Capítulo 4 || Em Plena Madrugada

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Hey hey hey! 

Vamos lá, eu estou até curtindo esse desenvolvimento, mas me digam vocês. 

Boa leitura! 

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Narrado por Kirishima Eijirou

Depois de um longo dia de trabalho, tudo o que eu preciso era um banho quente e tão extenso quanto os diversos compromissos que tive. Obviamente, não me sinto assim tão cansado, pois sendo o início do fim de semana, tenho certa empolgação guardada para usar hoje, pela noite inteira se possível.

Não demoro muito no chuveiro, a água quente é relaxante e eu apreciaria ficar um pouco mais, porém o suficiente já basta, desperdício seria uma forma arrogante de ostentação e não combina comigo. A rapidez destes momentos sozinhos talvez compense as vezes em que estive num chuveiro acompanhado, onde os minutos se transformam em hora sem que haja percepção de tal fato.

Seco o corpo inteiro, tomando cuidado com os piercings para não prender no tecido felpudo, certamente seria uma sensação boa, mas não se for com distração e riscos de rasgar por um deslize. Quando vejo meu cabelo no espelho, percebo que logo devo marcar uma hora no salão, não seria nada elegante deixar a raiz enegrecida aparecer mais do que já se expõe.

Não demoro mais para colocar uma boxer preta e secar os cabelos superficialmente, deixando-os jogados para trás ao largar a toalha no cesto de roupas fora do quarto. Devo me lembrar de colocar tudo na máquina de lavar depois, aos sábados e domingos Kendo não costuma ficar por aqui para cuidar desta parte.

Quase posso sentir o peso do dia sobre os ombros, mas nada me impede de ir até a adega, em uma porta mais à esquerda no corredor, para buscar um vinho que possa me acompanhar nesta madrugada. Um bom vinho português para uma boa noite de torpor, nada de responsabilidades para me preocuparem em meio ao processo tenro de meus hobbies, contudo, sem alguém que possa estar sobre o meu colo enquanto isso.

Pensar sobre a solidão não muito longa que já me assola, me faz lembrar de Ochako e as questões perigosas envolvendo o clube. Bom, também me lembra aquele lindo policial marrento, que me deixou perdidamente instigado.

Sorrio um pouco ao caminhar para minha mesa no centro do quarto, olhando vagamente para o relógio que já marcava quase 00h, o fim da sexta-feira sendo quase um fato. Ele não me ligou, será que ao menos pegou o cartão? Pode até ter jogado fora depois daquela mensagem indecorosa que deixei, mas pior ainda é saber que tenho apenas uma ideia de como seu rosto deve ter se contorcido de raiva ao ler.

Ah, essa espera por um sinal deveria me deixar ansioso, pois há tempos não tenho um fascínio tão óbvio por alguém. Ele é tão intenso e agressivo, mesmo com o pouco que tive para conhecer, notei como é forte em suas determinações, mas quebrado ao lidar com o que não pode ter sobre as mãos. Requer mais estudo, porém tendo em mente sua profissão, deve estar constantemente sob pressão, internalizando tudo o que acontece por não ter sucesso em rápidas soluções.

Suspiro ao abrir de uma vez o livro que havia deixado por ali, pegando os óculos de leitura de armação fina para colocá-los. A tela do notebook se mantém no brilho mínimo, pois poderia atrapalhar a luz quente da luminária que posiciono sobre as folhas em branco. O capítulo anterior havia marcado um pouco mais do que deveria algumas páginas, então retirarei ele do caderno e farei de novo. Pode ser trabalhoso e egocêntrico transcrever manualmente todas as minhas obras, porém a sensação da tinta desenhando as palavras com suavidade e consistência, é uma atividade relaxante e que me deixa absorto no tempo.

"Capítulo 23 – Réus da Alvorada

Denso, o paraíso para muitos deveria conter uma aura de leveza e pura harmonia, mas continha uma densidade além do que Dimitri podia considerar quando finalmente chegara. O esperado destino, pelo qual tem lutado e matado, trapaceado e roubado, era apenas uma grande e devassa utopia, um mundo que foi lapidado e moldado com a criatividade dos transeuntes que o contavam sobre.

Accordo Di Vaniglia || KiriBakuWhere stories live. Discover now