26 - Oque fazer?

876 89 1
                                    

Durante quase o período da tarde do sábado que sucedeu a chegada das delegações de Durmstrang e Beauxbatons, James e Lílian Potter ficaram em seus aposentos pensando, refletindo e discutindo sobre a situação que enfrentavam agora com seus dois filhos antes desaparecidos.

- Onde eles estiveram todo esse tempo? É impossível se esconder durante tanto tempo mesmo no Mundo Mágico sem rastro algum ser deixado para trás! - Exclamou Lílian exasperada andando de um lado ao outro na sala enquanto James estava sentado no sofá vermelho escuro.

- Acho que uma vez meu pai comentou comigo, que em Durmstrang os alunos assinam contratos de sigilo para que ninguém saiba a localização da escola, se Kargaroff colocasse uma cláusula para manter o sigilo sobre os alunos não teria como se saber que eles estavam lá Lily. - James disse com cenho franzido enquanto estava com a cabeça apoiada nas mãos que eram sustentadas pelos cotovelos apoiados nas pernas.

- Mas eles teriam que ter tido verba para todo o material e uniforme, e alguém tinha os adotado, lembra? Tinha que ter rastros, a não ser que... - A ruiva parou de falar preocupando o marido que a olhou preocupado com seus olhos castanhos.

- Lírio? - Chamou.

- James, para eles terem ficado tanto tempo fora, tinham que ter mais do que uma ou duas pessoas encobrindo seus rastros! E nós nem sabemos quem os adotou! Temos que saber quem! Sabe-se lá o que pode ter acontecido com eles...

A ruiva começou a divagar sobre todas as opções que surgiam em sua mente sobre como Harry e Tália poderiam ter desaparecido por tanto tempo, sem perceber que James mal a acompanhava pela rapidez com que ela falava as vezes cortando suas próprias palavras enquanto tentava colocar seus pensamentos em palavras. Logo James desistiu de tentar acompanhar a ruiva e se levantou indo até ela e a segurando pelos ombros.

- Calma Lírio, nós vamos conseguir descobrir como eles desapareceram por tanto tempo, também temos que ver como eles vão reagir à Charles e Rose, mas depois, temos que nos acalmar e pensar com clareza.

A ruiva enquanto o marido falava, se permitiu ser acamalda e aconselhada pelo marido enquanto se abraçavam e ela tentava acalmar a avalanche de pensamentos sobre Harry e Tália.

- Como vamos conseguir isso James? - Ela disse fracamente com a cabeça apoiada no peito do marido.

- Eu não sei Lírio, eu não sei, mas podiamos tentar descobrir primeiro quem adotou nossos filhos, talvez isso nos responda algumas perguntas. - Ele ofereceu a esposa.

- James! Isso é uma boa idéia! Se quem adotou eles passou o sobrenome a eles, podemos descobrir assim! - Ela disse enérgica.

- Lílian - Ele disse devagar. -, que tal tentarmos falar com eles primeiro? Nós queremos saber o que aconteceu mas vamos ter que falar com eles primeiro.

- Hum, é uma boa idéia, mas não tenho certeza, como vamos falar com eles? - Ela questionou e depois riu amargamente. - Eles são nossos filhos e não sabemos nem como falar com eles, oque fizemos? Eu não deveria ter concordado em leva-los à Petúnia, oque eu estava pensando? Ela sempre me odiou. - A esposa chorou nos braços do marido, suas lágrimas escorrendo livremente pelo rosto da ruiva com as lembranças de sua infância com Petúnia depois de descobrirem que ela era uma bruxa.

- Não foi só sua culpa Lílian - James a respondeu com a voz um pouco embargada. -, eu também conheci sua irmã e concordei com isso, eu sou tão ou mais culpado que você Lily, para você ela era sua irmã, é normal que ainda esperasse algo dela, mas eu a conheci e vi como ela nos tratou, se tivéssemos pensado um pouco mais talvez as coisas fossem diferentes, mas não podemos mudar as coisas agora, só podemos esperar que eles nos perdoem por abandonarmos eles. - Ele terminou, lágrimas escorriam sobre sua face enquanto abraçava a esposa protetoramente enquanto ouvia os soluços da ruiva que lhe faziam o coração doer.

Assim que eles passaram a tarde, o casal almoçou em seus aposentos, ou tentaram já que mal conseguiram comer a comida, seus estômagos pesavam com a culpa. Eles ficaram nesse estado até que o filho deles, Charles, bateu nas portas de seus aposentos pouco depois do almoço. Tanto Lílian quanto James tentaram sorrir, mas Charles viu seus olhos vermelhos e sorriu a eles simpatizando.

- Entre querido. - Lílian convidou e Charles entrou.

Charles sentou-se na poltrona perto da lareira do lado direito do sofá cumprimentando seu pai apenas com um "Olá, pai" baixo, logo sua mãe se sentou com seu pai no sofá. Charles mordeu o lábio inferior, ele não sabia como começar essa conversa, sua mãe observando isso falou.

- É sobre seus irmãos, não é? - Ela disse com um sorriso melancólico.

- Sim, sobre eles. - Ele disse tentando achar as palavras, vendo que se continuasse assim passaria o resto do ano letivo lá ele continuou. - O que vocês vão fazer? - Ele perguntou sem saber se era a pergunta certa, bem, ele nem sabia o que perguntar.

- Olha Charles, nós ainda não sabemos exatamente. - A ruiva mais velha começou tentando encontrar palavras quando o filho falou.

- Vocês vão tentar falar com eles?

Lílian suspirou.

- Sim, mas não sabemos como ou quando vamos fazer isso filho, nós os conhecemos tanto quanto você querido, nem sabemos se eles vão querer falar com a gente. -A ruiva continuou.

- Eu acho que vão. - Ele disse abruptamente surpreendendo seus pais.

- Como você sabe Charles? - Seu pai perguntou e Charles se perguntou como dizer que ele seguiu seu irmão e depois espionou ele, sua irmã e seus amigos por um tempo com Ron e Mione.

- Charles, você falou com eles? - Seu pai perguntou quase esperançosamente e o ruivo mais novo se sentiu mal.

- Ahn, na verdade não, eu Ronald e Hermione depois do café da manhã, resolvemos ir até a sala precisa de baixo da capa da invisibilidade para ninguém nos incomodar - Ele fez uma pausa. -, quando vimos Harry e Malfoy juntos. - Ele parou novamente.

- Juntos como? - Lílian perguntou.

- Ahn, juntos como Harry meio que, bom, estava flertando com Malfoy, parecia que eles já se conheciam eu Mione e Ron os seguimos, depois eles se encontraram uma garota de Beauxbatons e Tália que estavam perto do Lago Negro. - Ele respondeu.

Seus pais trocaram um olhar, e depois o olharam.

- Charles, você pode nos contar como foi? Como eles eram?

A mãe de Charles fez a pergunta com tanta esperança em seus olhos verdes que agora o lembravam dos olhos de seu irmão Harry, que ele não pôde nem pensar em dizer não. Mas ele não sabia como contar aos seus pais, então teve uma idéia.

- Hum, vocês tem uma penseira aqui, mãe? - Ele perguntou torcendo para que houvesse uma.

-Sim, temos uma, vou pega-la. -Seu pai respondeu se animando com a idéia de saber mais sobre os filhos assim como a esposa.

Charles acenou e viu seu pai se levantar rápido e ir em seu quarto para buscar a penseira, depois de alguns momentos de ansiedade ele voltou com a penseira prateada cheia de runas e a colocou na mesa.

- Eu vou mostrar a partir de quando Harry e Malfoy chegaram até Tália e a outra garota, okay? - Ele disse e perguntou apenas para confirmar.

Seus pais acenaram ansiosamente e ele usando sua varinha, tirou sua memória e a colocou na penseira, juntos os três entraram na memória.

Corações de CristalWhere stories live. Discover now