Uma Paixão Inesquecível - Os Peterson 3 (Concluído)

Capítulo 6

Scarlett

As teclas claras tocam os meus dedos, fazendo um som calmo e suave soar pelos acordes do piano.

Me sinto leve ao fazer isso. Fazia um bom tempo desde a última vez que toquei piano, e fazer isso agora me dá uma nostalgia imensa.

Saber que ele, meu companheiro de vários e vários anos estava pegando pó em uma canto qualquer do meu apartamento me deixa triste, por saber que o abandonei, algo que quando eu era mais pequena, prometi não fazer isso.

Ganhei esse piano dos meus pais quando ainda tinha cinco anos — na época eles ainda estavam juntos e tudo era feliz —, e mesmo que ainda sendo muito pequena, eles já haviam me colocado na aula de piano, então, depois disso, resolveram me dar um piano grande. Lembro-me que mesmo ajustando o banquinho, tinha que ser colocado uma almofada no assento também, para mim ficar mais alta. Sorrio com esse pensamento.

Hoje, para minha infelicidade, depois de já ter se passado uma semana, Michael volta para casa, significando que minha vida voltará a se tornar um inferno. Bufo, perdendo a concentração.

Tento recomeçar a tocar toda a letra que eu estava tocando, mas barulhos na porta me fazendo ficar atenta, e ao saber quem é, um misto de medo, insegurança e raiva me domina.

Medo pelo o que ele pode fazer. Insegurança por saber que não vou poder ser mais "livre" como fui essa semana. E raiva porque vou ter que aguentar esse homem e não terei coragem de fazer nada contra ele.

O som de passos se aproximam, e encolho-me, em forma de defesa. Não se passa nem dois minutos e a figura grande e com os cabelos bagunçados aparecem na porta do pequeno quarto aonde meu piano fica. Ao me ver, ele dá um sorriso totalmente nojento, e logo ele diz suas palavras, me deixando com ainda mais nojo.

— Amor, eu estava morrendo de saudade de você — sua voz carrega um tom rouco, cheio de estranheza.

— Oi... — são as únicas palavras que eu consigo dizer; as únicas palavras que eu tenho o mínimo de vontade de dizer.

Seu olhar passa pelo meu corpo, e como um lobo faminto, ele passa a língua pelos lábios, se aproximando. Tento recuar para trás, mas o banquinho de rodinhas acaba batendo na parede, me deixando sem saídas.

Sua boca ataca a minha tão rápido que não sou nem possível de raciocinar. Não retribuo em nenhuma parte do beijo e tento empurra-lo para trás de todas as formas, mais pelo fato da minha força ser pequena comparada a dele, o mesmo nem se mexe do lugar.

— Michael... por favor, pare... — suplico quando ele começa a puxar a camiseta que eu estou usando para cima.

— Não vou parar, fiquei uma semana sem me aproveitar desse seu corpo, preciso sentir você agora, te tocar — ele rosna, ainda com sua boca colada na minha e fazendo impulso, puxa minhas pernas, fazendo-as se entrelaçarem no seu tronco.

Ele começa a andar até o "nosso" quarto, e eu não contenho meus resmungos de dor, por ele estar apertando mais forte do que o normal minhas coxas.

E foi a partir daí que todo o inferno começou. Após me jogar com força em cima da cama Michael começou a me despir, logo em seguida tirando as suas roupas também, e a única reação que eu conseguia ter era de tentar remexer meu corpo para ele parar, ou pelo menos para atrapalha-lo, mas nada adiantava, parece que ele está alheio ao mundo e o seu único objetivo agora é estar dentro de mim, sem que eu queira, obviamente.

Um grito alto de dor escapa da minha boca quando ele entra dentro de mim, sem aviso prévio; sem dó e nem piedade.

(...)