𝑷𝒓𝒐́𝒍𝒐𝒈𝒐

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Sabe a sensação de estar em um lugar tão alto que a ideia de escorregar poderia causar a morte? Chama-se medo, talvez adrenalina para os mais atípicos.

Para Tsukishima, era adrenalina. Não estar no topo de um prédio, não temia a morte e sabia muito bem que não morreria de maneira tola, como em um escorregão.

Mas ele amava a adrenalina.

A gargalhada se misturava com os tiros interruptos das metralhadoras e os pneus dos carros queimando no asfalto.

Tsukishima jogava o carro de um lado para o outro, com o único propósito de debochar dos policiais que estavam atrás dele. Ele os achava patéticos pela tentativa em vão. Era inútil, ninguém nunca o pegaria, ainda mais em uma perseguição meia boca, que realmente só foi iniciada para a diversão do loiro.

Estava entediado.

Mas nada como perturbar a vida de policiais e provar mais uma vez quem ele era. Kei Tsukishima, nascido e criado na máfia, atual chefe de todo o império da máfia japonesa e todo o país. Ele tinha a polícia na palma das mãos e ainda sim, insistiam que podiam fazer algo contra ele.

Patético.

Como sempre, já de volta pelas ruas da cidade, havia conseguido despistar cada uma das viaturas, melhor de tudo, sozinho, apenas provando para si mesmo – mais uma vez - o quanto a força policial era imprestável. Tomou o rumo para casa mais uma vez, precisava tomar um banho e trocar de roupa, sendo já quase nove da manhã, tinha uma reunião importante em alguns minutos.

Passando pelos portões de ouro da grande mansão, a qual tinha o apelido de Palácio desde a época de seu avô, o que fazia jus ao lugar. Tinha mais de dez quartos e banheiros, sem contar as áreas de lazeres, salas de reuniões e literalmente tudo o que se podia se imaginar de ter em uma casa.

Sua reunião seria no subsolo, onde ele cuidava sobre as coisas ilegais de suas empresas e o trabalho da máfia em geral. Após tomar banho, vestiu seu conjunto social preto, bufando ao entrar no elevador até o subsolo, colocando sua digital na porta de entrada para o extenso corredor com as salas recheadas de arquivos e pessoas trabalhando nos imensos computadores.

Girou a maçaneta dourada, colocando um sorriso convencido no rosto ao encarar os homens sentados o esperando. Entre eles, tinham assistentes, contadores, vendedores e outros que também cuidavam dos assuntos. Sentou-se na cadeira da ponta, cruzando as pernas e os encarando. Kei gostava do olhar de medo que lançavam para ele.

— Vamos, me digam porque me chamaram. Eu não tenho a manhã inteira pra encarar a cara horrorosa de vocês. – suspirou, dando um gole no copo de água a sua frente.

— Então, senhor... Estão querendo começar a venda de uma nova droga por aqui.

— Mas eu altamente recomendo que não a coloquemos nas ruas. É altamente perigosa, as chances de overdose são altíssimas e o custo é enorme.

— Como se chama?

— Fentanil. Na América é normal misturarem com heroína, mas então começaram a vender pura, o que descobrimos que eles lucram quase 33% a mais do que com a própria cocaína. Claro que é mais cara, mas é mais fácil de contrabandear e ainda lucraríamos mais.

— Mas se começar a ter overdoses demais na rua, a polícia vai pressionar ainda mais do que já estão, não vai ser uma boa coisa pra nós. Não precisa de quase nada pra se ter uma overdose de fentanil.

Kei os encarou enquanto discutiam, respirando fundo com toda a falação desnecessária. Deu uma batida na mesa, fazendo-os ficarem quietos no mesmo instante.

— Liberem a venda.

— M-mas, senhor...

— Está me contestando? – o homem negou rapidamente. – Claro que não. Vendam, liberem, não me importo, quanto mais dinheiro melhor. A polícia tem um preço, vão ceder uma hora.

— Certo. Então não fique surpreso quando as ruas ficarem um caos.

— Tudo bem. – se levantou, arrumando o terno e abrindo um sorriso. – Que comece o pandemônio.

Deu risada enquanto caminhava para fora da sala, voltando por todo o caminho que havia feito antes. Subiu de elevador até o andar da garagem, entrando em seu mustang preto e dirigindo até sua empresa. O loiro era dono de várias corporações, uma das formas como lavava todo o dinheiro que ganhava, mesmo ele tendo mais posse da máfia em si do que os trabalhos legais, normalmente quem cuidava das empresas era seu irmão, Akiteru.

Já no elevador até o último andar, onde teria uma sessão de horas de reuniões entediantes, as quais ele realmente não sabia o porque tinha que fazer parte, afinal, Akiteru estava lá pra isso, entrou na sala, não tão diferente da qual estava antes, era o mesmo estilo, mesas compridas e várias cadeiras. Sentou-se na ponta contrária qual seu irmão estava.

— Temos uma notícia não tão boa. – um deles falou, Tsukishima bufou.

— O que é?

— É sobre Kinoshita.

— Digam logo!

— Ele morreu, Tsukki. – Akiteru disse, desviando o olhar do irmão. – Foi morto essa manhã. 

𝐀𝐃𝐑𝐄𝐍𝐀𝐋𝐈𝐍𝐄, kei tsukishimaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora