Capítulo 3 - Surpresa

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Meu desespero dava lugar ao medo e o mesmo dava lugar a morte.

Foi aterradora aquela sensação! Quando ouvimos o cessar dos passos então vemos as portas serem brutalmente abertas. O estrondo fez com que meu tio pegasse o único rifle que tínhamos pronto para disparar.

E em fim chegou a nossa vez. E só o que eu pensava era que meu facão não adiantaria de nada. Arrancariam meu pescoço e o de meu tio e veríamos no que nos transformaríamos. Aquele choque contra a porta foi a gota d'água. Dois rapazes apareceram. Meu tio sempre hesita uns segundos antes de atirar. Nesse meio tempo um dos caras pôde falar:

- Gente viva?

Ambos não perdemos tempo e fomos logo ligando as lanternas. Eram dois jovens e pareciam estar bem vivos. O sono já não nos rodeava e o susto em mim continuava. Me afastei da janela e prestei atenção nos caras que também olhavam fixadamente para nós.

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Logo após alguns passos fomos até a biblioteca. Fechamos a porta e o rapaz mais velho começou:

- Lamentamos pelo susto! Meu nome é Jack e este é meu irmão mais novo Benjamim. Encontramos uma escada e decidimos pular o muro...

Enquanto ele contava como conseguiu entrar na casa.. eu prestava atenção em suas feições. Assustados e ao mesmo tempo aliviados, ambos eram morenos, olhos castanhos escuros. Jack tinha cabelo grande partido ao meio e Benjamim, o mais novo, tinha o cabelo curtinho, aparentando estar no auge de seus vinte anos.

Jack continuou:

- Peço que nos deixe ficar aqui, pois estamos cansados para correr novamente.

Meu tio, pacato e direto, retruca o moço.

- Podem ficar! Não negamos ajuda a ninguém. Mas precisamos acertar algumas coisas.

- Claro, claro! E pode me chamar de Jay, todos me chamavam assim antes do "holocausto".

- Isso é muito pior do que qualquer guerra que tenha existido, Jay.

Conversamos mais uns minutos e depois decidimos ir dormir, mesmo que fosse bastante dificil agora.

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Acordamos cedo. Eu e meu tio precisavamos elaborar algum plano para a falta, que logo viria, de comida, munição e bom senso. Os dois irmãos tinham mantimentos para os dois e não precisariamos dividir nossa comida e água por pelo menos dois dias ou mais.

Benjamim foi falar com Tom, o tio mais perturbado que eu tinha. Era o único mesmo..

- Tom?

- O que foi rapaz?

- Podemos ajudar vocês a conseguir comida e..

- Quantas armas vocês tem?

- Uma.

- E quantas balas?

- Umas vinte.

- Quer mesmo nos ajudar ou prefere guardar caso realmente venhamos precisar?

- Só queremos nos garantir também.

- Sei o que querem. Então nos ajude a não ter que precisar de armas. Primeiro para não chamar atenção e segundo para não faltar na hora do ranche.

Ambos começaram a pensar juntos e a planejar o que era necessário. Como eu num tinha nada pra fazer ficava lá sentada no puff da biblioteca, onde eles estavam. Ficava limpando as armas e olhando-as com certa adimiração. Rifle, pistola, tão bem projetados.

No meio de meus pensamentos Jay entra nervoso, desnorteado, e bastante extasiado. "O que houve?" Pensei.

Depois do FimHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin