Capítulo 8 || Análises Inconclusivas

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Hey hey. 

Estamos com muitas explicações maçantes por aqui, peço desculpas, mas estou tratando tudo com muuuuita seriedade. 

Boa leitura! 

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Narrado por Kirishima Eijirou

Droga, as milhares de cenas que se desenharam na minha mente, ao saber que o Delegado um dia foi tenente, me deixaram instigado, mas também cauteloso. Aquela estampa militar realmente deve combinar com ele, contudo, seu passado é mais espinhoso do que estava cogitando, a síndrome do pânico pode ter sido adquirida, a instabilidade vai dificultar a confiança.

Me mantenho o mais neutro possível, dando-lhe as respostas que quer em meio a pequenos flertes, movendo-me como ele desejava; construindo a fluidez do cenário. Me desconcertei em certos momentos, ao observá-lo de cima a baixo com menos tecido que o habitual obstruindo a belíssima visão. Tudo nele é perfeitamente esculpido, até as cicatrizes que desfiguram parte da tatuagem cobrindo as dorsais dos ombros à lombar. Passa um ar de superioridade e imponência, o que só me atiça mais para dobrá-lo ao meu dispor.

No treino, aproveitei sua exigência por auxílio para virar o jogo ao meu favor, ditar implicitamente, recebendo uma resposta imediata e concentrada, me fez ter novas perspectivas; a imagem daquele homem trocando golpes potentes e totalmente concentrado em mim, me levou ao descontrole.

Ao final de tudo, poder provar do sabor etéreo que tanto desejava naqueles lábios, quase me deixou sem chão, pois por mais provocante e seguro, fui desprevenido para o contato árduo e cheio de calor. A pele de Bakugou sob meus dedos tensionava e se moldava ao meu corpo como se fosse tudo o que precisávamos, o ar se perdeu em meus pulmões mais rápido que o normal, pois seu ímpeto em me acompanhar na fervorosidade foi uma retribuição inesperada.

Ele queria tanto quanto eu, porém tenho certeza de que não ouvirei isso saindo de sua boca tão cedo. Por ora, tê-lo obedientemente me seguindo até o carro, após fechar a academia do colega soldado – que não parece ser uma ameaça até onde analisei –, já é suficiente. O silêncio é denso e me preocupa um pouco, mas não tento evitá-lo ou preenchê-lo com palavras vazias, sei que para o Delegado deve ser necessário um tempo a se pensar.

O tempo até minha casa é cerca de 40 minutos, então deixo em mente que aos 20 de trajeto, tentarei falar mais abertamente sobre o que pretendemos debater e explorar essa noite, mas para minha surpresa, quando estou prestes a abrir a boca para dizer algo, o Delegado se manifesta primeiro:

— Por que você frequenta aquele lugar se tem sua sala de jogos particular? — o questionamento chega em tom acusatório, da forma agressiva que parece ser a única viável para Bakugou. Relaxo os dedos sobre o volante e sorrio ladino, esperando alguns segundos excedentes antes de proporcionar alívio a esta curiosidade pertinente:

— Dom's tem algo com impor dominância, não somente aos submissos que lhe servem, mas aos outros do mesmo nível. É como esbanjar a superioridade e a posse, exibir seu troféu — Aproveito o sinal vermelho para olhar na direção do Delegado, adorando o fato de que ele me encara sem qualquer temor, mas enrubesce gradativamente quando devolvo a observação sem quebrar o contato com as írises carmesins.

— Então pra vocês é tudo uma questão de status, só querem mostrar que podem colocar outras pessoas na coleira para fazerem o que querem, quando e como querem — O loiro finalmente desvia o olhar, deixando-me chateado, mas somente até que eu precise encarar a rua de novo. Fico incomodado com o desprezo em sua resposta, ainda mais quando a distorção dos fatos não agrega o que estou tentando explicar.

— É muito mais que isso, Delegado. Dom's gostam de mostrar que são dignos o bastante para ganharem a confiança do submisso, da pessoa que se doa por inteiro, de corpo, mente e alma. Geralmente, os submissos gostam de serem exibidos e exaltados por seus donos, mestres, dominadores... — falo calmamente, tentando escolher melhor as frases para não o deixar com mais conclusões inóspitas. Pelo canto dos olhos vejo que voltou a ter atenção em mim, então é provável que se sente mais confortável sem me encarar diretamente com o tema — Sei que parece algo somente carnal quando digo dessa forma, mas é uma entrega sem precedentes, que ultrapassa qualquer barreira física que você possa estar tomando como base. BDSM é um estilo de vida, uma arte; é um jogo que se joga a dois, uma cena onde a atuação nunca é unilateral, muito menos superficial.

Accordo Di Vaniglia || KiriBakuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora