Capítulo 2 - Palestras e discussões.

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- Zoe, o que é isso? – Mira perguntou apontando para o bolso lateral da minha bolsa que ainda brilhava e estava começando a chamar atenção. – Só não me diz que é aquela bolinha do dia da boate, por favor. Já não bastam as lembranças, não tinha necessidade de um suvenir.

- Então não digo nada.

- Zoe!

- O quê? – era a primeira vez que falávamos sem meias palavras sobre àquela noite.

- Achei que já tivesse se livrado dessa coisa.

- Por que eu faria isso?

- Já se esqueceu do cão gigante, o cavaleiro de armadura e as bolas de fogo? Eu acho que não precisamos de uma bolinha brilhante.

- Mas ela não tem nada a ver com isso – disse e nem mesmo eu acreditava nessas palavras. Por que alguma coisa me dizia que essa bolinha que mais ninguém pareceu enxergar naquela noite no chão, era sim, muito importante.

- Isso é o que você está dizendo – minha amiga comentou olhando para o bolso que ainda brilhava como se sentisse algo.

- O que foi, Mira?

- Nada – ela respondeu e eu arqueei uma sobrancelha ao encará-la. Miranda suspirou. – Foi só um arrepio, Ok?

- Como naquela noite? – resolvo confirmar e depois do que parece ser uma eternidade ela assente.

- Estou com a mesma sensação daquele dia de que algo vai acontecer.

- Se você quer saber. Eu também.

- Ótimo, já concordamos que essa bolinha brilhar é um mau sinal, então faz parar!

- Como? – pergunto alcançando a bolinha que ainda bilha. A folha em seu interior parece ainda mais verde.

Nós duas olhamos para o pequeno farol que agora parece chamar ainda mais atenção e estou prestes a sair dali com a bolinha quando ela simplesmente para de brilhar, diminui a luz até ser só a bolinha de vidro outra vez, eu e Miranda nos olhamos sem entender e quando um professor nos cumprimenta pelo microfone de cima do palco nos assustamos a ponto dela esbarrar em mim e eu deixar a bolinha cair no chão.

- A pessoa a dar início a esse nosso momento tão rico é um arqueólogo em formação – o professor ia dizendo enquanto eu me abaixava e tateava o chão as cegas devido à baixa iluminação procurando a bolinha. – Seus pais foram grandes arqueólogos e ele resolveu seguir os passos deles.

- Mas que saco! – praguejei quase caindo da cadeira. – Cadê você sua bolinha que só parece gerar confusão?

- Convido há conversar um pouco com vocês Tyler Blackwell – o professor apresentou quem quer que fosse, o pessoal aplaudiu e eu finalmente alcancei a bolinha debaixo da minha cadeira.

- Quase que eu não acho – resmungo me sentando direito outra vez e vendo Miranda encarar o palco como se tivesse visto um fantasma. – Mira?

- Só me diz que não é ele. Por favor – sua voz é um sussurro e me assusta.

Viro-me para o palco e lá está, para minha surpresa um cara muito mais jovem do que eu imaginei e tem alguma coisa nele que me é familiar. Mas de tão longe eu preciso me concentrar em seus traços, o cabelo escuro está amarrado e os olhos escuros parecem estar olhando diretamente para mim e Miranda. Eu levo um segundo para me lembrar onde vi olhos escuros e acusadores assim.

- O cara da boate – arfo e Miranda faz que sim num movimento quase imperceptível. Ele está falando sobre as viagens com os pais e os fósseis que encontraram, leve como devia ser seu relato, mas seus olhos continuam grudados em nós. – É ele, não é?

Esferas ElementaresWhere stories live. Discover now