RELÍQUIAS SVÉKKRÖN I SVAK

PREFÁCIO

24/11/1620 Da era
do Despertar
Inverno Astral

         Embora eu seja um mago, assaz afeito às palavras escritas desde os três anos de idade, e embora seja hábil em bons trinta idiomas ou dialetos e ainda me arraste por mais uns cem... é difícil para mim escolher por onde começar esta história. 

         Se por um lado, para mim, ela se inicia com o nascimento singular de quatro crianças especiais em uma circunstância mesma, profética e incógnita: A constelação de mão dos deuses. E com origens singulares e marcantes.

         A saber:
        Um raptado do ventre rasgado da mãe. 

        Um desprezado por um pai que não era pai, filho, na verdade, de uma nobre altiva com um Sacerdote Celibatário.

      Um, filho de uma Bárbara dos desprezados pés ligeiros com o Imperador, mais altivo sangue Nay'Zay. Jovem que mesmo sendo o maior candidato ao mais alto trono do mundo, abdicou para se tornar um espião. 

Eu, nascido plebeu, filho de plebeus. Cuja saudosa mãe, nascida nobre, foi expurgada da Nobreza Nay'Zay por amar um filho de meretriz de terras abominadas. E retornou à nobreza apenas para ser executada pela maldade de um tirano. 

        Por outro lado, hoje me parece verdadeiro, que se iniciou com a criação do ser humano e a inveja despertada com esta intrigante criatura.

        Se não sei por onde começar esta história, não hão de se surpreender com o fato de que ainda não sei também se Relíquias Svékkrön é o título ideal a estes relatos, pois ainda não sei com exatidão a que se refere essa palavra contida nas profecias ancestrais. Já o título "Saga das Relíquias Sagradas" é o que mais me convence de sua adequação. Pois cada relíquia é sagrada. E cada humano é uma relíquia inestimável.

        Mas já que mesmo agora, depois de uma grande saga superada, ainda há muito por vir... mantenho então o subtítulo de Relíquias Svékkrön para essa primeira parte de incríveis aventuras, descobertas e horrores; dos quais não sei se apenas sobrevivi ou se já não sou mais eu. Se estivermos certos, então nós somos os Svékkrön.

         Este detalhado relato que tendes em mãos é centrado nas penosas lidas de um povo nobre e de quatro jovens buscando saber quem são e como voltar para seu mundo. Para então descobrir que seu mundo está a caminho de ser completamente consumido e destruído pelo mal. E que aqueles que amam não são mais os mesmos ou não existem mais.

Tendo já sido tragados pelo mal que devora o mundo.

        Assim sendo, é essencial destacar o meio pelo qual os Males Primordiais retornaram ao nosso mundo com a força de dois terríveis deuses cruéis.

         Antecipo: isso se deu fatalmente por seres que, embora hajam renegado tal condição, são humanos.

        A invocação dos deuses das trevas começou vinte anos atrás. Quando quatro sangues foram derramados num altar profano: Sangue Elfo, Sangue Nay'zay, Sangue Rúbeno e Sangue Comum.

        Mas para o mais poderoso dos guardiões Rúbenos ser subjugado, assim se sucederam as coisas, em seus mínimos detalhes sórdidos ignavos e de vil perfídia à própria raça abjurada...

Continua...

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