Capítulo 6

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BN 💦

Respirei fundo me sentando no sofá, tentando controlar minha raiva.

Aline só pode tá querendo me provocar, pra me irritar, ela sabe que odeio quando se atrasam. Mas o que é dela tá guardado.

Quando nós envolvemos, ela era novinha ainda. Eu já tinha entrado pro crime e, obviamente, os pais dela não aceitaram.

Puseram ela pra fora de casa e como já tava mó envolvido com a mina. Tive que sustentar o bagulho. Comprei uma casa prá nós, no começo dei tudo a ela. Roupa, comida, tudo que queria.

Só depois percebi que tava se aproveitando de mim. E foi quando comecei a vacilar. Saia pra festas sem ela, ficava com duas, três, cinco minas em uma noite só.

Nunca amei a Aline, admito. E tenho consciência de que isso não é motivo pra ser infiel. Mas só fiz tudo por ela, porque realmente achei que era a mulher da minha vida, a mulher que amaria e que seria a mãe dos meus filhos.

Pior de tudo é que ela é.

Quis acabar com o nosso bagulho de uma vez por todas. Não queria mais vacilar com ela, não queria mais me sentir mal. E daí, do nada, a mina solta "Tô grávida."

No começo fiquei sem reação. Confesso que sonho em ser pai, mas não queria ela como mãe dos meus pivetes.

Mas enfim, não posso fazer mais nada. O que me resta é assumir, e ficar ao lado dela.

Hoje a gente vai pra um consulta, pra saber se é meninas, meninos, ou um casal. Pois é, são gêmeos.

A foda mais bem feita da minha vida!

BN: Se tu demorar mais um segundo, eu subi ai e te puxo pelos cabelos, porra. - gritei.

Óbvio que não ia fazer isso. Minha mãe criou um homem que nunca, jamais, vai tocar em uma mulher sem a aprovação dela.

Meu pai, se ainda tivesse aqui, me mataria se acontecesse isso.

Ouvi passos e observei ela descer as escadas calmamente, fazendo com que minha raiva aumentasse mais.

Aline: Calma, amor. Está estressado? - me olhou com cara de sínica.

BN: Bora. - peguei a chave do carro saindo de casa.

Entrei no meu carro, esperando ela que logo apareceu.

Sai apressado do morro, indo para a clínica onde era a consulta. Queria que meus filhos tivessem o melhor tratamento possível! Aliás, isso é o mínimo.

Só quero que eles tenham uma vida que não tive, uma infância melhor, sem ter que começar a trabalhar aos 10 anos, e largar os estudos pra ajudar em casa.

Eu e meu irmão, Raick, nós começamos a trabalhar cedo para pagar o tratamento de câncer do meu pai. Mas foi em vão. Ele morreu meses depois.

E foi onde tudo piorou. O dinheiro que minha recebia do trabalho não era muito, o do meu pai também não, mas juntando os dois dava pra sobreviver.

Eu vi minha mãe se triplicar, trabalhando dia e noite, sendo humilhada pelos patrões, via ela chorando de noite. Isso era horrível.

Eu e meu irmão fazíamos de tudo pra isso não atrapalhar os estudos, até que não deu e saímos da escola. Anos depois voltamos e concluirmos, mas não tivemos muita oportunidade e entramos pro tráfico.

Sei que essa não era a vida que a minha mãe queria para nós mas, na época, foi nossa única saída.

Aline: Precisamos pensar em nomes. - olhei pra ela.

O Dono do Poderحيث تعيش القصص. اكتشف الآن