Capítulo 22

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Scarlett

Estranho ao escutar meu celular vibrar, em um toque quase desesperado em cima da mesinha que tenho ao lado do piano, então paro de passar meus dedos sobre as teclas, dando atenção para o aparelho.

Ao desbloquear a tela e entrar no aplicativo de mensagens o nome de Henry brilha, e a notificação verde no lado do seu nome indica que ele me enviou algo. Abro um sorriso e não espero nem dois segundos para abrir e ler rapidamente o que ele havia mandado.

"Ruiva? Você está em casa?"

" Oi Henry! estou sim."

Digito rapidamente e espero por sua resposta, que em poucos segundos chega.

" Posso ir até ai? Preciso ver você."

Franzo o cenho ao ler suas palavras, e uma pontada de preocupação acende em meu peito. Não é normal — pelo menos não nesse tempo que o conheço — que ele mande mensagem assim, dizendo que precisa me ver, mas por ora trato de não criar paranóias em minha mente.

"Claro que pode."

Sou simples, e ao ver que ele visualiza e não responde mais nada, deduzo que ele já esteja vindo para cá.

Deixo o celular de lado, para voltar a tocar, mas agora não consigo me concentrar tanto quanto antes, já que possibilidades começam a se passar em minha cabeça de uma forma insana.

(...)

— Está tudo bem? — pergunto realmente preocupada, enquanto fecho a porta do meu apartamento.

Henry acabou de chegar e parece estar tranquilo, mas mesmo assim não deixo de perguntar.

— Estou sim, só estava precisava te ver — aproxima-se, tocando em minhas cintura e foco meus olhos nos seus

— Se quiser me contar alguma coisa, sou toda ouvidos — conforto-o, circulando meus braços ao redor do seu pescoço.

Ele abre um sorriso de canto.

— Eu sei, e obrigada, mas acho que não tenho nada para contar — aproxima-se ainda mais, tocando seu nariz na pele exposta dos meus ombros que estavam desnudos por conta da minha blusa de alcinha.

— Não mesmo? — pergunto ainda não ouvindo convicção na sua resposta e ele balança a cabeça em concordância.

— Seu cheiro é bom... — sussurra ainda passando o nariz pela minha pele, e sinto um pequeno calafrio percorrer meu corpo.

— Você me faz sentir sensações estranhas... — sussurro também, confessando.

— Que tipo de sensações?

Demoro alguns segundos para responder ao sentir uma mordida em minha pele, e várias outras em seguida, o que me fazem aproveitar essa sensação. Eu talvez já esteja gostando mais do seu toque do que deveria.

— Eu não sei explicar exatamente, mas tem sensações, sorrisos e arrepios que eu creio que jamais teria conhecido antes de conhecer você.

Meu tom de voz é baixo, para somente ele ouvir.

— E você gosta disso tudo? — questiona, ainda sem sair do seu lugar.

— Acho que até mais do deveria — confesso.

— E você acha isso errado?

Franzo o cenho com suas perguntas. Ele parece estar tão leve que realmente quer saber sobre tudo o que sinto/estou sentindo, e não vejo problema em falar isso.

Se eu estou ou não gostando mais do que deveria dele, eu não devo esconder isso.

— Somos adultos, e sabemos o que estávamos fazendo e até aonde isso pode nos levar, então não acho que seja errado. Gostar de você talvez seja perigoso, mas se arriscar a vezes é bom — mais uma vez sussurro, dessa vez próximo da sua orelha e escuto um resmungo vindo da sua parte.

Ele levanta o olhar para mim, olhando em meus olhos e parecendo distinguir ou tentar falar algo que ele esteja pensando agora.

— Você é incrível, tão incrível que me deixa até bobo — ele me olha de uma forma diferente, e sinceramente não sei explicar qual é esse olhar. — Ver você assim, tão destemida, me deixa feliz pra caramba, não só por saber que você está conseguindo superar tudo, mas também por ver que você se sente bem assim, você demostra isso — diz, e dá mais uma pausa, ainda sem acabar com nosso contato visual. — Gostar de mim não é perigoso, pois eu retribuo verdadeiramente, e se eu não sentir o mesmo, eu não exito em falar isso, independente de qual pessoa for, por que serei inteiramente sincero com ela.

Olho perplexa para ele, um pouco chocada com sua sinceridade, mas admirada o jeito que ele fala.

— Isso foi uma declaração? — minha surpresa é visível, mas ainda continuamos próximo, com meus braços e sem pescoço e suas mãos em minha cintura.

— Talvez... — um sorriso cafajeste se abre em seu rosto e o admiro como nunca antes.

Olha-lo assim tão de perto e perceber o quão lindo esse homem é, não é algo muito bom para o meu psicológico, porque por um segundo me vejo perdida por tanta beleza. A beleza do homem que me ajuda, mesmo não sabendo, a superar as coisas que eu passei e vem me fazendo ficar mais confiante — pois Henrique me passa confiança —, e isso é algo inegável. Se eu estou perdida por ele? Talvez. Se quero continuar isso que estamos tendo? Acho que agora sem dúvida nenhuma, sim. E se ele está tomando boa parte do meu coração? Isso eu já não sei, mas confesso que lá no fundo a resposta já aparece em minha mente.

É, praticamente impossível não se ver encanta por Henrique Peterson, e confesso que já me vi encantada por ele desde a primeira vez que coloquei meus olhos nele, ainda naquela boate, mas naquela época havia inúmeras coisas que me impediam, mas hoje, nada me impede, certo?

— As vezes eu penso que você não é real, por que mesmo sendo babaca às vezes, me surpreende sempre — digo e recebo um toque mais forte em minha cintura.

Foda-se se estamos nos declarando e sabendo que isso de certa forma pode influenciar para essa relação que estamos tendo, mas percebo que nenhum de nós dois está preocupado com isso, e nosso olhos demostram isso.

Demostram que queremos mais, necessitamos de mais, e precisamos saber o que realmente passa dentro de nós e de nossos pensamentos; quais são nossas vontades e desejos.

— Você que não parece ser real, ruiva — seu tom é rouco, me causando um certo calafrio. — Você é muito mais do que pensei que seria, me fez começar a superar algo que eu nunca pensei que conseguiria, e parece ser cada dia mais perfeita. Assim como senti necessidade de te ver há pouco, sinto isso sempre que fico no máximo um dia sem ver você, sem poder tocar em seu cabelo e cheirar o seu cheiro. Você me dopa de uma forma surreal.

Passo a língua no lábio, um pouco envergonhada pelo o que ele disse, pois ele sente isso por mim, e o mais estranho é que sinto a mesma coisa por ele.

— Esse surreal pode se tornar real, não pode? — pergunto destemida, e acho que em minha voz é visível o que eu quero. Na minha cabeça não precisamos mais esperar para fazer o que tanto desejamos e o que tanto queremos, depois disso tudo já está mais do que claro que é recíproco o que sentimos, mesmo que não sabemos especificar, é algo que estamos sentindo; um sentimento forte e avassalador.

— Como assim? — ele pergunta franzindo a testa e se aproxima ainda mais, deixando sua boca ainda mais próxima da minha.

— Aquilo que começamos outro dia na sala, acho que é hora de concluirmos, o que acha? — pergunto com um sorriso de canto e em resposta, Henry ataca minha boca em um beijo voraz, necessitado e com um misto de sentimentos.

Com impulso envolvo minhas pernas em sua cintura, e quando necessitamos de ar e ele pergunta aonde é o meu quarto — mesmo já sabendo já que me ajudou a pinta-lo — não exito em dizer.

•••
Esse capítulo... 🥰

Tudo está claro e completamente explicado entre esses dois, acho que agora nem eles e nem vocês duvidam mais do que eles estão sentindo né?

Próximo capítulo as coisas vão esquentar um pouquinho, hihi 😏.

Até lá, meus amores.  🧡

Uma Paixão Inesquecível - Os Peterson 3  (Concluído)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon