Shawn

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Tortura do caralho.

Eu jamais diria isso para Camila, mas os últimos dias têm sido uma verdadeira tortura do caralho para mim. 

Pressionar meu corpo ao seu contra a bancada da cozinha, deslizar a mão para o meio das suas pernas e confundir todos os seus pensamentos enquanto faz café de manhã, exatamente como desejei fazer desde a primeira vez que dormiu no meu apartamento e eu a flagrei usando apenas uma das minhas camisetas. Ou colocá-la sentada de pernas abertas no meu colo e fazer o mesmo enquanto assistimos a um filme qualquer no sofá tarde da noite depois que chego do hospital. São momentos como esses que tenho vivido.

Encontrá-la completamente pronta, molhada e entregue, mesmo que eu ainda nem a tenha tocado, as mãos que não saem do meu corpo e as pernas que sempre se afastam sem que eu tenha que mandar. Escutar seus arfares e gemidos, quase silenciosos, que me deixam mais duro do que qualquer grito já conseguiu. Seus lábios implorando por mais até aquele momento em que se entreabrem e não conseguem dizer mais porra nenhuma além do meu nome. Ela se desfazendo completamente em minhas mãos, afundando seus dedos e dentes na minha pele. São momentos como esses que tem me torturado. Ser obrigado a subjugar meus próprios desejos e me distanciar depois de fazê-la gozar é o mesmo que pisar descalço no fogo do inferno. 

O que acabamos de fazer foi o mais longe que eu me permiti chegar desde o acordo que fizemos no motel. Desde que me deu permissão para tocá-la quando eu bem entendesse, e só serviu para me torturar um pouco mais, tudo que eu conseguia pensar enquanto meu pau deslizava por sua boceta molhada era o quanto eu queria passar por cima do que eu prometi e me enterrar fundo dentro dela, ainda é nisso que estou pensando quando escuto a porta abrir.

— Camila? — Interrompo o movimento da minha mão e olho por cima do ombro, me mantendo de costas e com a outra ainda apoiada nos azulejos. — Precisa pegar alguma coisa?

— Deve ser assim que se faz. — fala consigo mesma.

— O que você está fazendo? — pergunto sutilmente, sem tirar os olhos dos seus quadris sendo jogados de um lado para o outro enquanto caminha ao meu encontro completamente nua. Perfeita em cada detalhe, até naqueles que considera imperfeitos.

— Nesse momento? — Abre uma frestinha da porta de vidro para poder olhar nos meus olhos. —Tentando não morrer de vergonha.

— Não era eu quem deveria ficar constrangido? 

Isso seria bem interessante. Jamais ficaria.

— Pensei em dar uma ajudinha. 

Ficou ainda mais interessante.

Passo a língua pelos lábios, sem me virar.

— Posso saber como pretende fazer isso? —pergunto em tom baixo.

Morde os lábios, encarando as unhas dos pés pintadas de rosa. 

— Como você quiser, eu acho...

— Como eu quiser? 

Por que ela não dá logo uma corda para eu me enforcar?

Camila não resiste às minhas carícias, sempre ávida por se entregar completamente para mim. Esse é meu verdadeiro martírio. Saber que a responsabilidade de parar antes de irmos longe demais é somente minha. Ela nunca me pediria para parar, pode ser que seja porque não queira parar, ou por vergonha de pedir, por sentir que me deve isso, embora eu não esteja cobrando nada. Não sei, tudo que eu sei é que não posso acelerar as coisas antes de ter certeza absoluta de que ela não vai querer se enfiar embaixo da cama com nosso fantasma depois, que eu não vou me sentir um merda depois, que vamos ficar bem depois, que ainda haverá um depois. Tem que haver.

THE PRINCEOnde histórias criam vida. Descubra agora