❥ 15 » Plano suicida

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Ucker ― Tem certeza de que há mesmo uma refém aí dentro e que os bandidos estão armados e pedindo dinheiro? {Pergunto a outro homem desconhecido que está mais próximo à porta do depósito}

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Ucker ― Tem certeza de que há mesmo uma refém aí dentro e que os bandidos estão armados e pedindo dinheiro? {Pergunto a outro homem desconhecido que está mais próximo à porta do depósito}

Quero confirmar essa história, pois pode ter havido um mal-entendido e talvez nem seja Dulce quem foi raptada.

― Um dos garotos nos apontou uma arma antes de entrar no depósito. {O homem responde} ― Eu já estava aqui e vi com meus próprios olhos. Ele avisou que não quer a polícia envolvida, caso contrário, disse que a refém vai pagar. {Nos dois sentidos}

É claro que os sequestradores sempre pedem pra não meter a polícia no meio. Isso deixa os criminosos ainda mais irritados e eles não têm misericórdia. Por isso estou aqui preocupado pensando na melhor maneira de ajudar Dulce. No entanto, há uma vantagem: os filhos da puta não podem matá-la. Ela é a galinha dos ovos de ouro.

― Ele disse também que só vão libertá-la quando conseguirem o dinheiro. {Outra mulher complementa aos prantos e demonstra pavor} ― N-não acredito q-que isso está acontecendo. {Soluça} ― Qualquer um de nós poderia ter sido a vítima.

Pegaram a Dulce justamente por saberem que ela tem dinheiro. Ela era o alvo certo pra eles.

U ― A senhora trabalha no orfanato?

― S-sou a cozinheira. {Funga o nariz} ― Nunca aconteceu nada parecido por aqui antes, moço. Tomara que a Dulce fique sã e salva. Ela já ajudou tanto aqueles meninos. {Diz em tom de lamento} ― Sei quem eles são. Às vezes davam trabalho, mas não pareciam maus garotos.

Geralmente é assim que esse tipo de crime funciona. Os sequestradores podem manter a vítima sob o poder deles por horas, até conseguirem o que querem. Isso me daria tempo pra ir ao meu flat alugado, que não fica muito longe do orfanato. Eu poderia pegar o meu colete à prova de balas e a minha arma, porém, se eu a usar serei obrigado a apresentar o registro dela na delegacia, o que vai implicar em comprometer o meu disfarce. Também não posso arriscar a vida de Dulce sem saber quantos jovens estão ali com ela e sem ter uma boa visão de dentro do depósito.

Nenhum segurança particular tem permissão pra andar armado por aí, a menos que possua patente de policial aposentado, o que não é o caso de nenhum segurança da fazenda de Fernando Espinosa. Bom, talvez o tal Dominic possa até ser um ex-policial, mas todos os outros funcionários que já conheci não são e estão longe de serem aposentados.

Falando em polícia, creio que a daqui de San Antonio não seja confiável. Preciso ficar com um pé atrás e considerar que o prefeito tenha até as autoridades no bolso. E mesmo que eu quisesse, também não é possível acionar a polícia pra tentarem fazer uma negociação com os criminosos. Uma ideia louca me passa pela cabeça. Os sequestradores não me conhecem. Não sabem que sou um dos seguranças do prefeito e muito menos um agente do FBI.

Vou em direção à janela do depósito para espiar ali dentro e me enfio no meio das pessoas que já estão aqui. Infelizmente não é possível ver nada. Tem prateleiras enormes com várias caixas em cima, o que acaba interferindo na visão. Caminho ao redor do depósito e encontro outra janela do lado oposto. Daqui é possível ver algumas sombras, mas não dá pra saber o que está se passando. Merda! É muito difícil agir assim às cegas. Se eu fosse mesmo usar a minha arma, ia ter que esperar todos saírem dali de dentro.

Metade De Mim│VondyWhere stories live. Discover now