A Mansão

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" - Lilith?

A sua voz bem junto ao meu ouvido, me faz abrir os olhos, e eu encaro o brilho dos seus. Abro um sorriso, e ele pega as minhas mãos, me erguendo da pequena cama onde o meu corpo repousa.

- Onde vamos? - falo, mal acabo de vestir a roupa depois do banho.

- Passear. - ele ajeita o cabelo e eu estico as minhas mãos, e agarro os seus dedos, puxando o seu corpo para mais junto do meu.

- Estará frio? - falo olhando para a janela do meu quarto. - Parece que vai chover.

- Anda logo. - ele fala rindo e eu puxo um casaco do closet e o visto. Saímos do meu quarto, e passamos pela cozinha, saindo para a rua, e eu aperto mais o meu casaco, junto ao meu corpo.

- Me dói os pés. - falo passado uns minutos, e depois de nós termos andando por subidas.

- Você se cansa muito rapidamente Lilith. - ele ri e eu estico o dedo do meio, lhe apontando e ele ri ainda mais. - Mas nós também já chegamos.

Ele aponta para a frente e eu vejo um espaço verde na minha frente com algumas árvores espalhadas pelo espaço, que com um pouco do sol que aparece, dá uma beleza mais ao local.

- Isto é lindo. - ele aperta mais os meus dedos contra a sua pele.

- Não mais que você Lilith. - minhas bochechas ganham um tom avermelhado quase de certeza, e ele passa o polegar numa delas e beija os meus lábios bem devagar. - Vem, anda.

Nós caminhamos alguns metros e o vejo erguer a varinha e uma rede aparece e se prende a duas das árvores que estão mais próximas. Ele puxa a minha mão, se deita na rede e me puxa para si, fazendo com que o meu corpo fique de lado, bem junto ao seu.

- Aqui é uma paz. - sussurro baixo.

- Tudo o que eu preciso Lilith, tudo o que eu preciso.

- Problemas com o seu pai de novo? - ele acena e eu beijo o seu queixo. - Você sabe que pode me contar o que quiser não sabe?

- Eu sei que sim meu amor. - eu abro um sorriso e sinto novamente os seus lábios nos meus. Sua mão sobe um pouco pela minha cintura, e adentra a minha camiseta. Abro os meus olhos e afasto um pouco os lábios dos dele.

- Draco. - agarro a sua mão.

- Eu sei Lilith, eu sei. - ele beija lentamente o meu rosto. - Eu vou ser meigo com você.

Solto um riso baixo, e agarro o seu queixo, voltando a beijar os seus lábios, ao mesmo tempo que a sua mão sobe mais um pouco."

Ergo o tronco da cama e respiro rápido. Fecho os meus olhos novamente e baixo a minha cabeça até aos meus joelhos, sentindo mais uma vez as lágrimas tomarem conta de mim. O quarto dos gémeos está silencioso, e eu somente escuto os meus soluços.

- Pequena. -a voz de Fred ecoa e eu sinto a sua mão junto ao meu pescoço. -Pronto, eu estou aqui com você.

- Eu que devia de ter morrido, não ele. - sinto o sabor salgado das minhas lágrimas. - Ele não merecia, ele não deveria de ter tentado ser herói, ele não tinha esse direito, ele não tinha o direito de me deixar sozinha.

Fred ergue a minha cabeça, e os meus braços, e me abraça forte. Eu choro contra o seu ombro, sentindo ele acariciar as minhas costas.

- Você não está sozinha meu amor. - ele sussurra contra a minha pele, e eu desvio o meu olhar para a porta, vendo George aparecer.

- Já podemos ir. - ele não precisa de falar mais nada para eu saber perfeitamente do que ele fala. Fred puxa a minha face, e me encara.

- Nós vamos ajudar você com o banho OK?

Eu aceno levemente e ele se ergue, me erguendo também, e eu reparo em George indo até ao banheiro e ouço a água a cair. Fred me acompanha até dentro do banheiro e os dois retiram a minha roupa devagar, e eu reparo nalgumas das marcas que estão bem visíveis, resultado de todos os duelos. Olho para a parede do box, quando eles me ajudam a entrar, e fecho os olhos mal a água entra em contacto com a minha pele. Sinto as mãos lavarem tudo, menos a minha dor menos a magoa que eu sinto, menos a culpa que eu carrego.

- Vou levar este. - aponto para um vestido preto, dentro do closet e George o retira, passando a Fred que me ajuda a vestir. George se coloca atrás de mim, e penteia o meu cabelo, enquanto Fred me ajuda a calçar.

- Pronta? - eles falam e eu os olho.

- Nunca estarei pronta para isto. - a minha voz some entre as palavras, e eles apertam as minhas mãos, e nós aparatamos. Quando abro os olhos, o portão da Mansão Malfoy é o que ocupa o meu campo de visão. O mesmo está aberto, e caminhamos os três pelo caminho, até chegar ao jardim. Várias pessoas incluindo professores de Hogwarts compõem o local, e eu sinto mais uma vez o meu coração apertar, quando eles todos se encaminham para a zona mais reservada. - Eu já lá irei ter.

Os vejo acenar e cada um deles deixa um leve beijo na minha bochecha, e eu entro na mansão, e faço o percurso que os meus pés tanto conhecem. Paro de frente para a porta do quarto dele, e a abro, sentindo o cheiro dele ainda presente, o que faz o meu choro aumentar ainda mais.

- Você não tinha esse direito Draco, não tinha. - falo sozinha, enquanto olho as paredes, as molduras com fotos dele com a mãe, dele e eu. Agarro uma delas, e parece que o seu sorriso está bem na minha frente. - Cuida dele ai, Tia Cissa, já que eu não consegui cuidar dele.

Desço a escadaria da mansão e quando cruzo a porta para o enorme jardim, Fred e George estão junto à porta me esperando. Eu soluço um pouco, e passo por eles, caminhando pela grama recém cortada, os passos necessários para encarar o caixão aberto. Paro junto à sua face, e baixo o meu tronco, beijando a sua pele fria.

- Eu amo você demais Draco. - várias lágrimas escapam pelo rosto e molham o dele. - Me desculpa mais uma vez, eu não ter protegido você como prometi. - sussurro baixo. - Você agora vai estar novamente com a a sua mãe, meu amor. Agora ninguém mais separa vocês.

Sinto uns braços nos meus ombros, e quando o meu corpo é virado, encaro Fred que me puxa para si, e me abraça forte.

- Está na hora. - ele sussurra e eu elevo as minhas mãos, e tapo a minha face, e deixo que os soluços sejam a única coisa audível, além dos pássaros a cantar.

¬ O Gémeo Improvável ¬× George Weasley Où les histoires vivent. Découvrez maintenant