate uma vontade de fazer xixi. Forço levemente a visão, sabendo que está sutilmente embaçada pelo álcool. Era de se esperar que eu não fosse muito forte quando se trata disso.

Subo as escadas para o andar de cima, tropeçando algumas vezes até chegar em um corredor repleto de portas e pessoas.

— Ah, ótimo. — bufo.

Me chamo de burra internamente por não ter pedido informação para Carolina ou Arthur antes de subir para achar um banheiro, porque o lugar é literalmente um labirinto de portas e pessoas.

Me aperto entre os corpos e giro as maçanetas de porta em porta.

Em um dos casos, no entanto, abro uma porta e me deparo com duas pessoas se pegando praticamente sem roupa no quarto. A garota se levanta num puta susto e começa a vestir suas roupas rapidamente.

Quero correr ou pedir desculpas, mas apenas fico paralisada diante da situação, até me dar conta do vexame que passei.

Bato a porta tão forte que ela se fecha em um estrondo, mas logo se abre novamente. A garota sai correndo, enquanto o garoto para na porta com um olhar assassino na minha direção.

Considerando que ele é um degrau e meio mais alto que eu, me sinto como uma formiguinha diante de um elefante. Quase me encolho - quase - porque não me intimido tão fácil.

Porém, tudo que consigo dizer é:

— Desculpa... — estampo um sorriso nervoso na cara.

O garoto está apenas de bermuda, expondo seus músculos e abdômen definidos.

Seus cabelos castanhos escuros está bagunçado, e a cor de seus olhos se transformam em um chocolate amargo quando se aproximam dos meus, me encarando de maneira intensa.

— Caralho, você fudeu com o meu esquema, hein? — ele grita, como se a raiva tivesse o atingido como um choque.

Franzo o cenho, pronta para rebater, ainda que me sinta culpada.

— Você esperava o que, privacidade? Em uma República com centenas de pessoas? — ironicamente, imito o som do alarme de resposta errada dos programas de TV. — Não bastasse ser burro o suficiente para isso, você nem tranca a porta. —  esbravejo, com o álcool correndo em minhas veias.

O resultado não era esse. Mas o álcool faz com que uma faísca de raiva se transforme em um incêndio.

Faço menção de sair andando, satisfeita com a minha resposta, mas para o meu azar, o cara não desiste tão fácil.

Sinto suas mãos em meus braços, antes de ele me prensar na parede.

— Ei, está estressadinha né? Tá na cara que não te peguei em um bom dia. — ele diz, num misto de divertimento e irritação.

— Sai daqui, seu tarado. — falo calmamente, tentando controlar minha raiva.

Minha cabeça já trabalhou em um método para atingi-lo, mas ele tira os braços que me bloqueavam, e simplesmente fica me observando.

— Tá, só tentei fazer amizade. — ele coloca as mãos para trás de maneira inocente.

— É...mas não pareceu! — cruzo os braços e saio andando, mas logo paro no meio do caminho.

Me viro, e percebo que o garoto ainda estava me observando.

— Perdeu o cú na minha cara? — questiono.

Ele dá uma risadinha e faz menção de entrar no quarto, mas eu o alcanço e pego em seu pulso. Abro o sorriso mais inocente e doce que consigo, e pergunto:

— Sabe onde fica o banheiro? — ao invés de responder, ele olha para minha mão segurando seu pulso por alguns segundos.

Logo tiro minha mão de lá, sentindo uma sensação estranha. Seus olhos castanhos claros se voltam para os meus, mas a sensação deles em cima de mim agora é outra.

— Você me xinga, e depois quer pagar de boazinha pedindo informação? — ele diz num tom sarcástico, cruzando os braços como se fosse um rei soberano, uma autoridade.

Me forço a não olhar para seus músculos que ficam mais expostos nessa posição.

— Vai logo! — exclamo cruzando os braços assim como ele.

Esse garoto já me irritou.

— Calma, rosa. — ele diz rindo, e o som estranhamente faz cócegas em meu estômago...e ele me chamou de rosa?

Faço uma cara de nojo.

— É a penúltima porta à esquerda. — ele diz com um sorriso bobo na cara.

Quando me viro, ele me impede de novo, me girando pelo meu braço e colando meu corpo no dele. Tento ignorar os fogos de artifício explodindo dentro do meu corpo. Ou o calor que emana do corpo dele.

Estou começando a achar que colocaram droga na minha bebida.

— Cadê a palavrinha mágica? — ele sorri.

Consigo ver os pequenos traços em seu sorriso: como ele estica, como a bochecha se curva e seus olhos se fecham levemente por causa disso.

Abro a boca para falar, mas acabo detendo as palavras e me virando novamente, mostrando o dedo do meio para ele antes de sair andando.

𝐈𝐓'𝐒 𝐘𝐎𝐔, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✓Where stories live. Discover now