Capítulo um

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Três anos depois...

"Seu pedido!" Fui até o balcão para pegar a refeição e servi-la ao cliente. Equilibrando o prato em uma das mãos e segurando a bebida na outra, perguntei a Pieck: "Qual mesa?"

"Mesa 9." Pieck disse amarrando seus longos cabelos em um rabo de cavalo.

Aproximei-me apressadamente da mesa e coloquei a bebida e a comida na mesa. "Desculpe pela demora...", eu disse, "A nossa última garçonete acabou de fazer uma pausa."

"Está tudo bem.", aquela voz. Colocando rapidamente a comida, retirei minhas mãos rapidamente e olhei para ele. Seria Farlan?

Eu olhei para o homem, em negação. Seu cabelo castanho claro curto cresceu mais da última vez que o vi. Seu cabelo agora estava penteado para trás com gel. Enquanto eu olhava para ele sem acreditar, ele olhou para mim e sorriu. Oh...

Farlan Church Ackerman. Meio-irmão de Levi e braço direito. Farlan era diferente de Levi. Enquanto Levi era impassível e sempre sério, Farlan era a vida da festa. Farlan sempre me tratou como sua irmã. Tínhamos aquele vínculo de irmão e irmã que não poderia ter sido quebrado. Angelo foi a única pessoa que soube da minha fuga. Eu disse a ele sobre isso e ele me apoiou. Eu esperava um "Não fique aqui.", mas ele acenou com a cabeça e me deu um último abraço. Eu nunca o vi novamente até agora.
"Minha irmã!" Farlan abriu os braços e eu mergulhei neles. Ele me chamou esse nome quando nos conectamos. Ele sempre me chamou assim ou apenas irmã.

"Meu irmão", eu sussurrei, finalizando a fala com um riso suave, não estava acostumada a lhe chamar assim com frequência. Nesse momento, eu não me importava com quem olhava para nós. Eu apenas abracei Farlan pelo que pareceu uma eternidade.

Então algo deslizou em minha mente. Levi. Desembaraçando-me e recuando mais rápido do que eu achei que fosse possível, olhei nos olhos cinza tempestuosos de Farlan, "Ele está aqui?"
Farlan não precisava nem perguntar à quem eu me referia, apenas balançou a cabeça, "Só eu." Um alívio repentino me consumiu. Ele colocou os lábios em uma linha fina, "Mas ele está procurando por você. Eu tenho lhe protegido desde que você partiu, sabe." E lá se vai o alívio repentino do qual falei faz pouco.
"Me cobrindo?" Eu levantei uma sobrancelha.

"Sim", ele balançou a cabeça, "três anos se passaram. Você não acha que ele já a teria encontrado?" Nada saiu de minha boca, quando eu não respondi, ele continuou: "Todos os lugares que ele acreditava que você ia, eu o conduzia. Até o mandei para o Japão á sua procura."
"Por quê você está aqui?" Eu perguntei olhando para o chão.

"Eu recebi uma nova remessa ontem e decidi verificar minha irmãzinha enquanto tenho a chance.", ele sorriu ao terminar.
"Temos muito que colocar em dia irmão", sorri de volta, "Vou tirar o resto do dia de folga e podemos voltar para o meu apartamento, sim?" Eu imitei seu sotaque italiano e sorri ainda mais para ele. Ele acenou com a cabeça e começou a comer enquanto eu voltava para o escritório do meu chefe.

Batendo em sua porta, pude ouvir um breve: "Entre", abri a porta e entrei. Olhei para meu chefe cuidando de algumas papeladas. Este mesmo estava entrando na casa dos cinquenta. Ele empurrou os óculos no nariz e olhou pare mim com seus olhos semicerrados. "S/N, como posso ajuda-la?" Ele disse enquanto sorria levemente.

"Posso ter o resto do dia de folga? Alguém próximo a mim esta na cidade e-"
"Vá em frente", ele me deu um sorriso rápido e cheio de dentes. Eu olhei pare ele e ele olhou de volta, "Apresse-se antes que eu mude de ideia, S/A. Você trabalha muito e merece este dia de folga."

"Obrigada!" Exclamei e quase corri para fora do escritório. Peguei minha bolsa no vestiário e fui até Farlan. Eu olhei pare ele e seu prato vazio. Já tinham se passado ao todo cinco minutos e ele acabou de comer. "Você sempre teve uma boca grande", eu ri, não foi pouco. " As coisas nunca mudam, não é?" O perguntei.

"Muitas coisas mudaram desde que você saiu." Seu rosto estava ilegível, eu tentava interpretar aquela frase, o que teria mudado? Por aquela cara que ele fazia, eu sabia que tinhamos muito o que conversar.

"Vamos." ele se levantou e saímos da lanchonete. "Ainda tem aquela Ferrari?" Perguntei.

"Pode apostar.", ele olhou pare mim e sorriu. Caminhamos até sua Ferrari vermelha e entramos. Coloquei o cinto de segurança e logo estavamos dirigindo pelas ruas de Manhattan até meu apartamento. Não demorou muito até chegarmos lá. Farlan estacionou e caminhamos ate a porta da frente. Eu remexi na minha bolsa, tentando pegar minhas chaves, felizmente as encontrando.

Depois de destrancar a porta, Farlan deu uma olhada ao redor antes de entrar. Ele fechou a porta e entrou na sala. "Eu já volto.", olhei pare ele enquanto ele olhava ao redor. Ele olhou para mim e acenou com a cabeça.

Subi rapidamente as escadas até meu quarto. Tomei um banho rápido e coloquei uma camisa de flanela e um short jeans, colocando um par de chinelos. Amarrei meu cabelo em um coque solto, desci as escadas e fui para a cozinha.

Eu diminui meu ritmo quando ouvi Farlan falando com alguém ao telefone. Eu não conseguia entender o que ele estava dizendo, apenas ouvi, pressionando meu ouvido contra a parede. "Sim, eu tenho a localização dela" ele murmurou.

Eu segurei um suspiro quando ele continuou, porra, tinha que ter algo não é? "Vou tentar traze-la de volta, mas se ela se recusar, não vou a forçar a nada, Rivaille."

Ele estava falando com Levi? Ele só o chama de Rivaille de qualquer maneira. Ele me queria de volta e mandou Farlan me buscar. Levi pode até estar aqui em Manhattan e não sei. Inferno, ele poderia até estar na frente de minha porta esperando eu recusar a possível proposta de Farlan, pare que ele pudesse entrar e me levar ele mesmo.

Eu entrei na cozinha, "Coloque-o no alto-falante" Quase pulando dos sapatos, surpreso, Farlan obedeceu e colocou a chamada no alto-falante.

"Onde ela está Levi?" Sua voz falou ao telefone. Eu fechei meus olhos com força. Meu coração acelerou enquanto ele e Levi falavam como se eu nem estivesse lá. Farlan se recusou a lhe dizer a localização.

"Porra. Diga-me de uma vez." Levi gritou ao telefone. Eu não sabia se deveria estar com medo ou feliz por Ackerman estar tentando me encontrar. Afinal, desde que saí havia um buraco em meu coração que só Levi poderia preencher. Claro, talvez eu tivesse nesse meio tempo arranjado um ou dois namorados, pensei que eles poderiam ter preenchido o buraco que lá havia, tamanha ingenuidade, só Levi poderia preencher o vazio que lá se mantinha.

"Rivaille, tenho de ir agora. Lhe ligo mais tarde." Com isso, Farlan desligou antes que Levi pudesse ao menos responder. Depois de colocar o telefone no bolso, ele olhou para mim com olhos suplicantes.

Bem, isso vai demorar um pouco.

𝐋𝗈𝗏𝗂𝗇𝗀 𝗍𝗁𝖾 𝗆𝖺𝖿𝗂𝖺- 𝐋𝐞𝐯𝐢 𝐀𝐜𝐤𝐞𝐫𝐦𝐚𝐧;Where stories live. Discover now