3. O testamento de Dumbledore

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- Nós?! - exclamou Ron em tom surpreso. - Por que nós?

- Explicarei à vocês. Há algum lugar mais reservado na casa? - perguntou Scrimgeour.

- Naturalmente - disse o Sr.Weasley, parecendo nervoso. - A... a sala de visitas, pode usá-la.

- Mostre-me onde é - disse Scrimgeour a Ron. - Não haverá necessidade de nos acompanhar, Arthur.

Vi o Sr.Weasley trocar um olhar preocupado com a mulher. Quando entramos na sala de visitas, que já estava escura, apontei a varinha para os lampiões e fez-se luz na sala gasta mas aconchegante. Scrimgeour sentou-se na poltrona de molas frouxas, deixando que eu, Harry, Ron e Hermione nos apertassemos lado a lado no sofá.

- Tenho algumas perguntas a fazer aos quatro, mas acho que será melhor fazê-las separadamente. Se vocês três - ele apontou para Harry, Hermione e por fim a mim - puderem esperar lá em cima, começarei pelo Ronald.

- Não vamos a lugar algum - falou Harry. - O senhor pode falar com todos juntos ou não falar com nenhum.

Scrimgeour lançou-lhe um frio olhar de avaliação antes de pigarrear e dizer:
- Muito bem, então, juntos. Estou aqui, como bem sabem, por causa do testamento de Alvo Dumbledore.

Nós quatro nos entreolhamos.

- Pelo visto é surpresa! Vocês não sabiam que Dumbledore tinha lhes deixado alguma coisa?

- A... aos quatro? - perguntou Ron. - A mim e Hermione também?

- A todos...

- Já faz mais de um mês que Dumbledore faleceu. Por que demoraram tanto para nos entregar o que ele nos deixou? - interrompeu Harry.

- Não é óbvio?! - exclamou Hermione - Queriam examinar seja lá o que ele tenha nos deixado. O senhor não tinha o direito de fazer isso!

- Tinha todo o direito - disse Scrimgeour sumariamente. - O Decreto sobre Confisco Justificável dá ao ministro o poder de confiscar os bens de um testamento... em todo o caso, não temos tempo a perder com isso.

Hermione revirou os olhos e soltou um arfar impaciente.

- Você diria que era íntimo de Dumbledore, Ronald? - perguntou Scrimgeour, e o ruivo pareceu surpreso.

- Eu? Não... muito... era sempre Harry e S/n que...

Hermione o lançou um olhar de repreensão mas já era tarde demais.

- Se você não era muito íntimo de Dumbledore, como explica que tenha se lembrado de você no testamento? Por que acha que mereceu destaque?

- Eu... não sei - respondeu Ron. - Quando digo que não éramos íntimos... Quero dizer, acho que ele gostava de mim...

- Você está sendo modesto, Ron - interveio Hermione. - Dumbledore gostava muito de você.

Tudo bem, isso era uma verdade um tantinho distorcida, mas Scrimgeour não parecia estar escutando. Meteu a mão sob a capa e puxou uma enorme bolsa de couro, da qual tirou um pergaminho. O leu em voz alta:

- "Últimas vontades de Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore...", sim, aqui está, "A Ronald Weasley, deixo o meu desiluminador, na esperança de que se lembre de mim quando usá-lo."

Então o Ministro tirou da bolsa um objeto que parecia um isqueiro de prata. Scrimgeour se inclinou para a frente e passou o desiluminador a Ron, que o recebeu e examinou entre os dedos com ar de perplexidade.

- Que uso ele terá pensado que o senhor daria a esse desiluminador, Sr.Weasley? - perguntou Scrimgeour.

- Apagar luzes, suponho - murmurou Ron. - Que mais eu poderia fazer com ele?

𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿𝗿𝘆 𝗽𝗼𝘁𝘁𝗲𝗿Onde as histórias ganham vida. Descobre agora