Capítulo 19 - Suborno

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A viagem para Lua Clara foi uma coisa, mas viajar até o palácio com Amity é completamente diferente. No momento, estamos no trem privado da família real, e Amity está ao meu lado, nossos dedos entrelaçados enquanto observamos a paisagem. E estou animada, feliz e quase me mijando de tão nervosa ao mesmo tempo.

Quando nós fomos para Lua Clara, éramos apenas amigas.

Agora, definitivamente somos mais do que isso, mas será cedo demais para ser assim tão... oficial? Isso não é uma visita qualquer aos familiares, afinal de contas. É uma festa para o casamento real que se aproxima.

— Você está fazendo a sua Cara de Noceda Pensativa.

Olho para o lado e Amity está encostada no banco bem próxima a mim, seus lábios levemente franzidos.

— Porque eu me chamo Noceda e estou pensativa — respondo com um sorriso e ela se inclina para me dar um selinho.

— Você é muito babaca, sabia? — a esverdeada fala, voltando ao seu lugar no banco.

— Olha quem fala, princesa — respondo com uma piscadela e ela me dá um soquinho no ombro.

Quando o trem chega à estação, um carro nos espera.

Também nos espera um punhado de fotógrafos. Não o mar de flashes que eu estava imaginando, mas ainda assim não gosto da sensação.

Vamos o mais rápido possível para o carro que nos espera, e assim que me sento no banco solto um suspiro.

— Ufa — digo assim que a porta se fecha atrás da gente — Eu nunca me senti tão olhada.

— Como se atreve?? Eles estavam olhando pra mim! — Amity responde sorrindo, e eu rio, afofando a franja e tentando ajeitar o cabelo.

— A gente vai ter uma chance de se arrumar melhor antes que eu conheça os outros integrantes da realeza, né? — pergunto, e Amity movimenta a cabeça positivamente, já digitando em seu celular.

— Lilith é a responsável por tudo, então é provável que alguns cabeleireiros estejam nos esperando.

Depois de mais 10 minutos de viagem, finalmente chegamos ao palácio, e fico surpreendida com os portões enormes de aço com o brasão da família no centro.

— Nossa — murmuro enquanto observo o castelo — É tão...

— Sim — a esverdeada diz com alegria, e ela estende a mão para apertar a minha.

Lilith está nos aguardando na entrada, tão reluzente e polida como sempre.

— Oi de novo Lili — Amity diz para ela, acenando com a mão.

— Luz — a mais velha diz, gesticulando para que eu me aproxime — Carl vai conduzi-la aos seus aposentos — ela informa.

O empregado dá um aceno com a cabeça e começa a retirar minhas malas do carro.

— Celeste fará o seu cabelo às três, então Veronica entrará para fazer sua maquiagem às quatro. Quando você estiver vestida, enviarei alguém ao quarto com uma seleção de joias.

— Joias? — digo, engolindo em seco.

Lilith vê minha preocupação e dá uma risada, sacudindo a cabeça.

— Apenas alguns brincos, nada muito valioso.

De qualquer forma eu imagino que ela e eu não temos a mesma noção sobre o significado de "valioso", mas estou aliviada o suficiente para acenar com a cabeça e dizer:

— Parece ótimo mas...

— Esmeraldas! — Amity exclama animada.

— Também não exagera, Blight —  respondo dando um empurrãozinho nela.

— Tá tá tá Noceda, vai em frente — Amity me empurra de volta com uma mão — Descanse, e eu te encontro às cinco na sala de estar onde servirão drinques.

Quando eu olho para ela sem reação, ela completa:

— Alguém vai te buscar, não se preocupe.

Com outro sorriso, ela vai embora com Lilith, e sou deixada para trás para seguir Carl até meu quarto.

Não tenho muito tempo para ficar admirando os arredores, só sigo em frente até chegar no meu quarto, que não estava nem um pouco próximo de ser simples.

E, claro, tem uma bolsa sobre a cama com roupas para mim.

Abrindo o zíper, dou de cara com um terno esplendoroso. Ele era branco com a lapela bordada em fios de ouro, e tinha uma camiseta social também branca junto com uma gravata dourada. As abotoaduras eram feitas de ouro também, achatadas com o desenho de um lírio nelas. É incrível como Amity consegue se lembrar até mesmo desses pequenos detalhes...

— Ora ora se não é a senhorita Noceda novamente — ouço uma voz feminina vinda da porta e me viro para ver quem é.

Quando percebo quem está na minha frente, quase desmaio ali mesmo. Ninguém mais ninguém menos do que a Rainha Odalia em pessoa estava parada na entrada do meu quarto.

— Boa tarde, senhorita Noceda — ela fala friamente e eu fico paralisada no lugar até que me toco e faço uma reverência desajeitada para ela, que me olha com desgosto — Estás a gostar da passagem por Boiling Isles?

— B-boa tarde Vossa Majestade — digo me tremendo da cabeça aos pés. Por que Amity não estava aqui pra me ajudar?? — Sim, está sendo muito, hm... proveitosa.

— Que bom — a rainha examina meu quarto e então me encara com olhos penetrantes — Vou ir direto ao ponto, não estou gostando nem um pouco da sua aproximação com minha filha.

— Desculpe, Vossa Majestade, mas posso saber o porquê disso?

— Tenho meus próprios motivos — ela bufa de raiva e eu fico mais nervosa ainda — Por isso, trouxe uma proposta para você. Lilith, pode entrar.

A mulher, que estava escondida do lado de fora do meu quarto, entra com seu típico tablet na mão.

— Quero lhe oferecer benefícios em troca da liberdade de minha filha — Odalia aponta para Lilith continuar o que ela quer dizer.

— Bem, Vossa Majestade pensou que como sua família não é de um patamar tão alto, ela pensou em lhe oferecer uma quantia igual à 5 milhões para que você fuja de Boiling Isles e acabe seu relacionamento com a princesa Amity — Lilith fala meio temerosa, me mostrando seu tablet com a quantia de dinheiro — Além de uma casa nova em folha na Califórnia e suprimentos para 2 anos inteiros.

Fico encarando Lilith boquiaberta e em choque. Como que a própria mãe de Amity poderia me subornar para conseguir que eu terminasse com a filha dela?? Isso não fazia sentido, Amity só se tornou uma pessoa cada vez melhor desde que passamos a ficar juntas!

— Desculpe, Vossa Majestade, mas eu não sou capaz de aceitar uma oferta dessas — digo enquanto encaro seriamente a rainha, não sabendo de onde me veio tanta coragem de enfrentá-la — A Amity também merece um final feliz, e, mesmo que eu não seja lá a melhor das pessoas, acho que sou capaz de dar o melhor que posso por ela.

— Escute aqui, jovem, isso não foi um pedido, foi uma ordem. Você tem 3 dias para sair daqui e deixar minha filha, se não...

— Se não o que?? Suas leis não funcionam no meu país, você não passa de uma pessoa qualquer fora de Boiling Isles — ergo meu queixo para ela e percebo que fui longe demais, mas não me importo com isso.

— Ah garota, esqueci que sua mente jovem não é capaz de pensar por conta própria, você está no MEU país nesse momento — Odalia dá um sorriso vilanesco, o mesmo que Amity dava para mim quando nos conhecemos — Mas te darei mais uma chance de pensar nessa oferta, você vai acabar aceitando-a, seja por bem ou por mal.

E assim as duas saem do quarto sem mais nem menos.

Continua...

Notas da autora:
Sim o capítulo foi SUPER curto

Desculpa pela demora, deu uns rolê mucho doido aq e sla desculpa

Até o proximo gays

Her Royal Higness (Lumity beta)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora