10: Bem vindo de volta, Thor✅

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- Você quer me matar de susto, garota?! - ele ladra.

- Você é muito do folgado né?!

Ele sorri debochado, mas seu sorriso logo se desfaz quando seus olhos recaem sobre a caixa.

- Essa caixa é minha? - ele aponta para a caixa.

- Essa porcaria é sua mesmo! - cruzo os braços.

- Você está louca?! Tem coisas sensíveis aí dentro!- ele corre até a caixa.

- Se você estivesse tão preocupado com os seus lixos, você teria ido ajudar a carregar e não ficar aí como o folgado que você é!

- Se quebrou algo, eu juro...- diz entre dentes.

- Vai o que?!- desafio-o - Olha aqui, eu não tenho medo de você não, Peter!

Ele sorri. Tinha algo diabólico em seu sorriso.

- Tem certeza, Cloclo?! Às vezes, eu posso ser bem mau quando quero! E acredite, você não vai gostar desse meu lado.

Fico sem palavras, apenas o encarando.

- Que gritaria é essa? - vovó aparece na cozinha.

- Já está arrumando encrenca no primeiro dia, Peter?- o senhor Joaquim questiona sério, encarando-o sobre as lentes de seus óculos.

- Não, vô. É só a Cloe me dando as boas vindas!- ele olha para mim, ainda com aquele sorriso.

Saio imediatamente da cozinha. Suas palavras ressoavam em minha mente, seu sorriso passava brevemente em meus pensamentos. O que me levava a pensar: com quem eu estou lidando?

[...]

HANNAH

Entro no hospital às pressas. Vou até o balcão e pergunto pela Lívia. A médica que a atendeu vem conversar comigo sobre o estado dela.

- O que houve com ela, doutora? - pergunto.

- Bem, a senhorita Flint teve duas costelas quebradas e dois dedos, que por pouco, não perdem completamente o movimento. Além da contusão no braço esquerdo, ela teve uma luxação no ombro.

Suspiro.

- Seu olho está arroxeado e ela tem sinais claros de agressão física. A senhora Flint se nega a dar parte na polícia. - esclareceu a doutora.

- Obrigada, doutora, eu vou conversar com ela.

A médica assente e sai para atender algum outro paciente. Entro no quarto indicado pela recepcionista. Lívia está acordada, seus olhos estão presos em algum ponto no teto branco do quarto.

- Lívia.

Seus olhos caem em mim imediatamente. Parecia surpresa.

- Detetive, o que faz aqui?

- Parece que eu sou o seu número de emergência. - digo ao me aproximar.

Ela engole em seco e volta a olhar o teto.

- Eu sei o que vai dizer - volta a dizer após alguns segundos em silêncio.

- Sabe? - me sento em cadeira ao seu lado.

- Sim, vai dizer que eu deveria denunciá-lo, e deixá-lo de uma vez por todas.

- Não, eu não vou!

Ela me olha novamente, dessa vez com as sobrancelhas arqueadas.

- Não vai?

- Não. Eu já a aconselhei milhares de vezes, mas você não me deu ouvidos. O que eu digo hoje é continua com ele.

- O que?- ela franziu o cenho.

- Se você quer continuar com ele até ele te matar, o problema é unicamente seu.

Ela suspira.

- Foi minha culpa!

- Meu Deus, Lívia, a que ponto você chegou?! Você sempre foi assim?

- Não. Ele também nem sempre foi assim, ele era um perfeito cavalheiro.

- Claro que era, até ganhá-la. Agora ele pode mostrar quem verdadeiramente é. Por favor, pare de se enganar!

- Ele me ama!

- Não, Lívia, ele não te ama! Olhe para você, pelo amor de Deus, mulher! Você tem apenas vinte e seis anos e está em uma maca de hospital porque ele te ama? ELE te mandou para cá, Lívia! Você não entende que se não der um basta agora, ele vai acabar te matando?! Abre os olhos, por favor. Está tão disposta a se entregar a um homem que te agride e te trata como um lixo?!

Ela começa a chorar e seu rosto fica vermelho, mais do que já estava.

- Eu larguei tudo por ele. Meus pais me diziam que não confiavam nele...- desabafa.

Suspiro e agarro a mão que não estava engessada.

- Você está certa, detetive. Eu vou deixá-lo!

- Acredite, Lívia, é a melhor escolha que você está tomando em anos. Você tem uma vida longa pela frente!

Ela sorri.

- Obrigada!

- Não precisa me agradecer!

- Preciso sim. Obrigada por não desistir de mim...

Eu a abraço e aperto-a em meus braços. Lívia estava em completo estado de sensibilidade e vulnerabilidade. Homens como o seu marido se aproveitam de mulheres nesse estado. Ele é apenas um maldito que deve apodrecer na cadeia.

Conversei um pouco mais com a Lívia, e ela me disse que voltaria para casa dos pais. Me sinto mais aliviada, confesso. Pouco depois, aviso-a que preciso voltar a delegacia e peço que me ligue se tiver algum problema.

Ao sair do hospital, meu celular vibra.

<desconhecido>

Oi, Hannah!
Estava com saudades!

[...]

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Doce Obsessão (Livro 1) REESCREVENDO Where stories live. Discover now