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Quando eu penso que vou ter paz na minha vida, acontece alguma coisa, é sempre é assim, incrível, parece até que a paz é minha inimiga. Gosto muito da minha favela, mas ultimamente tô pensando em ir morar fora daqui, talvez abrir outro espaço na pista e trabalhar lá, construir um futuro fora da Cidade de Deus.

E também quero muito que o Vinícius cresça longe disso, não quero que ele tenha influência do pai, padrinho e tios dessa vida errada, eu como mãe não quero meu filho no tráfico, Deus que me livre de uma coisa dessas, por esse e outros motivos penso em sair daqui.

Fui no médico pra da uma olhada na minha cabeça pra ver se não fez um corte profundo e graças a Deus não teve nada de mais, fiz uma radiografia também só pra ficar mais aliviada, ódio daquela vagabunda, mona parece que é mandada pelo capeta.

Também levei o Vinícius pra tirar a tipóia, meu neném ficou feliz, tá com total liberdade pra correr agora, brincar abessa. Diego só perguntou como ele tinha quebrado o braço e não falou nada, só falou que era pra eu ter falado a ele, que era pra ele tá informado de tudo que acontece com o Vini, eu tenho que rir de certas coisas.

Preza tanto pra saber pelo filho que foi pro churrasco na casa do Fagner que nem levou, tá aqui em casa comigo, mas também não vou ficar puta por isso não, sempre cuidei do meu filho sozinha e não é agora que ele saiu que vou depender dele, mas claro que vai ter dias que ele vai ficar com o Vinícius sim, não fiz sozinha.

Vim aqui na casa da Sayuri, colega me chamou pra almoçar aqui, amei né, tava zero vontade de fazer almoço hoje, domingo da aquela preguiça gostosa que se eu pudesse passava o dia dormindo. Sayuri me chamou pro quarto dela e foi mechendo numa gaveta, sentei na ponta da cama olhando ela.

Sayuri: Amiga, queria te contar uma coisa, na verdade uma suspeita. - mostrou um teste de gravidez. - Não queria fazer sozinha, e também não falei nada pro Vitor ainda pra ele não criar expectativas né.

Eu juro que tentei me segurar, mas não deu, comecei a chorar, só de pensar que nesse momento eu estaria carregando um bebê me dá uma tristeza, ainda fico mais triste de lembrar da forma que perdi.

Sayuri: Aí amiga, desculpa. - veio me abraçar.

Laís: Amiga, você não precisa pedir desculpas, cê não tem culpa de nada, agora vai lá fazer vai. - ela assentiu e entrou no banheiro.

Demorou uns sete minutos ela saiu do banheiro com o teste na mão, ela me entregou, olhei e tava lá grávida de três semanas, abracei ela e choramos juntas, mas agora chorei de felicidade por ela e pelo VT, sei o quanto ele é doido pra ter uma cria.

Sayuri: Eu não tô acreditando, gente. - riu. - Eu grávida de novo. - passou a mão na barriga.

Laís: Parabéns amiga, que venha com muita saúde. Eu quero ser a dinda em, se não for eu, vou ficar bolada com tu.

Sayuri: Obrigada mana. Mas é claro que tu vai ser a madrinha mulher, euem.

Saímos do quarto e fomos pro quintal onde os meninos tava brincando, sentamos na cadeira e ficamos papeando, nossa conversa chegou no assunto Diego e se a gente ia ficar nessa o resto da vida.

Sayuri: Laís, vai ficar nessa mesmo, bofe tá lá praticamente morando na sua casa, pra favela vocês dois estão juntos e nenhum dos dois faz questão de desmentir isso, assim não dá filha.

Laís: Ele tá lá pelo Vinícius e você sabe bem disso, e eu não desminto nada porque eu não devo satisfação a ninguém, se as pessoas ficam deduzindo que a gente tá junto ou não problema delas.

Sayuri: Diego tá lá porque tu quer, você quer ficar perto dele, coloca Vini como desculpa não, se quer ficar, fica e taca o foda-se pra geral, agora só não fica de cu doce, porque se não o bofe vai cansar e vai atrás de outra, escuta o que eu tô falando.

Que a Sayuri falou a verdade, ela falou e eu tenho total consciência disso, e ela razão que o Diego uma hora vai cansar e vai atrás de outra, se ele já não tá atrás né.

Laís: Eu tenho medo sabe, conheço bem o Diego, sei o tipo de homem que ele é, como vou me relacionar com ele, não tem como, isso não é pra mim.

Sayuri: Então manda ele meter o pé de lá, fala que tem zero chances de vocês ter alguma coisa. Só não fica nessa, se não quem vai sair machucada é você.

Fui embora da casa da Sayuri era umas dez horas, cheguei em casa dei banho no Vinícius, dei lanche a ele e coloquei pra dormir. Fui tomar banho e fui comer alguma coisa também, sentei na sala e acabei lembrando do dia que perdi o bebê, independente de o pai seria presente ou não, eu queria ter a criança, eu ia amar e cuidar.

Mas os planos de Deus foram outros pra mim, me dei conta eu já estava chorando, nem percebi quando o Diego tinha chego, só percebi quando ele sentou do meu lado e me abraçou.

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