Rapidamente eles foram conduzidos de forma brusca em direção aos portões de aço que se abriram lentamente com um grande rangido, agitando os zumbis do acostamento.
— Pra onde estão nos levando? — Melina perguntou ao ser conduzida pro abrigo, assim como Íris e Benny.
Ninguém respondeu.
Conforme caminhavam, os mortos começaram a se aproximar escapando das barreiras enferrujadas e soltas do acostamento.
Andavam trôpegos na direção deles, mas ninguém ali parecia preocupado, fora Benny, Íris e Melina, que estavam desarmados e amarrados.
O homem que conduzia Melina, precisou soltá-la para se defender de um zumbi. O morto foi puxado bruscamente pelas roupas e caiu perto de Melina e antes que ela pudesse reagir sangue necrosado foi espirrado, a sujando, fazendo-a recuar pelo susto da explosão da cabeça do zumbi, tão inesperadamente à sua frente. Ela cambaleou para trás, tropeçando e caindo, mas o homem a amparou a tempo, a segurando.
— Tá tudo bem, moça. Aqui, vou ajudá-la. — ele passou um pano áspero, de forma desajeitada no rosto dela.
Melina franziu o cenho, sentindo o pano áspero e segurou o pulso do homem, afastando para dizer que não precisava. Ao abrir os olhos, já limpos de gosma de zumbi, o susto foi imediato. Ela sentiu o sangue gelar, congelou por um milésimo de segundo. Ele havia usado o pano que tapava seu rosto para limpá-la, a fazendo reconhecê-lo imediatamente.
— Marcos? — seu cérebro gritava aquele nome e Melina achou que sua boca também, porque o homem se afastou sutilmente e depois sorriu de canto de boca, surpreso.
Ele apertou os olhos e a encarou de perto, tentando reconhecê-la.
— Se afaste dela!. — Benny gritou observando a cena de longe, ainda nas mãos dos homens que o imobilizou.
Marcos o ignorou voltando para Melina.
— Melina, quanto tempo... — ele abriu os braços e seus olhos se iluminaram como um farol no meio do oceano.
Melina deu um passo para frente, mas o olhar de Benny a barrou, quase na mesma hora.
Alguém soltou um grito excruciante, alertando a todos. Alguns homens correram, na direção do grito, não muito longe dos zumbis no acostamento. Os portões se fecharam novamente e os sentinelas atirando nos mortos que estavam tão perto.
— Precisamos sair daqui. Venham. — Marcos indicou, os levando para fora da linha de fogo.
Quando o tiroteio cessou, um dos homens daquele grupo foi mordido bem no meio do peito. Ele chorou como uma criança ao ter uma arma apontada para sua cabeça.
— Desculpe, irmão, você sabe, são as regras. — Marcos disse e atirou contra o caído sem nenhuma cerimônia.
Enquanto isso Melina o analisava, curiosa.
Marcos estava bem diferente, seu físico que o diga. Havia uns três anos que eles não se viam, desde que ela começou a namorar e posteriormente terminou o relacionamento com Afonso, seu melhor amigo. Ele estava muito mais magro do que era antes do fim do mundo, sua barba farta quase alcançava o peito. O cabelo preto estava preso em um coque no alto da cabeça.
Até então ela não havia percebido o quanto ele lhe fizera falta. Haviam perdido contato, ou melhor, ele havia se afastado. Nunca admitira, mas eles sabiam o motivo. Agora estavam ali Benny, Íris e ela, nas mãos dele e de seu grupo.
Marcos indicou para ela seguir em direção aos portões, Melina seguiu com Marcos e os homens empurraram Benny e Íris para irem logo atrás deles.
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Brigada dos Mortos - Sobreviventes em alto mar
Mystery / ThrillerQuando os mortos retornam a vida, Mônica se vê sozinha para proteger seus três filhos no início do fim dos tempos. Já que seu marido um fuzileiro naval está fora do país. Mas ao conseguir informações sobre a volta do marido para resgatar a família...
Capítulo 53 - CROSSOVER PARTE VIII
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