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HANNAH

O indivíduo por nome de Tyler Pierre é levado para a sala de interrogatório.

— Quarenta e três anos de idade, histórico de má conduta e foi preso há dois anos por violência doméstica. — leio o relatório para Caleb.

Ele assente com a cabeça.

— Certo. Vamos entrar, Hannah. — Ele diz e eu o sigo.

Entramos na sala de interrogatório e o indivíduo não apresenta nenhuma alteração em seu comportamento. Seus olhos são frios e ele tem um pequeno sorriso debochado nos lábios.

— Olha só, eu estou ficando importante. Já estou tendo até reunião com a polícia civil — zomba.

— Não temos tempo para as suas chacotas, Pierre — diz Caleb ao se sentar de frente à Tyler.

Ele arqueia as sobrancelhas e sorri.

— Por que você não nos fala sobre o tal "justiceiro"?!

Pierre joga a cabeça para trás, lhe dando uma visão mais ampla de nós.

— Não sei mais que o senhor, delegado.

— Tem certeza, Pierre?! Sabe, queremos poder entender o justiceiro, o porquê dessa raiva? Desses assassinatos?— Caleb tenta manter um diálogo com o interrogado.

— Por que seria?! Ele está fazendo justiça, delegado.

— Essa justiça está baseada em quais princípios?

— Nos verdadeiros princípios do ser humano, adultérios e prostituição devem ser pagos com a própria vida!

— Isso só ocorreria em uma sociedade desestruturada, onde os seres humanos vivem em uma bolha!—digo pela primeira vez entrando na conversa — Acha que uma pessoa deveria morrer ao cometer um adultério?!

Ele me encara.

— Já estamos cansados de ver como essa sociedade tem se decaído cada vez mais e mais, detetive.

— E? Quem vocês pensam que são? Existem leis. Vocês não podem mandar nas escolhas dos outros. Não são ninguém para julgar essas pessoas!

— São pecadores!

— Vocês também são! Eu sou! Não vai me dizer que nunca disse uma mentira?! Ou desejou a mulher do próximo?! Isso também é pecado, sabia?! — minha paciência foi pelos ares.

Quanta hipocrisia!

— Eu sei. É por isso que eles são os sacrifícios.— diz.

Fico chocada com as suas palavras. Isso é loucura!

— Você quer dizer as vítimas.

— Os sacrifícios. Eles pagam pelos pecados com a morte e nós que os libertamos somos limpos. O sangue liberta, detetive — ele diz com um sorriso frio.

As suas palavras me causaram asco e desprezo.

— O que o justiceiro é para você, Pierre? — pergunto por fim.

Ele sorri debochado e me olha nos olhos.

— Meu mestre!

O jeito que ele falava sobre o assassino chamado de justiceiro deixava claro que esse asqueroso seguidor devoto jamais nos diria a localização do serial Killer.

— Pois saiba que o seu mestre é um  hipócrita nojento!

— Ele não gostaria de saber disso, detetive...

Doce Obsessão (Livro 1) REESCREVENDO Onde as histórias ganham vida. Descobre agora