Capítulo 53 - CROSSOVER PARTE VIII

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Rapidamente eles foram conduzidos de forma brusca em direção aos portões de aço que se abriram lentamente com um grande rangido, agitando os zumbis do acostamento.

— Pra onde estão nos levando? — Melina perguntou ao ser conduzida pro abrigo, assim como Íris e Benny.

Ninguém respondeu. 

Conforme caminhavam, os mortos começaram a se aproximar escapando das barreiras enferrujadas e soltas do acostamento.

Andavam trôpegos na direção deles, mas ninguém ali parecia preocupado, fora Benny, Íris e Melina, que estavam desarmados e amarrados.

O homem que conduzia Melina, precisou soltá-la para se defender de um zumbi. O morto foi puxado bruscamente pelas roupas e caiu perto de Melina e antes que ela pudesse reagir sangue necrosado foi espirrado, a sujando, fazendo-a recuar pelo susto da explosão da cabeça do zumbi, tão inesperadamente à sua frente. Ela cambaleou para trás, tropeçando e caindo, mas o homem a amparou a tempo, a segurando.

— Tá tudo bem, moça. Aqui, vou ajudá-la. — ele passou um pano áspero, de forma desajeitada no rosto dela. 

Melina franziu o cenho, sentindo o pano áspero e segurou o pulso do homem, afastando para dizer que não precisava. Ao abrir os olhos, já limpos de gosma de zumbi, o susto foi imediato. Ela sentiu o sangue gelar, congelou por um milésimo de segundo. Ele havia usado o pano que tapava seu rosto para limpá-la, a fazendo reconhecê-lo imediatamente.

— Marcos? — seu cérebro gritava aquele nome e Melina achou que sua boca também, porque o homem se afastou sutilmente e depois sorriu de canto de boca, surpreso.

Ele apertou os olhos e a encarou de perto, tentando reconhecê-la.

— Se afaste dela!. — Benny gritou observando a cena de longe, ainda nas mãos dos homens que o imobilizou. 

Marcos o ignorou voltando para Melina.

— Melina, quanto tempo... — ele abriu os braços e seus olhos se iluminaram como um farol no meio do oceano.

Melina deu um passo para frente, mas o olhar de Benny a barrou, quase na mesma hora.

Alguém soltou um grito excruciante, alertando a todos. Alguns homens correram, na direção do grito, não muito longe dos zumbis no acostamento. Os portões se fecharam novamente e os sentinelas atirando nos mortos que estavam tão perto.

— Precisamos sair daqui. Venham. — Marcos indicou, os levando para fora da linha de fogo.

Quando o tiroteio cessou, um dos homens daquele grupo foi mordido bem no meio do peito. Ele chorou como uma criança ao ter uma arma apontada para sua cabeça. 

— Desculpe, irmão, você sabe, são as regras. — Marcos disse e atirou contra o caído sem nenhuma cerimônia.

Enquanto isso Melina o analisava, curiosa. 

Marcos estava bem diferente, seu físico que o diga. Havia uns três anos que eles não se viam, desde que ela começou a namorar e posteriormente terminou o relacionamento com Afonso, seu melhor amigo. Ele estava muito mais magro do que era antes do fim do mundo, sua barba farta quase alcançava o peito. O cabelo preto estava preso em um coque no alto da cabeça. 

Até então ela não havia percebido o quanto ele lhe fizera falta. Haviam perdido contato, ou melhor, ele havia se afastado. Nunca admitira, mas eles sabiam o motivo. Agora estavam ali Benny, Íris e ela, nas mãos dele e de seu grupo.

Marcos indicou para ela seguir em direção aos portões, Melina seguiu com Marcos e os homens empurraram Benny e Íris para irem logo atrás deles.

Brigada dos Mortos - Sobreviventes em alto marWhere stories live. Discover now