Capítulo 16-Incerteza

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Tive medo, mas sei que seja o que for, aqui não entra, só acho.

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O outro dia já nasceu e eu fui uma das primeiras a acordar. Embora ninguém fosse lá fora, por motivos obvios, ver o sol iluminar o resto do que sobrou de nós, fomos então para o sotão do mercado que por sinal fica em cima e tinha uma janelinha que dava pra ver mais ou menos o que acontecia. Aquela mulher deve ter nos visto por ela.

No sotão foram eu, Renata, uma jovem morena que parece ter minha idade e Ruan, um velho senhor. Fomos pegar um produto químico que ainda não estava exposto no mercado. Este produto é extremamente inflável, contudo pegamos ele com uma luva especial.

Descemos e meu tio já estava acordado e sinceramente não sei descrever a feição que fez quando me viu, mas só sei que não era boa.

Ele me pegou pelo braço e me arrastou para uma prateleira atrás de nós.

-Ficou maluca menina?-pergunta com nervos a flor da pele.

-O que houve? Nada aconteceu Tom!

-Não confie em ninguém aqui e nem se misture com eles.

-Mas...

-Se der certo, hoje mesmo saímos daqui.

-E para onde iremos? Ficar é mais seguro.

-Jessie! As coisas não são mais como antes, as pessoas ficaram loucas e de repente não conhecemos mais nem a nós mesmos. Não se aproxime muito deles não é seguro.

-Acho que está exagerando..

Não pude terminar minha conversa com meu tio, pois ouvimos gritos e brigas vindo perto da porta principal do mercado. Fomos até lá e era aquele cara bebado fazendo confusão por coisa nenhuma, como meu pai sempre dizia bebado é foda.

O bebarrão se estranhou com Jay e este quase o parte ao meio. A situação só se acalmou quando outras pessoas foram intervir.

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Sam estava só indo pro sotão então o segui.

-Sam?

-Am?

-Bem... quando estavamos lá na prisão antes de sairmos ouvimos uns gritos, o que era?

-Hum.. era uma mulher. Ela veio antes de vocês com o namorado dela. Eles queriam começar logo os testes para criar uma espécie de anti-vírus.

-O que aconteceu com eles?

-Não tiveram a sorte de vocês.

-Não acredito em sorte.

-Hum..

-Seu pai e os colegas dele criaram mesmo o vírus? Por que vieram pra cá?..

-Calma Jessie! Uma pergunta de cada vez.

-Ok-disse meio sem jeito.

-O vírus eclodiu aqui, mas foi feito na Inglaterra.

-Por que vieram pra cá.

-Meu pai e os amigos dele queriam vendê-lo, sabe para que não se espalhace e deu errado. Eles pensavam ter descoberto a cura e já foram logo vendendo a doença.

-Como se espalhou?

-Eu não sei, mas meu pai achava que de alguma forma o vírus se dissipou entre eles. Talvez através de algum experimento.

-E como tu sabe?

-Ele não me contava muita coisa, porém não podia impedir que eu descobrisse.

-Ata..

-O que veio fazer por aqui? Me seguir..

-É.. mais ou menos e você?

-Vim ver além da janelinha e..

-O que estão fazendo?-pergunta Ben entrando no quartinho com a cara que meu tio vez na ultima vez que sai daquele sotão.

-Nada-respondi meio desconcertada.

-Já viu por essa janela Ben?-pergunta Sam.

-Não, mas vou ver. Não deveriam estar aqui sem alguém responsável.

-Não somos crianças Ben-retruquei Ben.

-É melhor sairem. Tem algumas coisas perigosas por aqui.

Sam, sem pestanejar, sai me deixando só com Ben.

-Vamos embora hoje Jessie.

-Porque não disse quando Sam estava aqui?

-Ele não vai vir conosco.

-Por que?

-Ele não quer.

-Vamos!

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Iamos sair às quatro da tarde, porém não falamos pra ninguém. Apenas, Tom, Jay, Ben e Sam sabiam da nossa intenção.

Já era três e meia e nos preparamos depressa para sair. Colocamos nossa bolsa nas costas e atravessamos os corredores onde algumas pessoas comiam ou jogavam e nos fitaram com curiosidade. Foi então que o velho Ruan perguntou:

-Aonde vão?

-Vamos embora-respondeu Tom.

-Mas porque? Aqui é mais seguro..

Ruan foi interrompido por um rapaz que disse:

-Vocês tem muita coragem, mas sabem, é melhor ser covarde vivo do que valente morto.

-Não importa o que digam eu, minha sobrinha e amigos vamos sair.

-Então peguem-disse o rapaz entregando uma chave de carro para meu tio.

-Por que?..

-Não vamos sair daqui tão cedo. Boa sorte para vocês.

-Obrigado-agradeceu Tom.

Iamos seguindo e então Sam chamou nossa atenção.

-Obrigado pessoal.

-Nós que agradecemos, sem você não teríamos conseguido fugir-disse Jay.

Sorrimos e fomos para a saída seguindo para onde não sabíamos, com certezas que não tinhamos, e um destino incerto.

Se vamos ficar bem? Talvez, mas é uma possibilidade e agora só estavamos vivendo disso: possibilidades.

Depois do FimWhere stories live. Discover now