Acabou

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Michael Jackson
Recanto Lancaster, Londres
13 de março de 1991 | 08:19

– Miguel me acorda com tapas nas costas todos os dias. Eu já acordo em alerta e esperando o pior. Em alguns dias ele acorda de bom humor e não me machuca. Ele diz que me machuca porque o irrito, mas, como posso o irritar dormindo? Então, ele diz que durmo demais. Que eu devia ser como as mulheres que são casadas com grandes magnatas! Que eu devia sair para correr toda manhã para manter meu corpo para meu homem – murmura enquanto olha fixamente para o teto

– Deus, eu sinto tanto – minha voz embarga. Droga. Eu odeio ser tão sentimental. Se eu continuar assim ela não vai me contar nada vai querer me poupar e eu preciso saber de tudo o que acontece com a minha pequena quando não estou. Preciso encontrar um jeito de ajudar

– Está tudo bem meu querido – ela me puxa para seus braços. Acomodo-me entre suas pernas e deito minha cabeça entre seus seios. Ela tem um perfume tão bom. A pele dela é tão macia. Eu gostaria de ficar aqui para sempre, sentindo o perfume dela e a abraçando. Não quero que ela saia e vá para ele, não quero

– Não quero que você volte para ele, e se ele te machucar enquanto eu estiver longe? Não quero correr o risco! – obvio que vai acontecer. Miguel é um infeliz. Como eu queria a levar daqui. Mas, esse não é o jeito certo de fazer as coisas. A vida dela poderia ir de ruim para horrível e muitas pessoas poderiam se ferir. Miguel não parece ser o tipo que sabe perder

– Tenho que voltar – murmura enquanto acaricia minha cabeça com as pontas dos dedos – Sabe bem que temos que fazer isso direito. Vamos fazer da melhor maneira possível para que eu seja realmente livre – ela suspira doloridamente – Eu só preciso de provas que ele me trai para o divórcio ser facilitado! – espero que ela consiga e que isso não demore muito

– Vou sentir sua falta, não sei quando vamos nos ver de novo. Não queria que fosse só uma a ventura Angel, não quero – faço um bico involuntário. Ela dá um beijinho sobre a minha cabeça

– Vamos acabar nos encontrando por aí – murmura calmamente para mim – Mike – fala baixinho com uma voz doce – Você pode... – ela desliza sua mão até seu seio direito e aperta. Mordo meu lábio inconscientemente. Sei bem o que ela quer. Com um sorriso sacana no rosto desço até entre suas pernas.

Mariangel Lancaster
11:16

– Eu sou sua e vou te esperar. Vá tranquilo meu bem – murmuro para ele que me olha com seus olhinhos tristes. Suspira doloridamente e faz um bico – Não fica assim, já está sendo tão difícil dizer tchau – sussurro para ele que arruma seu chapéu em sua cabeça e anda em direção ao carro que já está a sua espera

O observo andar até o carro. Ele entra. Aceno com a mão direita para ele que cobre o rosto com às duas mãos e o carro começa a se mover. Que você vá em segurança meu bem! Dói tanto o ver ir embora. A minha vontade é de ir com ele, mas, eu não sei o que Miguel faria com os meus pais

Respiro fundo. Preciso enfrentar tudo isso só mais um pouco. Só até eu encontrar algo que prove sua infidelidade. Eu vou sair desse casamento pela porta da frente e com todos os meus direitos. Eu não ligo para mim, estou bem mais preocupada com meus pais

Ando em direção a casa. O tempo está fechado. Sem dúvida vai chover. Chego até o hall de entrada. A governanta anda na minha direção. Ela para na minha frente, mas, a secretaria de Miguel passa em sua frente e me encara

– Miguel está te esperando na sala! – ela diz em um tom alto. Fecho meu semblante para ela que me olha de cima a baixo – Eu não sei o que ele vê em você, sem sal! Mulher de verdade sou eu! – diz desaforada

– Está esperando eu o embrulhar para presente? Ele gosta de perfume doce, bem doce! Gosta que a mulher dele se vista de vermelho sempre, porque ele se sente poderoso ao lado dela! E ele gosta das ruivas, eu sou ruiva natural, mas assim que descobri que ele prefere ruivas, pintei o cabelo de loiro! Deixe os cabelos crescer e a unha sempre aparada e você vai o ter! – digo e ando em direção a sala de estar onde Miguel está com meus pais e um casal de amigos

Assim que ele coloca os olhos em mim meu sangue gela... eu conheço esse olhar. Minha respiração fica pesada. Dou meia volta e ando depressa até as escadas. Subo o mais rápido que consigo e corro pelo corredor em direção ao meu quarto

Miguel me alcança e agarra meu cabelo com força. Sinto uma dor imensa. Ele me joga contra a parede do corredor e antes que eu me defenda ele agarra novamente meus cabelos e me arrasta até o quarto. Abre a porta

– Por onde você andou sua vadia? – ele rosna enquanto me puxa pelo cabelo até dentro do quarto. Levo minha mão até a dele e tento soltar meu cabelo de sua mão, mas, ele é bem mais forte. Mas que droga

– Miguel, você está me machucando! – digo enquanto cravo minhas unhas em seu antebraço. Ele solta meus cabelos. Afasto-me dele, mas não consigo me afastar o suficiente e ele desfere um tapa em meu rosto que vira de imediato. Rapidamente revido com um arranhão na bochecha

– Maldita selvagem! – ele rosna. Eu só revido quando ele tenta me ter a força, mas, isso acaba hoje. Eu vou tentar me defender sempre que ele tentar me agredir

– Eu não aceito que você me toque de novo! Até pouco tempo eu aceitei tudo calada porque pensei que você me amava e que estávamos passando apenas por uma fase, mas, você não me ama. Isso não é amor e nunca vai ser! – eu provei o que realmente é amor, eu tenho provado disso e isso está crescendo dentro de mim e nada do que vivi com Miguel foi amor, nada

– Você não sabe o que está fazendo. Eu posso te matar sua maldita miserável! Você me pertence! É minha e vai seguir as minhas regras! Se me tocar de novo eu quebro sua cara inteira! – ele diz em um tom intimidador que me faz tremer

– Então por que já não matou? Você sente algo por mim, mas está longe de ser amor. E Miguel, pode me bater, mas, quando fizer isso me mata porque se eu me levantar Miguel! Eu vou te matar! – digo firme e decidida para ele que franze o cenho e me encara sério

– Senhor Brown! Seu voo para Mônaco sai em 30 minutos! – a ruiva que ainda nem sequer sei o nome diz do outro lado da porta

– Eu vou fingir que não ouvi isso Mariangel. Você realmente não sabe o que fala! – diz entre dentes e se afasta

– Experimenta tocar em mim de novo! Na primeira oportunidade que eu tiver eu mato você seu infeliz! – digo enquanto ando até a porta – Aliás, a tatuagem na bunda da sua secretária é interessante, um morango, não é? – pergunto a ele revelando que sei de sua infidelidade. Ele apenas ri de desespero. Viro-me para o encarar. Ele corre até o abajur ao lado da cama e o arremessa no chão. Abro a porta e saio do quarto. Ele grita de ira. Acabou a palhaçada. Agora eu tenho por quem viver. Tenho motivação. Finalmente tenho alguém que me ama e ele ficaria arrasado se algo fatal me acontecer. Eu estou no comando.

Latente | Michael JacksonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora