Uchiha e Senju - Nó Do Passado

Cap 2

Vila bonita, comida gostosa!¬

Ainda afundada com o rosto no peitoral de meu pai, não pude deixar de queimar com os olhos aquela figura esguia, era tão alto quanto otousama, seus cabelos lisos balançavam com o movimento frenético do corpo, hum parece um palhaço.

- Otousama - lancei um olhar fervoroso ao Senju deslizando a mão para a arma perto de meu peito - quem diabos é esse homem? - a voz soou como uma faca atravessando o peito do moreno que virou o rosto a mim como quem está magoado, o que me fez enrugar a testa.

- Senju Hashirama - ao ouvir o sobrenome senti uma pontada no peito, desvincilhei-me do Uchiha recuando um passo juntando as mãos sutilmente onde alcançavam a altura da tantō  escondida no laço da yukata. - sou o líder de Konoha - sua postura abobalhada tinha o deixado, agora um ar sereno e acolhedor o rodeava, senti as orelhas esquentaram por telo comparado com um palhaço. - E o melhor, - cobriu a boca se curvando em minha direção, eregideci a coluna mantendo o espaço entre nós - único amigo do seu pai - diz ele com um sorriso contagiante, logo em seguida contornando o pescoço de meu pai, o qual fez uma careta apertando a ponte do nariz.

- Senju?... Amigo de um Uchiha? - junto as sobrancelhas ao ouvir tal barbárie - É algum tipo de piada? - sorri nervosa, o dois me olharam confusos, suspiro, não dê escândalo S/n você não está em casa. - Digo, não estávamos em guerra? Simplesmente esquecer de todos que sacrificaram suas vidas por seus clãs e todo o ressentimento envolvido é algo muito... - o que me impede exatamente de travessar uma kunai no pescoço de um Senju? - Sábio, pensando no futuro das próximas gerações. - curvei o canto dos lábios em um sorriso falsamente gentil, não posso ser rude com meus anfitriões, não seria nada cortes, nas cartas que recebi nunca citaram o fim do confronto entre os dois clãs, apenas a última a qual citava "segurança" para qualquer shinobi. O Senju coçou a nuca olhando para baixo deixando escapar entre os lábios um suspiro, em seguida ergueu a face com um olhar envergonhado para mim, analisei com surpresa.

- Realmente os clãs estavam, mas eu e Madara sempre fomos amigos, - olhou para o Uchiha - o desejo de por um fim nesses conflitos sempre esteve em nossos corações, mas cães que latem não mordem, então precisávamos ser fortes o suficiente para mudar o sistema, ou melhor criar um novo sistema. - arqueei as sobrancelhas ao sentir o peso de suas palavras quando elas atravessaram o meu ser fazendo uma sensação viva pulsar, ser forte o suficiente hein? Aliviei a distancia de minhas mãos da tantō.

- Claro que nem tudo são flores. - otousama chamou minha atenção - o ressentimento não é algo que simplesmente desapareceria, eu e o cabeça de cedro - cobri a boca rindo discretamente do apelido e da cara do moreno ao ouvi-lo - quase nos matamos algumas vezes após o acordo de paz. - deu dois tampinhas no ombro do mesmo. - se lideres como nos fizemos isso já pode imaginar como os outros também estavam se sentindo. - abaixei a cabeça, quando se é um líder não é só sobre si, é sobre o conjunto inteiro que importa. 

- Muitos já estavam cansados de tanto lutar, um banho de sangue que não fazia mais sentido algum. 

- Não diga que era sem sentido! - o Uchiha trincou os dentes - Tanto você quanto eu sabemos quantas vidas foram perdidas naqueles combates, como queria que não fossem cobradas?

- Eu sei, eu sei! Mas você sabe, - apontou o dedo para ele, o que fez minhas orelhas ficarem de pé - existem coisas muito mais importantes que uma vingança. - cerrei o punho apertando os olhos, quem ele pensa que é pra dizer isso? Sangue se paga com sangue. Como quer que simplesmente esqueça das morte de nossos amigos e familiares, do sangue deles que escorreram por aqueles campos por mãos de ninjas Senju's? Esse homem prega algo que minha mente entende o significado mas meu coração discorda com todas as forças. E eu, eu.. Ergui os olhos para meu pai que tinha o semblante contente, quase aliviado pousado sobre mim... "o mais importante..." Senti um baque como um soco silencioso me atingir.