Capítulo 15-Sem caminho certo.

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Senti o sol iluminar meu rosto e o vento a mim encontrar. Estava alegre.

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Quando todos nós conseguimos sair havia uns dois ou três zumbis a uns dez metros da gente que nem nos notaram.

Andamos a passos rápidos até encontrar algum lugar que nos abrigue na noite fria que logo chegaria assim como todas as outras.

É nessas horas que temos tempo para lembrar de algumas coisas da nossa vida passada. Tenho pena de mim mesma por estar numa situação assim.

-Para onde vamos?-perguntou Sam.

-Não sei.-respondeu Tom.

-Temos que achar um lugar rápido.-informou Jay.

-Que tal um super-mercado?-sugeriu Tom apontando para o mercado grande e completamente escuro e fechado.

-Não mesmo. Uns dos lugares que mais tem gente e você quer ir pra lá.-indagou Sam.

-Mas esta fechado. Qual a probabilidade de ter monstros lá...-retrucou Ben.

-Não vou entrar!-completou Sam.

-Então fica aí fora-disse eu já indo em direção a alguma porta que estivesse aberta.

Meu tio tentou me chamar atenção mais logo me seguiu junto com os outros, inclusive o Sam.

Nenhuma porta nem janela ou qualquer tipo de entrada. Nuns minutos seguintes ouvimos uns sons lá dentro ao parecer que abriam a porta de ferro de trás do mercado.

Meu tio logo foi até lá, pois de alguma forma, não só ele mais nós também, sabiamos que não era nenhum stiço maldito.

Uma senhora abriu a porta. Se fosse para dar um palpite diria que estava na meia idade. Loira, olhos negros, sem muita expressão.

-Entrem-disse ela com tom de pressa.

Entramos e encontramos mais dez pessoas lá dentro.

-Estão em quantos?-perguntou Jay.

-12. Sou Yanna e vocês, como se chamam?

Nos apresentamos e fomos conhecer o pessoal. Alguns eram como nós e outros mais jovens eram revoltados. Eu não sou uma pessoa revoltada mesmo com tudo que aconteceu e que eu sei que ainda vai acontecer. Vimos um homem meio bebado nos olhando com ar de deboche. Já não gostei dele, se bem que não culpo por querer beber em dias como esse, mas me surpreendo por estar vivo.

Nos acomodamos e eu e Ben fomos buscar algo para beber.

-Grande esse lugar, muitas pessoas podem vir pra cá.-começou Ben.

-Por que estavam aqui...

-O que? Quem estava aqui?

-Aqueles doidos que dizem ter criado o vírus stiço.

-Por que não estariam?

-De tantos filmes que já assistir acho que Nova Orleans seria a ultima cidade da lista. E há relatos que a infecção começou aqui. E eu pergunto por que aqui?

-Esse lugar é cheio de supertições Jessie. Histórias intermináveis de todo tipo.

-Não tenho certeza se foram realmente eles que criaram.

-Como assim? Quer dizer que acharam?

-Se você pensar bem as doenças mais mortais do mundo foram achadas em alguma parte do mundo. Não veio de animais ou pessoas. Então de onde vem, de onde veio?

-Jessie. Acha mesmo que alguém quer saber disso? Todo mundo aqui só tem um objetivo: sobreviver. Dane-se os culpados até por que é provavel que estejam mortos.

-É provavel...

-É..

Chegamos perto de meu tio e Jay. Pegamos conchonetes e pusemos no chão assim como alguns cobertores e deitamos cansados e sempre desconfiados.

A lua estava cheia e nos pusera para dormir. Fazia tempo que não tinha sonhos bons e não seria diferente esta noite. Ben olhava para mim e respondia com sorrisos singelos e forçados. Ele é meio estranho, tipo eu. Aliás essa situação toda e essas pessoas são meio esquisitas. Não vou sair nem por um segundo de perto do meu tio, pois é nele, apenas nele em quem confio. Tom é minha familia e dane-se todas aquelas histórias de na hora da merda é cada um por si, para mim ter familia é a unica forma de se sentir mais feliz, alegre, confiante.

A gente iria sair de lá, mas não sei quando. Pelo menos temos um teto e comida. Não confio nessas pessoas e acho que ninguém aqui é crente em ninguém.

Sons estridentes começaram a ser ouvidos perto do portão principal do super-mercado, impedindo da gente ter uma noite boa.

Tive medo, mas sei que seja o que for, aqui não entra, só acho.

Depois do FimWhere stories live. Discover now