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Aviso de gatilho: violência.

— Deveríamos sair hoje, gastar o dinheiro que ganhamos. - Kuroo disse, jogando um amendoim pra cima e pegando com a boca.

— Ficou louco? Não podemos ficar de bobeira por aí. Já é perigoso eu ter que ir buscar Remi na escola todos os dias, não temos o privilégio de sair assim, Tetsuro.

— Ela tá certa. - Kenma disse.

— Você só abre a boca quando é pra me contestar, né? - bufou o mais alto, pegando mais alguns amendoins do pote. - Tudo bem então, mas eu não quero ficar preso em casa, me leva com você pra buscar sua irmã.

— Você não tá preso, pode muito bem ir pra sua casa.

— Concordo.

— Kenma! - o repreendeu ofendido, fazendo o meio loiro dar de ombros. - Minha casa é entediante e eu acho que devemos ficar aqui com vocês duas durante esse tempo.

— Por que? Sabem que eu posso me defender perfeitamente sem vocês aqui.

— Ah, sim, sabemos e também defende nós dois, só lucro, linda. - você deu risada, se levantando e pegando as chaves do carro, Kuroo te seguia com os olhos curiosos.

— Vamos, então, eu até abro a janela pra você colocar a língua pra fora. - brincou. - Temos que passar no mercado também já que vocês vão ficar aqui.

Kuroo te xingou pela brincadeira, mas se levantou rapidamente, tomando as chaves do seu carro da sua mão e alegando que dirigiria, você não contestou. Seu apartamento era grande o suficiente pra até dez pessoas dormirem confortavelmente, os dois não seriam um incômodo e Remi adorava jogar junto com Kenma, mesmo que ele não falasse muito, então a companhia seria boa.

 Tiveram que esperar um pouco até Remi sair da aula, mas não foi problema, Tetsuro nunca parava de tagarelar e em momentos assim, você ficava grata por não ter como sentir tédio com ele do lado. Já no mercado, sua irmã decidiu ficar no carro, enquanto você e Kuroo andavam pelos corredores, comprando comida para as próximas semanas e algumas besteiras.

Vocês dois usavam máscaras pretas e óculos escuros, além dos bonés, então não estavam tão reconhecíveis assim, esperavam. 

— Se você pagar, pode levar o que quiser. - deu de ombros.  

— Eu já ia pagar de qualquer jeito, chata. - revirou os olhos, te dando um empurrãozinho com o ombro. - Já que está me emprestando sua casa, é o mínimo.

— Pelo menos tem senso. - resmungou, colocando dois pacotes do salgadinho favorito de Remi no carrinho quase cheio.

— Pelo menos tem senso. - te imitou com voz infantil, fazendo um riso sair dos seus lábios.

— Babaca.

Kuroo ia dizer mais alguma coisa, mas o som do seu celular interrompeu a fala do moreno, atendeu rapidamente ao ver o contato da sua irmã.

— Não pode esperar mais dez minutos, cacete?!

[Nome], tem um homem em volta do carro faz muito tempo. - disse com a voz chorosa. - Ele tentou abrir a porta duas vezes, vem logo, por favor.

— Caralho, caralho... - repetiu mais algumas vezes, deixando Kuroo para trás e correndo até o estacionamento.

Tirou a arma que levava na cintura e a faca que carregava na lateral do coturno que usava, aproximando-se silenciosamente do carro, não demorando para avistar o homem que o rondava. Ele era alto, usava roupas pretas e seu cabelo estava preso em um coque e como esperado, um corvo preto tatuado no pescoço.

𝐀𝐃𝐑𝐄𝐍𝐀𝐋𝐈𝐍𝐄, kei tsukishimaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora