Cap.34

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" amanhã ou depois, tanto faz, se depois ou nunca mais.."

O final de semana começou e  eu e a Alana resolvemos que após o testamento iriamos viajar como combinado, e que as coisas que fossem pra acontecer iriam acontecer. Avisei ao daniel que tive um imprevisto e não conseguiria comparecer ele disse que tudo bem.

Colocamos o papo em dia, porém no sábado à noite a Lana saiu com o Murilo eles estão namorando e precisam de um tempo junto eu disse que é ótimo que ela o tenha e a mesma me aconselhou a ouvir meu coração.

Tomei um banho, passei um creme coloquei um vestido leve e fui preparar algo para jantar. Bebi uma taça de vinho e meu telefone toca.

" Fred:oi Mari como você está?"
" Eu: oi Fred estou indo e você?"
" Fred: com saudades suas...
Queria te ver"
" Eu: eu ainda estou magoada com essa mentirada toda"
- Fred: eu sei disso meu amor eu espero o tempo que você precisar, mas me escuta por favor"

Não consigo responder rápido eu tô em pedaços, mas reconheço o homem incrível que ele é, generoso cuidou de alguém que não tinha o seu sangue, amoroso, companheiro, divertido, honesto, e tem uma capacidade grande de perdoar, perdoou o meu pai que o traiu e a esposa. Meu coração se aquece.

" Eu: quer vim jantar comigo?"
" Fred: chego aí em 20 minutos"

- oi - fred diz tímido com uma rosa vermelha na mão e uma garrafa de vinho.
- oi - digo analisando ele - entra
-  que cheiro bom - ele diz enquanto entra - trouxe vinho, e isso é pra você - sorri
- obrigada - digo e ele me segue até a cozinha - acertou estou fazendo uma massa com camarão e molho de gorgonzola
- minha favorita - ele diz
- eu sei - sorrio e pego uma taça pra ele que nós serve  de mais vinho.
- fiquei feliz que você me chamou, quis respeitar teu espaço - ele fala enquanto bebê, vejo seu pomo de Adão descer em cada engolida, como pode ser tão lindo? Que saudade.
- obrigada por isso, eu precisava entender algumas coisas que ainda não fazem sentido sem ouvir o seu lado da história - falo e volto minha atenção ao camarão que está pronto, desligo o fogão.  E me aproximo dele. - vamos jantar?
- claro, eu te ajudo com a mesa.- sorri e colocamos a mesa, o jantar foi divertido e gostoso, e sempre tão maravilhoso quando ele está junto. Rimos e falamos sobre outros assuntos afim de não perdermos o momento.  Bebemos a garrafa toda de vinho, depois fred me ajuda com a louça.
- tem o vinho que eu abri na geladeira - falo sentindo minhas bochechas quentes de tanto vinho
- você quer mais?- ele ri
- pode ser sinto que vamos precisar - falo

Sentamos na sala com a garrafa de vinho lado a lado.
- então...- começo - quero ouvir a sua versão - digo
- eu conheço seu pai desde criança, fomos para faculdade juntos, aprontávamos juntos e casamos juntos, ele é sua mãe são loucos um pelo outro sempre foram- ele fala enquanto fico atenta ouvindo - sempre quis encontrar alguém que eu amasse tanto quanto eles se amam, a Flávia surgiu eu gostava dela e da companhia, mas nunca a amei por isso nosso relacionamento eram movidos a discussões cansativas e idas e vindas. Mas ainda assim casamos.
- como você casou sem amor?- pergunto
- eu não conhecia o amor, e achava que a amava pelo tempo que estávamos juntos, mas nunca senti amor por ela de homem e mulher, acabamos nos tornando amigos ao invés de marido e mulher. As discussões não acabavam, e ela estava me cobrando um filho pois a Jana estava grávida de você na época, eu confesso que eu não queria ter filhos por um tempo, e depois que ela engravidou eu passei a amar a ideia de ter uma cópia minha - ele fala triste - um dia discutimos e eu saí de casa, seu pai estava também discutindo muito com a sua mãe devido aos hormônios da gravidez que também era de alto risco o que prejudicou um pouco na intimidade, a Flávia e o Arthur se encontraram e acabaram bebendo e o restante bem você sabe - suspira e eu assunto - nós estávamos separados quando a Flávia me liga dizendo entrar Gravida eu fiquei tão feliz que não pensei duas vezes em voltar esse relacionamento falido pra ter uma família- ele sorri
- e como meu pai contou pra você?- pergunto
- quando eu liguei pra ele e contei que a Flávia estava grávida ele perguntou quando viria a cidade que queria conversar comigo, nessa época sua mãe estava de 5 meses, fomos em um bar e Arthur começou a chorar me pedindo perdão, fiquei em entender e ele me contou tudo, eu fiquei bravo na hora pela omissão dos dois mas eu não amava a Flávia então - da de ombros - sendo o filho do meu amigo ou não eu queria essa criança, e eu iria amar e cuidar dela, seu pai concordou e disse que não queria machucar sua mãe sobre a gravidez Jaque a traição ela sabia, eles ficaram um tempo separados  morando na mesma casa, mas enfim nós dois entramos em um acordo que independente de quem a Alana fosse filha eu seria sempre seu pai. Nunca me passou pela cabeça que esse segredo surgisse assim do nada e da forma que foi, porém quando o advogado entrou em contato e exigiu a presença de vocês eu entendi que tem algo a ver sobre a paternidade.
- mais a tia Flávia nunca demonstrou nada porque agora !?- pergunto
- e o que eu e seu pai estamos tentando descobrir. - suspira - nós iríamos contar pra vocês esse final de semana já que semana que vem é a leitura do testamento. Eu não sei como aquela garota descobriu esse segredo mas ela ficou me rodando até começar com as chantagens e eu não queria que vocês descobrissem assim é eu te juro por tudo que é mais sagrado que eu não queria beijar ela e eu pensei em você o tempo todo. - ele fala me olhando nos olhos - eu me sinto idiota por ter ficado com medo de falar naquele momento, você é a Alana são duas mulheres fortes e na hora eu quis proteger vocês duas. E quando eu vi a merda que eu fiz - ele ri sem humor - tinha um cara tentando pôr as mãos da minha mulher - ele suspira
- você nunca se arrependeu de assumir uma responsabilidade que não fosse sua?- pergunto
- não, quando você nasceu eu vi a felicidade é o amor que seu tinha por você e eu me sentia igual com a Alana sendo ela minha ou não. Quando nasceu a Flávia aceitou fazermos o teste que deu positivo para seu pai, mas eu continuo sendo o pai da Alana e agora ela tem dois pais e você ganhou uma irmã - ele fala
- eu amei que nós somos irmãs, nós já sentíamos isso antes de todo esse segredo vir a tona - falo
Fred acaricia meu rosto, e me olha sorrindo.
- eu sei vocês sempre brincavam que eram irmãs - ele ri - você tem um coração bom Mari igual da Alana e do seu pai eu sei que está magoada comigo, com seu pai principalmente mas eu espero que você possa perdoar seu pai pelo menos, ele te ama muito e tudo o que ele fez foi para proteger você e a Alana de sofrerem apesar de ser errado.
- sabe fred a mentira só serve pra proteger por um tempo e dor depois que ela cai é gigante assim como a mágoa e a decepção, a verdade dói e machuca mas é mil vezes melhor porque a mágoa e mais fácil de ser perdoada na que a confiança permanece. Acredito que a atitude do meu pai com você foi a mais correta pois você o perdoou e minha mãe também, agora a da gravidez não posso dizer o mesmo, e nem do que aconteceu.- falo
- eu sei disso e me corrói só de saber que eu quebrei a tua confiança, e da Alana também, e dificilmente conseguirei conquistar novamente mas podes ter certeza que eu vou fazer de tudo pra vocês me perdoarem.- ele fala - e quanto a nós ?-
- vamos com calma por favor - falo com a voz embargada. - eu preciso assimilar e entender tudo isso. Preciso de um tempo.
- eu te dou e espero todo o tempo do mundo por você . Só quero que você saiba que eu te amo muito como nunca amei outra mulher antes, e hoje eu entendo o sentimento dos seus pais, e o que é amar alguém. Se você não quiser ficar comigo novamente tudo bem, pelo menos eu tive a chance de conhecer o verdadeiro amor e eu quero que independente do que aconteça, eu te amo do mesmo jeito e quero te ver muito feliz . - ele diz - agora eu preciso ir - suspira - não quero encher mais a sua cabeça - brinca
Levanto e o levo até a porta.
- fred- digo quando ele está no corredor próximo ao elevador e ele olha pra traz quando eu vou em sua direção e pulo em seu colo e o abraço seus braços me recebem e consigo sentir todo amor entre nós, o abraço e aconchegante, gostoso.- obrigada por hoje - digo chorando.
- sempre minha ninfa - beija minha testa e me olha, ele também está chorando.- Boa noite.
- Boa noite - sorrio e volto pro apartamento enquanto ele vai embora.

Amor clichêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora