- Desculpa. Mas... fiquei sabendo que você também foi convidado para a festa de Slughorn. Vai com quem?

- Não sei... muitas meninas me perguntaram a mesma coisa, mas não tem ninguém que eu queira levar.

- Porque não leva a Vane? - pergunto.

- Aceita? - ele me oferece um saquinho de gotas de chocolate, pego algumas e ele continua - Vane, Romilda Vane?

- Sim. Ela parece ser bem... bem ela.

Louis me estuda por alguns segundos, desconfiado. Mordo a parte interna da bochecha, segurando o riso.

- Tá bom, não convide ela. A menina é uma chata!

- Sua falsa, querendo prejudicar os próprios amigos. - então ele se levanta.

- Cala a boca, no 4° ano você queria ir de terno laranja e chapéu de cenoura para o baile de inverno só para me fazer passar vergonha! - falei, rindo.

- Você iria de branco, cenoura e chantilly são uma ótima combinação!

- Não são não!

Ele enrruga o nariz de forma irônica e se afasta.

- Tá bom eu estava brincando! - grito mas ele já estava no corredor.

O menino faz um gesto obceno para mim, sem se virar. Eu revido.

Rumo para a comunal e quando atravesso o buraco do retrato Romilda tentava fazer Harry beber alguma coisa, chego por trás do menino o abraçando.

- Quer tomar uma água de gilly, Harry?

- Não, obrigada.

- Amor, você quer ir buscar uma água na cozinha comigo? - pergunto com a cabeça no ombro do garoto. Ele sorri, se virando para mim.

- Claro, vamos.

Jogo um último olhar travesso para Romilda e saímos, a menina bufava enquanto batia os pés.

- Não vamos ir à cozinha, vamos? - ele pergunta, passando o braço pela minha cintura.

- Definitivamente não. - respondo, rindo.

Andavamos sem um destino certo, conversando, quando viramos o corredor demos de cara com um garotinho chorando no banco.

- Ei - pergunto, parando em frente ao mesmo -, está tudo bem?

Ele parece se assustar com a nossa presença, ergue os olhos e enxuga os mesmos com as mangas da blusa, confirma ferozmente com a cabeça. Harry e eu trocamos um olhar, preocupado, o moreno se agaixa, ficando na altura do menino.

- Pode nos contar o que aconteceu, confie em mim.

Minha boca se contorce em um meio sorriso vendo a gentileza que Harry tratava a criança.

- F-foi Carl... - ele começa a falar, baixinho, após longos segundos - ele vive me enchendo o saco, falando sobre minha condição...

- Sua condição?

- Eu... eu sou nascido trouxa, sabe... ele... Carl fala coisas horríveis sobre mais pais... não gosto disso...

Ficamos em silêncio por um momento, Harry olhava para ele, tentando procurar o que dizer.

- Qual... qual é seu nome?

- Gui.

- Gui... - torna Harry, nervoso - olhe... vem cá - ele se ergue, segurando no ombro do menino para que o mesmo se levante -, não ligue para pessoas assim, quanto mais você mostrar que está sendo afetado por essas bobagens, mais ele continuará provocando. A sua origem não faz você ser melhor ou pior que ninguém, entendeu?

𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿𝗿𝘆 𝗽𝗼𝘁𝘁𝗲𝗿Where stories live. Discover now