23 - Luz e Trevas

1K 100 1
                                    

Tália e Fleur estavam calmamente andando pelos corredores de Hogwarts explorando o castelo, Harry estava novamente com Draco no Salão Comunal da Sonserina. Provavelmente já estavam no dormitório do loiro se pegando, ela pensou com diversão maliciosa conhecendo bem o irmão. Viktor havia sido pego em uma conversa interessante com Blaise então ficou lá também.

Então lá estavam Tália e Fleur conversando sobre alguns pontos interessantes de Hogwarts, mas enquanto passavam haviam muitos sussurros a sua volta algo que as irritava mas não surpreendia, afinal era uma meio-veela e a ainda não comprovada, irmã gêmea do Menino-Que-Sobreviveu. Então não, elas não podiam nem ficar surpresas, e ainda por cima era um sábado ou seja, não haviam aulas.

Logo, cansada dos sussurros em volta delas, Tália propôs a Fleur que dessem uma volta no lado de fora do castelo, perto do Lago Negro, a loira rapidamente concordou. Ambas foram então em um silêncio confortável caminhando até lá.

Já passavam das 9 da manhã então o sol estava ficando um pouco mais forte do que quando Tália foi tomar café da manhã, então ela retirou sua blusa a amarrando na cintura sob o olhar meio incrédulo de Fleur.

- Porque estas tirando a blusa? - A loira perguntou com sotaque, ela estava tentando se acostumar com o inglês.

- A Alemanha é muito mais fria que aqui, e não é como se Durmstrang fosse quentinha, então estou bem acostumada com baixas temperaturas. - Ela deu de ombros no final.

A loira sorriu e balançou a cabeça, os cabelos loiros presos no rabo de cavalo balançando com o movimento.

- Queria eu conseguir isso, é terrible esta temperatura para mim que estou acostumada com as leves brisas da França. - Ela disse tristemente.

- Sua irmã não está com você no navio? - A morena perguntou.

- Sim, mas ela quis ficar em nosso quarto na carruagem, Gabrielle também é bem sensível com o frio.

- Seria bom que aprendessem feitiços de aquecimento ou carregassem amuletos então.

- Hum, seria realmente uma boa idéia, não sei se Gaby conseguiria aprender o feitiço, ela ainda tem só 11 anos.

- Por isso os amuletos, e bom, você poderia colocar outros feitiços por precaução.

- Bem, sim seria algo bom, mas que tipos, acho que ninguém iria querer fazer mal a ela.

- O diretor Kargaroff nos fez pesquisar sobre o Torneio antes de virmos e... Digamos que os campeões não os únicos a correr muitos riscos durante as tarefas.

- Madame Maxine não nos disse nada, bom, apenas para treinarmos e pesquisarmos feitiços que achemos úteis.

- Nosso diretor ama a fama, ele nunca iria querer que nós fossemos mal nas provas. Ele nos avisou para pesquisar sobre o Torneio ainda em setembro no final do jantar, definitivamente ele quer muito que Durmstrang vença. - A morena riu.

Fleur franziu a testa.

- Ele é um idiot.

Tália começou a rir.

- Sim, sim, com certeza ele é. - Elas continuaram andando um tempo em silêncio até que a morena se pronunciou.- Fleur, olhe. - A morena sussurrou parando de andar e segurando a mão de Fleur para que também parasse e ambas olhavam a imagem a frente delas.

Elas estavam perto da margem do Lago Negro, o sol já estava um pouco alto, o lago fazia justiça ao nome com a água escura, as árvores escuras e de aparência perigosa da Floresta Proibida tinham um brilho meio dourado do sol acima delas e traziam a cena uma espécie de beleza meio sombria a o lugar.

Tália amou, ela tinha uma queda por tudo que lembrava o escuro, breu, e coisas assim, nas histórias ela sempre preferia saber sobre o lado denominado vilão, ela gostava do perigo que as sombras da noite traziam, ela gostava de ver como as pessoas temiam a escuridão, a escuridão que lhe caia tão bem, a escuridão que acolhia seu ser e lhe trazia uma sensação incrível de alegria, sim, a escuridão e as trevas eram algo ditas como algo errado, mal e ruim, mas ela não podia ver ou imaginar nada mais ruim que a luz e bondade que as pessoas pregavam hoje em dia, porque para ela não existia o mal ou bem, existiam os motivos por trás de suas ações por isso na opinião de Tália, não havia nada mais perigoso que a cegueira que a luz poderia trazer as pessoas.

Tália fechou os olhos sentindo o cheiro das árvores e da grama e então sorriu levemente quando uma brisa passou balançando alguns fios de cabelo.

Porque afinal como diria Sirius:

- Todos nós temos a escuridão dentro de nós.

E Tália acreditava firmemente nisso, as pessoas sempre se esquecem que em uma guerra os dois lados matam, matam pela vitória, matam por suas crenças, matam pelo que acreditam, mas apenas o lado vencedor conta história.

Nunca o lado perdedor.

Corações de CristalOnde histórias criam vida. Descubra agora