JOHN

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⁵⁰¹⁰ palavras


Inverno Astral

08/01/1607



        John nasceu numa vila de camponeses, numa colina a beira de uma estrada do Império. Numa noite gélida de um terrível inverno, o dia era 08/01/1607. Era primavera anual, mas o céu estava totalmente encoberto e a nevasca caía sem tréguas sobre os campos de plantio do pobre povoado, graças a um poderoso Inverno Astral. Os aldeões temiam os efeitos devastadores que sofreriam: fome, serviços ainda mais extenuantes e miséria.

Naquela noite nasceram algumas crianças e crias domésticas, o único que se teve notícia que vingou, foi o pequeno garoto com tez cor de neve, cabelos alabastrinos e olhos azul acinzentados.

Ele recebeu o nome de John e foi alcunhado de O'Nyzeguel (vindo do gelo).

Conforme ouviam os boatos do sobrevivente e o viam, todos camponeses passavam a teme-lo. Consideravam-no uma criança estranha, alguma abominação sobrevivente da constelação da morte, a Mão Divina.

John era filho de Bryen, a qual foi deserdada e perdeu o nome de família e a nobreza, devido a seu casamento com o menestrel Josek, eles se apaixonaram a tal ponto que enfrentaram toda adversidade, se uniram em casamento e começaram a vida do zero.

Sua mãe, desde quando ele era bebê, lhe ensinava as palavras de poder que um dia aprendera, mas, que nunca soube usar na prática.

Seu pai, talentoso menestrel, as transformava em melodias lindas, e cantava estas palavras e encantos mágicos para ele, ao lado de seu berço.

Conforme John crescia, diferenciava-se de todos, inclusive dos pais, mas nunca pôde entender, explicar ou expressar o porquê.

John sempre foi introvertido e calado, porém, sério e decidido.

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         O belo garotinho de cabelos alabastrinos dormia no gramado da pequena chácara de seus pais. Não porque estivesse cansado. Gostava de ajudar seus pais nos cuidados das hortas e dos pequenos rebanhos de ovelhas. Afinal, possuir aquele pequeno pedaço de terra era motivo de alegria e de dar graças aos deuses, afinal muitos gostariam de ter um canto seu, mas eram obrigados a morar e trabalhar nas terras de senhores ricos.

Dormira sob o sol morno do outono enquanto acariciava um pequeno carneirinho macio.

— JOHN! Vem me ajudar meu amor. O almoço está quase pronto. Papai já vai chegar.

O pequeno garotinho com suas cinco primaveras de vida despertou com a mente confusa, era como se estivesse em outro lugar... Tentou se lembrar, mas a única coisa que se lembrou foi de ter cuidado das ovelhinhas, da horta e correr com os amigos das cercanias plantações afora.

Lembrou-se também que seu pai logo retornaria com seu presente: um livro novo.

Não era fácil comprar livros. Eram caros e difíceis de encontrar. Seu pai economizava bastante para isso, e sempre precisava dar algo mais como parte do pagamento. Seu pai achava que ele não sabia, mas não havia outra razão para os amados instrumentos musicais de seu pai desaparecerem. Seu pai sabia que seu filho amava ler, des de os três anos de vida já sabia a arte da leitura e amava tudo que pudesse ler e aprender. E já lia em quatro idiomas. E lia bem na língua comum e em Svalak'In língua nobre ensinada por sua mãe.

Seu pai era um bardo e amava música, e sabia quanto era cruel ter um dom desvalorizado; as pessoas não costumavam reconhecer o trabalho dos músicos, não se cantassem fora dos muros da cidadela, onde a população pobre vivia; fora da capital rica e murada de Drak'Nazit, as pessoas apenas labutavam para criar seus filhos e alimentar suas famílias. E, claro, pagar os impostos. Sempre os impostos. Mas podiam viver uma vida digna. E os impostos eram bem convertidos em ótimas estradas, leis sérias e uma guarda eficiente. Roubos e saques eram quase lenda. E a lei dura do Império alcançava também nobres que costumavam extorquir a gente mais simples.

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