Prazer, Aslan

Vinte e três

Sessenta luas depois e talvez tudo aquilo que eu estivesse sentindo por ele estivesse aos poucos perdendo a intensidade. E isso me dava medo de que eu pudesse esquecê-lo por completo. E eu não queria o esquecer. Por mais que eu quisesse esquece ele, minha alma se tornava controversa e tentava me dizer o contrário.

Setenta luas, e a barriga da minha mãe estava cada vez maior, e a da Isabella tomava cada vez mais forma.

Estava tão próximo o fim do ano letivo, que eu mesma ficava nervosa só de pensar naquilo. Para mim, o que mais me assustava era de ter toda essa história de faculdade.

Eu sabia qual curso eu queria, mas, sentia medo. Medo de não dar certo e de me arrepender depois. Mas, se eu nunca tentasse, não saberia se iria gostar. O Lucca estava mais do que decidido em fazer faculdade de matemática, e eu sabia que ele iria conseguir passar nela e gostar. Sabe quando dizem que a pessoa tem a cara do curso que escolhe, o Lucca tinha cara de matemático já. A Bella ainda não sabia o que queria fazer, mas provavelmente era algo como história.

Então sendo assim, eu precisava me lançar no mundo da fisioterapia.

Não sabia o que o Aslan pretendia fazer quando terminasse o colégio. Na verdade não imaginava mais o que ele andava fazendo. Fazia um bom tempo que não nos falávamos mais. Não sabia como ele estava ou se ele estava com alguém. Se ele já havia me esquecido. Se ele não era mais o mesmo.