Michael ouviu outro estrondo quando decidiu investigar.

Cuidadosamente, ele escapou do agarramento surpreendentemente forte da menina de cinco anos, colocando a cabeça dela sobre um travesseiro, o cobertor em volta dela. Um pequeno grunhido escapou dos lábios dela, assim que ele sussurrou "shh, fique aqui."

Ele colocou chinelos embaraçosos em seus pés, pegando seu taco de basebol Louisville Slugger, de uma prateleira próxima. Vamos falar a verdade, autodefesa é algo legítimo, e Michael irá até o fim de mundo para proteger seu pequeno bebê (ou leão da montanha, o que quer que ela queira ser naquele fim de semana).

Seu aperto estava forte no taco de basebol, assim que ele abriu a porta do apartamento, colocando suas chaves em suas calças de pijama xadrez. A porta de Luke e de Calum estava aberta, cacos de vidro, do que havia sido um prato um dia, espalhados na entrada.

"Você é tão grudento!" Uma voz profunda gritou. Michael presumiu que era Calum.

"Eu não posso evitar isso já que você colocou fogo na porra dos meus olhos!" Luke gritou em resposta pela segunda vez naquele mês. Geralmente, ele não tem ataques sobre isso.

Michael avançou pela porta aberta, deixando sua defesa diminuir um pouco. Ele havia entrado dois passos dentro do apartamento, e mais vidro foi arremessado para a parede à sua direita.

"Eu tinha quinze anos, Luke! Quinze! Eu não sabia! Eles disseram que foi um erro!" Mais vidro foi jogado, "você disse que foi um erro!"

Ele conseguia agora ver os dois garotos. Calum tinha sangue vazando de suas mãos, e ele não conseguia dizer de quem era. Sua pele normalmente morena, e relaxada, estava em um tom de vermelho cujo Michael nunca havia visto igual, suas sobrancelhas enrugadas juntas, sua boca franzida. Seu peito estava subindo e descendo pesadamente.

Sentado à mesa da cozinha estava Luke, com suas costas viradas para Michael.

"Não me interessa!" O loiro gritou, "você arruinou a minha vida, e ainda tem a moral de me chamar de grudento!"

Calum se curvou sobre os balcões, sua cabeça em suas mãos. Ele não se importava com os pedaços microscópicos de vidro enfiados em sua mão, agora cortando suas bochechas.

Michael tossiu. Luke ficou congelado, tenso. Calum olhou para cima, "e só o seu namoradinho."

"Está tudo bem aqui?"

"O que porra parece pra você?" O moreno zombou.

"Cale a boca, Hood," Luke bateu sua cabeça na mesa, escapando de uma peça de cerâmica por pouco.

"Vocês precisam se limpar, querem que eu chame alguém?" Michael ofereceu, colocando seu taco de basebol no chão. Ele pulou sobre a bagunça no chão, feliz que ele estava usando seus chinelos velhos.

Ambos os garotos estavam murmurando insultos, um para o outro, enquanto Mike pegava uma toalha de papel, seus instintos paternais aparecendo. Ele havia feito centenas de coisas estúpidas com Clémence que a levaram a quebrar ossos, ou sangrar abundantemente.

Ele se curvou para perto de Calum por primeiro, já que ele estava gemendo de dor a cada segundo. Michael olhou para as mãos dele primeiro, "vá ao banheiro, tire o máximo que puder dos pedaços grandes de vidro da sua mão. Prepare um banho, encha a banheira com sabão e água quente, afunde sua mão nisso por pelo menos dez minutos."

Mesmo às uma e meia da manhã, com sua mão precisando de curativos e com seu rosto derramando sangue, Calum ainda assim conseguiu dizer com um sorriso, "sim, Papai."

Com um tapa na cabeça de Calum, Michael se levantou e depois se agachou próximo a Luke. "Sou eu, Mike."

"Eu consegui descobrir isso sozinho," Luke estava sofrendo muita dor, mas ele nem sabia de onde.

"Não dê uma de respondão comigo, eu estou te ajudando," Michael disse suavemente. Ele estava com medo de que Clémence fosse acordar a qualquer momento e ficar em pânico. Ele passou um pedaço de toalha de papel na água, pressionando contra o corte de um tamanho decente no nariz de Luke.

"O que você está fazendo?"

"Parece que um prato voador cortou seu pequeno nariz de botão," Michael respondeu, cutucando a ponta do nariz do garoto mais novo, "não parece tão fundo, então só segure isso." Michael pegou na mão de Luke, trazendo-a para seu nariz, falando para que ele segurasse a toalha de papel.

Os dois se sentaram em silêncio por um tempo, o único som preenchendo o andar inteiro sendo da banheira expelindo água quente para Calum. "Posso te pedir uma coisa?"

"Pode falar." Michael se levantou novamente, passando a mão por seu cabelo vermelho.

"Posso..." Luke pausou, "posso dormir na sua casa hoje à noite?"

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obrigado por tudo, sempre ♥ 

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the boy with the white eyes (portuguese version) ↮ mukeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora