Capítulo 24 - "Eu te desafio a me amar"

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Eu nunca matei aula nem um dia na minha vida. Eu também nunca saí sem avisar, ou peguei um carro "emprestado" ou menti para um adulto, mas, nesta manhã, estou fazendo todas essas coisas de uma tacada só.

Falo tudo isso para Gus, que se revira no assento do passageiro do carro que Willow está dirigindo, sua testa franzindo.

— Mas você está fazendo tudo isso por um bom motivo! — ele reclama — Amor verdadeiro. Não era isso que você queria?

Mas aquele pensamento só faz meu estômago se retorcer também. Amity. Eu verei Amity e direi a ela como me sinto.

Verdade, é muito mais assustador do que a ideia de ser pega com o carro do jardineiro.

Quando Willow disse que tinha um jeito de nos levar até a Capital, eu esperava um plano elaborado envolvendo trem e ônibus, mas, quando ela chegou com uma caminhote destroçada pela parte detrás do colégio foi um leve choque.

Will jurou que a dra. Clawthorne tinha falado que ela poderia usar o carro quando quisesse, mas não sei se algo que foi dito depois de quatro cervejas tem validade.

Então aqui estou eu agora, no banco detrás de um carro-emprestado-mas-também-talvez-roubado e, Dios mio, isso é insano.

— Talvez fosse interessante falar sobre como exatamente eu vou encontrar a Ami? — pergunto.

Gus acena com a mão mostrando suas elegantes unhas feitas, pintadas de preto.

— Tudo sob controle, querida. Esqueceu que eu sou filho de um duque? Isso vale alguma coisa. Eu vou me apresentar no palácio, com você e Willow como minhas convidadas — ele fala enquanto desliza a tela em seu celular — E vou dizer... Ai, que droga!

— Ok, mas estou certa de que mencionar coisas ilícitas não vai nos levar muito longe no palácio — digo, mas o garoto nega com a cabeça e sua expressão está arrasada.

— Não! Droga porque a família real não está no palácio hoje besta! Tem alguma exposição no museu nacional e eles estão indo pra lá esta manhã, então haverá um cortejo pela avenida principal. Que merda! Eu sabia que deveria ter olhado a agenda deles, mas eu estava um tanto quanto — outro aceno com a mão — Envolvido nisso tudo, eu acho.

— Que alegria saber que minha vida amorosa é tão envolvente — resmungo, me inclinando para a frente para pegar o celular de Gus da sua mão.

E lá está o anúncio sobre a exposição, completo, com o nome de Amity em negrito.

— Estamos a meio caminho de lá — Gus diz, olhando de relance para Willow, que estava dirigindo — Mas também podemos ir pra Capital e esperar um pouco. Eles vão ter que voltar para o palácio em algum momento.

Sim, eles vão voltar, tenho certeza, e isso é um grande plano, comer alguma coisa lá na cidade e esperar.

Ou...

Engolindo em seco, eu devolvo o celular para Gus.

— Na hora que a gente chegar, o cortejo vai estar começando — começo a explicar meu plano — A gente pode ir pra lá.

Gus se vira no assento para me encarar, seus olhos escuros arregalados.

— Lucinéia Nocedônia  — ele sussurra pausadamente, com a boca aberta em choque — Você está me dizendo...

Eu balanço a cabeça.

— Estou.

Soltando um grito agudo, Gus bate palmas e Willow olha para o lado, claramente confusa.

— O quê? Não tô entendendo nada do que vocês estão falando...

— UM GRANDE GESTO ROMANTICO! — Gus grita alegremente — Luz vai declarar seu amor em público! Ai meu pai, eu acho que vou chorar de tanta emoção.

Her Royal Higness (Lumity beta)Where stories live. Discover now