34 - Máscaras

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Harry e Tália compartilharam um sorriso, Charles estava preocupado com eles, mesmo sabendo que poderia ser pego por James e Lílian, ele os avisou.

Os gêmeos andaram mais um pouco para pararem em uma esquina vazia onde Harry pegou um livro pequeno no bolso da calça e desencolheu, pegou a pena autotintada de dentro do livro e escreveu para seu pai, ambos os gêmeos tinham cadernos de duas faces conectados a um que seu pai tinha.

Pai, Charles nos avisou que logo logo James e Lílian vão nos chamar no escritório do diretor para conversarem conosco, venha logo por favor, eles já sabem sobre nosso sobrenome, Kargaroff irá nos acompanhar mas achamos melhor que você também nos acompanhe. Pai, se for vim venha depois do almoço, acreditamos que talvez seja depois disso que venham nos chamar.

Harry e Tália.

Terminando sua mensagem Harry guardou a pena e o livro novamente encolhidos em seu bolso e Harry e Tália continuaram seu caminho normalmente.

Perto do Salão Principal, encontraram Kargaroff e Tália sussurrou rapidamente enquanto passavam.

- Eles vão nos chamar logo. - Os olhos do diretor brilharam levemente e ele acenou, um sorriso predatório em seus lábios.

Os gêmeos andaram calmamente pelo castelo e pelos jardins durante a manhã, nem ao menos tentando imaginar oque diabos o diretor ia fazer. Eles gostavam da idéia de ainda terem um pouco de sanidade.

Durante o almoço Harry sentiu seu livro esquentar e então ele pegou. Tinha a resposta de seu pai.

Logo estarei aí, não se preocupem, estava no Ministério da Grã Bretanha arrumando algumas coisas que tinham relação com Hogwarts e sua situação atual. Se cuidem vocês dois enquanto isso. E por favor, não amaldiçoem ninguém.

Essa é para você Lia!

E Haz, não deixe que eles lhes atinjam.

Estarei ai depois do almoço, cuidem-se.

Gellert.

Os gêmeos riram um pouco da mensagem do pai e sorriram levemente. Sabendo do olhar de seus amigos, os gêmeos simplesmente continuaram sorrindo - Dessa vez mais levemente. - e comendo normalmente seu almoço enquanto pensavam em como seria a conversa no escritório do diretor.

Seu pai os conhecia muito bem, as vezes eles pensavam que ele os conhecia melhor do que eles mesmo se conheciam.

Pensando nisso, ambos terminaram seus almoços enquanto conversavam com seus amigos, risadas, flertes e bochechas coradas eram vistas e ouvidas à todo momento pelas pessoas que observavam o grupo e pelos integrantes do próprio grupo.

Com o percorrer do almoço todos do grupo perceberam os olhares nada sutis de James e Lílian da mesa dos professores, Tália então lembrou-se de algo enquanto falava com Draco e colocou a mão no braço de seu irmão chamando a atenção dele. Ela lançou um feitiço de privacidade envolta dos dois que borrava um pouco suas formas, Harry franziu a testa.

- Oque aconteceu? - Ele disse.

- Você lembra no dia em que chegamos? Hum? - Ela disse e Harry assentiu.

- Bem, quando você estava olhando envolta do salão, eu também fiz isso e - Ela suspirou. -, quando você olhou para a mesa dos professores você e James e Lílian se encararam um pouco não?

- Sim. - Ele franziu a testa.

- Então, quando você desviou o olhar deles eles ainda estavam te observando, Harry, eles viram quando você olhou para Severus. - Ela terminou e não foram necessárias mais palavras.

O moreno suspirou, fechou os olhos e apoiou a cabeça na mão direita enquanto o cotovelo estava apoiado na mesa ele quis se amaldiçoar, francamente, por que diabos a vida não podia simples? Agora James e Lílian suspeitavam de Severus, mas que maldita porcaria. Ele estava ficando irritado e sentiu a mão de sua irmã em seu ombro, ele olhou e sorriu minimamente para ela, ela não sorriu de volta e continuou olhando para ele preocupada, ele parou de sorrir.

- Harry, não se preocupe. Eu te falei porque temos que ficar atentos e falar para Severus também ficar, não porque você tem que se culpar ou se stressar, mesmo que você faça isso muito, não é mesmo? - Ela disse suavemente brincando no final. - Se bem que eu acho que dificilmente se pode surpreender Severus. - Ela falou mais baixinho fazendo uma careta engraçada fazendo os ombros de Harry tremerem enquanto ele ria.

Ele se sentiu mais leve e o rosto de sua irmã se suavizou sorrindo para ele.

- Não posso negar isso, acho que nem que fossemos fantasmas conseguiríamos surpreendê-lo. - Ele disse e ela piscou coruja.

- Verdade. - Os dois riram.

Harry pegou a mão da irmã e deu um leve aperto sorrindo levemente.

Ela desfez o feitiço e ambos voltaram a falar normalmente, suas máscaras a postos sobrepondo seus sentimentos turbulentos que eram abrigados pelos dois adolescentes na mesa da Sonserina e que cresciam mais e mais a cada minuto, mas para todos em volta, eles estavam bem, estavam normais até mesmo para seus amigos que tentaram não observar os dois enquanto estavam conversando.

Mas aparências enganam, assim como as máscaras que eles usavam como uma segunda pele, de tão famíliar que lhes eram.

Corações de CristalOnde histórias criam vida. Descubra agora